segunda-feira, julho 31, 2006

O ALBERTO VOLTOU A ATACAR


Quando o Alberto fala na Madeira alguém desata à gargalhada no continente. Tudo teria imensa piada não fosse o homem ser o presidente do governo regional. Há quinze dias ele decidiu implicar com os jornalista, ontem as vítimas foram os homossexuais.
Com políticos assim quem é que precisa de gastar dinheiro em filmes cómicos ou em dramas, conforme a perspectiva de vítima ou de espectador?

A HISTÓRIA REPETE-SE


Em Portugal sempre que um processo judicial, que põe em causa figuras públicas, é arquivado, algum político vem a terreiro dizer que se fez justiça e que a nossa justiça funciona.
Por outro lado é notório que a justiça em Portugal é uma das nódoas do sistema democrático.

Em que ficamos, afinal?

JOAQUIN CORTÉS ESTÁ DE VOLTA COM «MI SOLEDAD»


O expoente máximo da dança flamenga, depois do enorme sucesso que foi a sua actuação em Março no Teatro das Figuras em Faro, vai regressar ao Algarve. Desta feita, estará em Albufeira a 11 de Agosto no Estádio Municipal da cidade.

domingo, julho 30, 2006

DESDE PEQUENO QUE GOSTO DE COCO...


Foi esta inocente frase, que no outro dia à mesa do pequeno-almoço tardio com os colegas, despoletou uma gargalhada nada inocente. Procurava eu explicar-lhes porque preferia o Compal light de ananás/coco iniciando com a frase do título a minha argumentação que fez disparar a boa disposição há minha volta. Não entendi de onde veio o segundo sentido. Dizem que foi da forma como fiz a afirmação...

Aquela gente está toda «marada»!

A EXTREMA-DIREITA ALARGA A TEIA

Movimentos da extrema-direita portuguesa tentam recrutar jovens nas escolas secundárias para engrossar as suas fileiras algo desfalcadas de apoiantes.

A JUVENTUDE PORTUGUESA NÃO É RACISTA?

O Chefe do Estado confia na juventude portuguesa. Não crê que os jovens portugueses se deixem enredar pela teia dos movimentos racistas. Os jovens portugueses sempre se mostraram muito abertos aos outros povos e a outras culturas, diz o presidente.

sábado, julho 29, 2006

RAZÕES QUE O CORAÇÃO DESCONHECE?


Quando os instintos e as emoções se sobrepõem ao racional parece-me fundamental tomar um banho de água fria e parar para pensar, quanto mais longe melhor, do «objecto» que nos acelera o coração e nos tolhe a razão. Aviso desde logo que apesar de poder parecer este tem muito pouco a ver com o post anteriror.
Sou conhecido por dar primazia ao racional em desfavor do emocional, de tal forma que tenho tendência a pôr água na fervura das emoções e a ter uma atitude moralista. Para muitos sou uma seca, mas esta postura tem o condão de trazer de volta as pessoas à terra e antecipar emoções negativas que são consequência das positivas impensadas que sempre se antecipam.

Antes de entrar no delírio das atitudes instintivas e emocionais é conveniente pensar se estamos preparados para arcar com as repercussões dessas atitudes. Estamos emocionalmente preparados para o «day after»? Na maior parte das vezes não e o que foi um rasgo de prazer e felicidade passageira transforma-se num penar de sofrimento por muitos e muitos dias. O coração é um animal danado e mete-nos em sarilhos impensados. Quando embarcamos numa escapadinha estamos preparados para o que vem a seguir. Normalmente não. Irreflectidamente, o coração diz-nos que ninguém vai saber e que não se voltará a repetir e nada vai mudar. O pior é que muitas vezes não é assim, o segredo cai por terra e a tendência é tentar repetir o que torna tudo mais difícil. Quando existe uma relação firme com compromissos assumidos perante Deus e a sociedade, quando os filhos e o património nos unem para todo a vida, quebrar a fidelidade e as regras acordadas, por dá cá aquela palha ,pode ser a pior tolice da vida. Os anos passam e os casamentos tornam-se monótonos e com pouco sal, mas será que é hora de por tudo em causa quando se perspectiva uma relação esporádica e sem futuro? Não. Mais vale preparar o casamento para uma relação baseada na honestidade, mudar as regras de comum acordo, se possível, abrindo-a a outros conceitos para o salvar do que cair na infidelidade pressupostamente inconsequente.

O dia seguinte pode ser tremendamente doloroso, não só para nós, mas sobretudo para aqueles que amamos. Se não nos preparamos para assumir as consequências dos nossos actos, mais vale não os praticarmos.
O que é uma noite de prazer comparada com uma vida de remorso? Sou um moralista nato. Sou um chato! Mas eu não sou casado, não fiz votos de fidelidade, não tenho filhos, não tenho património comum e as minhas infidelidades são feitas na presença daquele com quem compartilho a vida há já 9 anos.

Sobreponham a cabeça racional, sobre a emocional que só funciona quando estimulada e não é boa conselheira, antes gosta de pregar partidas, e ficar a rir dos resultados.

OS ANJOS TÊM ASAS DOURADAS


Voltando à «vaca fria», excelente expressão dos nossos irmãos brasileiros para definir um problema pendente que ninguém sabe bem como lidar com ele.

Tenho-me sentido nas últimas semanas retroceder no tempo até aos primeiros anos da minha adolescência, quando as hormonas começavam a percorrer o sistema circulatório e despertar desejos e emoções até então desconhecidos. O primeiro amor adolescente teve por alvo uma menina doce e linda que fazia parte do meu rol de amizades. Ela era linda e quase inacessível, pois o número de rapazes que a rodeavam eram tantos que um miúdo tímido e pouco atrevido como eu não teria grandes hipóteses. Eu tinha a vantagem de poder privar com ela fora do ambiente escolar, logo longe da concorrência. O meu sentimento por ela crescia e intensificava-se gradualmente. Sentia-me estranho perto dela, gostava de conversar, de a olhar, de lhe sentir a proximidade. Mas foi também nessa ocasião que me apercebi que era apenas isso que eu queria dela: ter a sua atenção, ouvir a sua voz, privar com ela como dois amigos que gostam de estar um com o outro. Não sentia por ela nada mais que isso. Era o que definiam como amor platónico. Seria? O meu desejos mais carnais, para surpresa minha, encaminhavam-se noutra direcção, como é do conhecimento geral.
Então temos um amor platónico, não correspondido, por uma rapariga linda, mas quase inacessível e que na realidade eu não desejava fisicamente.

Dizem, por aí que a História se repete. Pois digamos que esta história se está a repetir na minha vida, com outros contornos, mas com muitas semelhanças. Sinto um «estranho» sentimento por alguém que estando muito próximo me é inacessível e que eu verdadeiramente não desejo ter mais do que a sua presença e amizade. Um rapaz de quem eu podia ser pai, lindo de morrer, despertou em mim este sentimento platónico, que é uma mistura de carinho e paternalismo. E é assim talvez porque desde o primeiro momento senti que ele ia mexer comigo, mas não poderia passar de um sentimento que puramente deseja que ele alcance a felicidade que deseja, ainda que próximo de mim.
A minha vida sexual tem algumas regras de que não penso abdicar nos próximos tempos: menores de 18 anos estão fora de causa, heterossexuais não fazem parte das possibilidades, não uso ninguém como objecto sexual, não me deixo usar como objecto de prazer de outros, só mantenho relações sexuais na presença do meu «advogado», isto é, do Shwasy e não forço ninguém a tê-las contra a sua vontade e não abdico de sexo seguro. Ora, o alvo deste sentimento é um heterossexual, que procura um amor que lhe preencha as suas carências afectivas e satisfaça as suas pulsões sexuais, logo, não preenche dois dos requisitos que regem a minha vida sexual: não faço sexo com heteros, não uso ninguém como objecto de prazer, nem pretendo ser usado como tal. Ponto final. Nada me fará abdicar destes princípios. Aliás tudo o que verdadeiramente desejo é que ele seja feliz tanto no amor como na vida, porque o merece plenamente.

A NOITE NO «DREAMS BAR»


A noite do «Dreams bar» em Montechoro estava super agradável. A prata da casa, isto é, as caras habituais foram de férias e o bar estava inundado de jovens vindos de todo o país e arredores. Finalmente uma noite em que esqueci o ar claustrofóbico do espaço e apreciei a alta costura facial e corporal que me rodeava.
O que me faz detestar estes espaços para além do ar acanhado e clandestino de que padecem é o facto de serem muito procurados por gays que desenvolveram um alto grau de «bichisse» de nível médio-baixo acompanhado de uma fome endémica de carne fresca que não lhes permite uma conversa saudável e um comportamento normal. Se esquecermos essas duas contra-indicações médicas os bares gays do Algarve até são aceitáveis como escolha para se tomar um copo e ver caras bonitas, que as há por cá em grande quantidade.

COOL NIGHTS


A noite algarvia já está ao rubro. Muita gente gira enche o Algarve de Sagres a Montegordo com uma alegria e boa disposição contagiante na ânsia de recarregar baterias durante as férias.
A noite de Albufeira está brutal!

MONTANHA RUSSA BRUTAL!


Fica a meia dúzia de quilómetros de minha casa a maior montanha russa de água da Europa. Concebida, construida e controlada por uma empresa alemã apartir da Alemanha está a fazer furor no verão algarvio. Emoções fortes para baixar a temperatura e aumentar a adrenalina! É logo ali perto de Quarteira no Aquashow Family Fun.
É um dia brutalmente bem passado com um grupo de amigos.

sexta-feira, julho 28, 2006

HUFF! JÁ SÃO QUASE CINCO DA TARDE!

Não vale a pena tentar. Não tenho cabeça para ensaiar escrever algo com sentido. A noite deixou mazelas que só o decorrer do dia vai apagar. Armação de Pêra não deixou a noite arrefecer com o marulhar das ondas ao fundo e Albufeira continuava quente, quente até de madrugada. Não tenho as palavras certas para falar da noite acontecida. Fica para depois. Agora vou tentar retomar a minha vida que o dia já vai longo e eu ainda não calcei uns sapatos, nem uma T-shirt.
Vou retomar a minha vida.
Até já.

domingo, julho 23, 2006

A PENSAR NAS FÉRIAS DE OUTUBRO


Tirei na semana que hoje acaba umas mini férias para ganhar coragem e enfrentar o mês de Agosto. O oitavo mês do ano no Algarve é só mesmo para quem está de férias, todos os outros desejam ir de férias para outro lugar qualquer. Pensei em pintar a minha casa e dar uma mãozinha ao Shwasy nas casas dele. Não pintei a minha casa, não fui à praia, não fui ao cinema, quase não saí! Mas tive os dias todos ocupados a trabalhar com o Shwasy. Também não transei, mas por outras razões.
Cansei desta semana e estou desejoso de voltar ao trabalho e começar a contar os dias para as férias de Outubro. Essas sim serão férias a valer. Depois de algumas viagens fantásticas a Itália, ao Egipto, ao México e à Grécias, nos últimos 4 anos, ainda não decidimos onde iremos em Outubro: Brasil, Cuba, Jamaica, Argentina, Cabo Verde ou para os lados da Ásia pela primeira vez? Não sei? Aceito sugestões.

Sugiram-me um local de férias onde tenham curtido à brava. Quem sabe não aceito a vossa sugestão!

WASH YOUR DREAMS

Quando se fica demasiado tempo no mesmo lugar corre-se este risco...

No cérebro produz-se o mesmo fenómeno o Tico e o Teco cristalizam e não permitem pensamentos livres, inovadores, os preconceitos solidificam, os ideais morrem e tornamo-nos pessoas chatas, tristes e intolerantes.
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Faz um refreshing do teu cérebro a cada três meses, pelo menos, e reavalia a forma como encaras a tua vida e a dos outros.

HOJE SERIA ASSIM!

sábado, julho 22, 2006

UMA NOITADA CURTA, MAS SABOROSA


O desafio veio em tom irrecusável por telemóvel: - «Vamos sair esta noite?» Olhando para os dias que passavam sempre iguais longe do trabalho habitual, mas sem falta de trabalho, não pensei e aceitei sem perguntar aonde. O convite veio da «Gaja», lembram-se? Cliquem no título para relembrar um post antigo com este nome «A Gaja», e compreendam porque era irrecusável. - « Onze horas na minha casa?» - «Ok, às Onze». Eram onze horas e estava eu ainda a chegar à minha com um duche por tomar e roupa por mudar. Sim porque não se sai com a «Gaja» vestido com qualquer trapinho! Ainda por cima para o lugar onde íamos beber o tal copo. Estava uma hora atrasado! Mas há obrigações matrimoniais que têm que ser cumpridas, isto porque em caso de divórcio não há pensão de alimentos, nem amante para chorar no ombro. O melhor é zelar pelo matrimónio que depois de tantos anos ainda é o melhor que temos em tempo de crise. Apanhei-a quase em andamento á porta de casa, e depois de voar baixinho pela A22, não perdemos tempo a chegar ao bar onde o melhor vocalista do mundo já cantava, em pose algo alentejana, um tema que eu identifiquei, claramente, como sendo dos «Xutos...»
O saudoso exilado do Carvoeiro já desesperava, sentado ao lado da sua companheira, desesperando pela nossa chegada. Ele nem imagina como eu os gosto de ver juntos, serenos e felizes. Ele, pai galinha, filmou a primeira representação da filhota: uma aranha pequenina, na festa de encerramento do ano escolar. Trabalhei por ele nesse dia para que essa felicidade fosse possível. Fiquei feliz por saber que ajudei a fazer feliz, aqueles três. Espero agora oportunidade para ver a actriz em acção. Dizem as más-línguas que fez um enorme close up da filha. Enfim!

Tirei uma semana de férias e desde Sábado que não estava com eles, excepto ao telefone com a «Gaja»: muito trabalho, muitos problemas, muito stress, muitas saudades minhas! Gosto sempre de os ouvir dizer que tiveram saudades e que estão desejosos que eu volte, apesar de saber que é só graxa. Sempre é mais um para trabalhar, dá jeito. O resto, sabe Deus como passam bem sem mim! Mas vou continuar a fazer de conta que acredito na história das saudades.
Continuando: a minha «Gaja» estava desejosa de sair e tomar um copo. Imagino que foi uma semana cheia e longa, sem mim por perto e tudo se torna mais difícil!... O esposo não veio, mas sabe que ela quando está comigo está com deus. É como sempre a animadora de serviço. Bem disposta, estava deslumbrante de «Puta Madre»ao peito, até pareciam mais vistosos os ditos cujos, a sua presença é uma mais valia em qualquer momento. «É a melhor coisa que tenho no mundo».
O vocalista do grupo é o benjamim da nossa equipa, mas talvez de momento a sua principal atracção. Penso que já o afirmei noutro post que faz tempo que não descobria alguém com uma formação humana deste calibre. A sua companhia toca-nos pela simplicidade e simpatia, sentido de humor, pela presença honesta e desenvolta, pelo sentido humanista e a maturidade que demonstra na condução a sua vida e pelo equilíbrio perfeito entre ossos, músculos e textura da pele que Deus lhe deu.

O Shwasy chegou já tarde (as obrigações profissionais não perdoam em finais de Julho), mas chegou a tempo de aproveitar um pouco do bom ambiente que se vivia por ali e tomar uma vodka laranja para descontrair e ajudar a animar ainda mais os minutos que faltava para irmos embora. Não perdeu oportunidade de demonstrar o seu domínio perfeito do calão ao que a sua interlocutora, a tal da «Gaja» não se esquivou e respondeu à letra. Enfim, o habitual quando matam saudades um do outro. Parecem irmãos de sangue, na capacidade que têm de fazer a conversa baixar de nível e subir de interesse.

A noite foi curta, mas valeu a pena a correria de 150 km. Há poucos amigos que me fazem sentir tão bem como a companhia deles. Cada vez mais prefiro a companhia dos nossos amigos que nada tem a ver com o meio homossexual. Cada vez mais eles estão em maioria. Têm vindo a ocupar um lugar central nas nossas vidas. É sobretudo com eles que jantamos, que festejamos, que tomamos um copo, que saímos, enfim com quem nos sentimos bem.Os amigos gay, que também são alguns, resumem-se às conversas nos bares gay em noites mais longas e mais bebidas. São encontros ocasionais. Não se combinam, sabemos que estarão lá, e é lá que a confraternização acontece. Raramente essas amizades saltam do bar para outros espaços. Acontece que estas amizades, com algumas excepções, ficam-se pela rama. A futilidade das conversas de balcão impedem que se façam verdadeiros amigos nestes lugares. O foco na procura de sexo e a maledicência que sobrevoam estes ambientes contrariam grandemente aquele que é o desejo fundamental de quem frequenta os lugares de ambiente gay: a fuga à solidão, fazer amigos, que é normalmente confundida com a busca de sexo, puro e duro! Por isso essas amizades acabam por não sair da porta do bar.

sexta-feira, julho 21, 2006

NÁUFRAGOS DA ESPERANÇA NO MEDITERRÂNEO


Um pesqueiro espanhol salvou ao largo de Malta 51 emigrantes que se encontravam à deriva no Mediterrâneo. Isto aconteceu na Sexta-feira e até quarta-feira passada os imigrantes e os 10 tripulantes do barco ficaram a viver em 50 metros quadrados aguardando que Malta permitisse o pesqueiro atracar. Depois da pressão de Espanha lá conseguiram dividir o «mal» pelas aldeias, isto é, pelos países, que de má vontade, os vão acolher: Malta 8, Espanha 18, Itália 10, Líbia 10 e Andorra 5!

A cruz vermelha atribuiu aos tripulantes uma medalha de ouro, e o euro-deputado Antonio Masip propô-los para o Prémio Príncipe das Astúrias para a concórdia. Bem merecido pelo humanismo que demonstraram.

Os imigrantes entregaram-lhes uma carta de agradecimento: «Tinhamos fome e não sabíamos onde estávamos. Então, viram-nos e disseram para subirmos. Obrigado, foi uma boa ideia

O agradecimento a quem salvou a Europa de voltar a chorar lágrimas de crocodilo perante os cadáveres que dariam à costa dentro de algum tempo, como já aconteceu recentemente. A Europa não está a olhar com olhos de ver a tragédia de quem vem de África, em pequenas barcaças à procura de dignidade para viver. Quando a invasão for avassaladora vamos electrificar as águas do Mediterrâneo para que ninguém se atreva a tentar chegar a este lado da esperança?

HISTÓRIA CURTA DE UM MOTARD


Realiza-se este fim-de-semana em Faro uma das maiores concentrações motard da Europa. No Vale das Almas, entre o aeroporto e a praia, confraternizam por estes dias cerca de 30 mil amantes das motos. É a 25ª concentração, numa organização de sucesso, que por estes dias põe a cidade nas notícias nacionais, enche a cidade de barulho dos escapes e os hotéis e restaurantes esfregam as mãos de contentamento, pois o dinheiro que deixam na cidade não é desprezível.

Não aprecio a tribo motard. Os seus ideais deixam-me algumas suspeitas. Parece que todos convergem para uma uniformização de imagem que os faz todos muito iguais. Parece uma ditadura visual: quem não tiver cabelo grande, barba por fazer, barriguinha de muita cerveja, tatuagens abundantes e um ar desleixado não é genuinamente um motard! Que me perdoem os muitos, que sendo motards, não cultivam esta imagem. O ar de macho latino tipo feios, porcos e maus não me sai da cabeça quando vejo a tribo descer à cidade.

Esta ocasião fez-me lembrar que em tempos conheci um membro do famoso Moto Club de Faro. Não tenho por hábito expor a minha vida íntima neste espaço, mas vou abrir uma excepção. Dizia eu que quando voltei de Beja, depois de lá viver 3 anos e antes de conhecer o Shwasy a minha praia preferida era a da Ilha de Faro. Sempre que lá ia havia um homem que vindo da estrada do aeroporto fazia em passo de corrida o trajecto até à ilha e depois continuava sobre a areia, no mesmo ritmo para o lado ocidental da praia. Chegava à praia da Quinta do Lago e voltava no mesmo passo sem parar, sem olhar para as dunas, nem para quem apanhava sol na areia.
Era um homem na casa dos trinta, corpo definido, não muito grande (português médio), tisnado do sol forte do verão algarvio, face marcada pelo esforço, uns calções vermelhos sempre, os músculos definidos do treino e uma indiferença para quem ficava a olhar. Era para mim um mistério: que fazia aquele Adónis na praia, quase diariamente? Aquela zona era frequentada por nudistas e mais à frente por homossexuais com namorado ou à procura dele ou do que aparecesse. Eu estava englobado no segundo e terceiro tipo. Tinha-me dado bem 5 anos antes, pois nessa praia conheci o Alemão que mudou o rumo da minha vida e da dele. Eu fui de Olhão e ele de Colónia para Beja e aí vivemos 3 anos de que não me arrependo. Foi das pessoas que passaram pela minha vida aquela com que mais me ensinou a viver.

Voltando à praia de Faro. Vezes sem conta, observei o misterioso atleta que treinava no areal da praia sem olhar para as dunas. Um dia, já final de verão, a praia estaria deserta não fosse eu lá estar. Reparo então que o cultivador do corpo corria já de regresso. Dei-me conta que diminuía o ritmo até começar a caminhar. Para minha surpresa dirigiu-se para as dunas. Surpreendido procurei saber o que o havia feito mudar o hábito de não parar de correr sob nenhum pretexto. Atónito, ao subir a duna deparei com o seu magnífico corpo deitado na areia, completamente desnudo. O seu olhar faminto e os seus gestos ansiosos não me deixaram dúvidas. Estávamos sós e aquele homem não queria perder um minuto sequer. Pouco depois a fúria com que ususfruiu do prazer que aquele momento lhe proporcionava dizia tudo sobre a sua vida sexual. Aproveitou tudo o que eu lhe tinha para dar com uma sofreguidão que dava gozo só de ver. Parecia que se preparava para ficar muito tempo sem tocar o corpo de outro homem, que era certamente o que mais desejava ao correr ao longo do areal. Quase não falava e nada me disse sobre si, mas não foi preciso, até ao fim dos dias mornos de final de verão ainda nos encontramos mais duas vezes. Outras vimo-nos, mas não parou. Depois desapareceu da praia e eu também. O Outono tinha ganho a batalha e os dias ventosos e frios começavam a predominar.
Percebi que aquele homem temia ver desvendado o seu segredo, por isso nunca parava na praia embora esse fosse o seu maior desejo. Só parava se a praia estivesse praticamente deserta. Fiquei a saber coisa óbvias: vivia na cidade ou nos arredores, frequentava um ginásio e nada parecia dar-lhe mais prazer do que sentir-se enredado por um corpo masculino. Ele que transpirava masculinidade por todos os poros. Nada nele prenunciava tal preferência e no entanto transpirava prazer quando se entregava e isso era o mais estimulante daqueles momentos.
No verão seguinte voltamos a ver-nos. Ele correndo ao longo da linha de água eu ao sol ou no cimo das dunas. Esperei quase até ao final do verão, para voltarmos a sentir os corpos unidos pela última vez.

Em Outubro um jantar de colegas de trabalho terminou com alguns de nós na sede do Moto Club de Faro. Entramos em alegre confusão para beber mais um pouco. Ao aproximar-me do balcão quase perco a fala quando, praticamente, a meu lado estava o misterioso amante das dunas. Não o cumprimentei, não voltei a olhá-lo, fiquei imóvel. Senti que não devia fazer nada, e não fiz. Quando voltei a olhar para o lugar onde estava sentado, com todo os adereços de motard, capacete, botas, colete do moto club e tudo mais, a beber uma cerveja, já lá não estava.
Não voltei a vê-lo. Não sei se continuou a correr na praia. Não sei se continua magnífico, bronzeado, musculado e a passar fome. Um mês antes deste acontecimento conheci o Shwasy e até hoje não voltei à praia da Ilha de Faro. Lembrei-me dele hoje, com alguma nostalgia, a propósito da 25ª Concentração Motard da cidade de Faro.

quinta-feira, julho 20, 2006

O FIM DO «DOIS IRMÃOS»


Quando as marcas da idade são ostentação do caminho vencido, das ondas cavalgadas e das misérias sofridas, deviam tornar-se manancial de sabedoria e não prenúncio de morte.

quarta-feira, julho 19, 2006

ALARGAR HORIZONTES




Se descobrir o mundo é aliciante, fazê-lo de um modo ousado é excitante.Sentado no sofá pode-se aprender muito sobre o universo em que vivemos, mas é uma versão do que outros já viram. O mundo é mais estimulante e ensina-nos mais quando o vemos com os nossos olhos.
Não deixes que os outros vejam o mundo por ti. Ainda que te tenhas de pôr em bicos de pés procura a melhor posição para o veres tu mesmo.

terça-feira, julho 18, 2006

BONS SINAIS


António Pires de Lima é dirigente do CDS, parlamentar e oposição interna à liderança do partido. Defende ele que o partido se abra ao eleitorado quebrando o seu tradicional radicalismo conservador nas questões civilizacionais. O aborto, direitos dos homossexuais e procriação medicamente assistida são temas que levam Pires de Lima a colidir com as posições oficiais do seu partido.

O deputado diz que «Um partido humanista que se preza não pode deixar de ser compreensivo para com a generalidade das mulheres que abortam, evitando sujeitá-las a humilhações desnecessárias.»

Sobre as reivindicações dos movimentos gays afirma: «Um partido não confessional deve ser o primeiro a propor leis de união de facto que garantam aos homossexuais todos os direitos que não firam os direitos dos outros».

Quanto à procriação medicamente assistida, a que o partido se opôs, volta a ser polémico: «Um partido preocupado com os eleitores e sensível às suas preocupações não pode, não pode mesmo, distinguir-se pela ausência de propostas de propostas no debate da PMA e votar olimpicamente contra qualquer proposta em discussão. Que pensarão de nós os 500 mil casais que há 20 anos esperam regulação em matéria tão sensível?»

MAUS SINAIS


Um juiz holandês autorizou a criação do Partido do Amor Fraternal. Numa democracia desenvolvida como a do reino dos Países Baixos não estranha que assim seja, nem eu acho isso reprovável. O que não acho aceitável é que este partido possa vir a chegar ao poder. Seguramente o povo holandês não lhe dará tal oportunidade. E porquê eu considero que tal não deverá acontecer? Pelas propostas que o Partido do Amor Fraternal defende:

- Idade de consentimento de uma relação sexual baixe para os 12 anos;
- Exibição de pornografia a qualquer hora do dia na televisão;
- prostituição legal a partir os 16 anos de idade;
- Cidadania completa aos 12 anos (direito de votar, jogar, viver sozinho, consumo de drogas leves);
- Proibição de escolas religiosas;
- Criminalização da morte de animais, mesmo que para alimentação; entre outras...

Defendo a liberdade de expressão, mas defender uma sociedade sexocrática é outra coisa! A ideia de legalizar a pedofilia é verdadeiramente medonha. O povo holandês não permitirá que tal aconteça como demonstra uma sondagem que não atribui a este partido uma intenção superior a mil votos. O nome do partido parece-me enganador; de fraternal não parece ter muito. O partido foi fundado por 3 homens que afirma preferir praticar sexo com adolescentes ou será que são mesmo crianças?

Viva o bom senso!

SAUDADES DO FUTEBOL?

segunda-feira, julho 17, 2006

PORTUGAL TEM OUTRA GRANDE SELECÇÃO!


O meu país é uma pequena potência sem grande importância na cena internacional. Não tem grande peso político para influenciar as decisões da política internacional. Este país já foi a maior potencial mundial noutros tempos, é certo, mas esse facto deixou um legado que não devemos desprezar. A nossa língua é uma das mais faladas do mundo e temos hoje homens com grande influência na cena internacional.
Eu diria que Portugal tem hoje uma influência na cena internacional superior à importância do seu território, da sua população, do seu poder económico e cultural.
Há uma selecção que dá cartas nas decisões da política mundial, que influencia, senão leiam o artigo de António Perez Metelo clicando no título deste post.

C.P.L.P. O que é?


A CPLP é a organização política que reúne os oito países do mundo que têm a língua portuguesa como idioma oficial. É, na prática, a comunidade que junta as ex-colónias portuguesas de África, Ásia e América e o país colonizador, numa organização que pretende contribuir para o seu desenvolvimento socio-económico e cooperação política. Se fosse um estado a CPLP seria:

- O 5º país mais populoso do mundo com 233 milhões de habitantes depois da China, da Índia, dos EUA e da Indonésia.

- O 2º em área com 10 642 605 km2 depois da Rússia.

- O seu índice de desenvolvimento humano calculado pela ONU vai do 27º lugar ocupado por Portugal, seguido do Brasil (63º), Cabo Verde (105º), São Tomé e Príncipe (126º), Timor-Leste (140º), Angola (160º), Moçambique (168º) e Guiné-Bissau (172º).

- O PIB per capita mais baixo pertence à Guiné Bissau. Portugal lidera com 18105 dólares, seguido do Brasil, com 6771. Todos os outros estados estão abaixo dos 2500 dólares.

- Dos seus membros, 4 são produtores ou futuros produtores de Petróleo. O próximo poderá ser a Guiné-Bissau.

Países tão desiguais reúnem-se por estes dias em Bissau. A cimeira como é hábito não trará novidades. Esta organização não tem a força política que devia como se viu na recente crise em Timor Lorossai.
Para que serve esta organização se não é capaz de auxiliar os seus membros nos momentos decisivos?

domingo, julho 16, 2006

HOJE CHEIRAVA A ALGARVE!


Hoje cheirava a Algarve. O Algarve tem um cheiro secreto que só oferece a quem chega de fora por barco ou avião. Quem vive no Algarve só de forma muito suave consegue usufruir desse dom em dias de Verão muito secos e quentes como o de hoje.
Passei quase toda a minha vida nesta região do sul e apenas em 1989 descobri que o Algarve tinha um odor secreto que os residentes de tanto usufruir não tinham consciência da sua existência. Em 1988 conheci um alemão com quem acabei por compartilhar a vida nos cinco anos seguintes, que desde 1981 passava férias perto de Faro. Foi ele que me falou no cheiro magnífico desta região. A princípio julguei que brincava comigo, mas quando vi que falava a sério dei comigo a pensar se não estava a exagerar. Afirmava ele que ao descer do avião no aeroporto de Faro era invadido por uma sensação de bem-estar que lhe entrava, literalmente, pelos pulmões. Era um perfume silvestre que inundava o ar com a fragrância das giestas misturada com o rosmaninho da serra e com o sabor do mar, logo ali ao lado; misturava o amarelo das marcelas da Ria Formosa e o sabor do tomilho com a brisa salgada do oceano e o quente das dunas. Dezenas de outras plantas que crescem selvagens pelo barrocal e serra algarvia fundem-se num perfume penetrante e saudável como se tivesse sido cuidadosamente preparado em Grasse.

Eu não o sentia, não sabia sequer que existia. Tinha que sair do Algarve e regressar de avião. Conhecemo-nos em Abril e em Junho fui de férias a Colónia, visitá-lo. Viajei, na extinta Air Atlantis (Quem se lembra desta companhia charter portuguesa?). Regressei num Domingo, quente de Julho, e que formidável sensação foi, ao dar o primeiro passo para descer do Boing 737, sentir-me inundar por uma sensação de estar a entrar numa loja de perfumes onde a fragrância era uma miscelânea de odores meus conhecidos, mas nunca antes misturados. Percebi a forte impressão que aquela experiência causava a quem chegava ao Algarve para férias: era como chegar a um paraíso natural onde o cheiro urbano saturado de cheiros mecânicos, dava lugar a uma poderosa sensação de natureza virgem e selvagem.

A minha terra cheira a natureza viva.

ISRAEL PREVINE, NÃO REMEDEIA!

Israel aproveitou com todo o cinismo e sentido estratégico que é apanágio deste estado o brinde que lhe foi dado pelo rapto do seu soldado na faixa de Gaza e depois dos outros dois, pelo xiita Hezbollah, no Líbano. Israel não tem planos para deixar que os seus vizinhos se desenvolvam económica, política e militarmente. Permitir esse desenvolvimento representa uma ameaça para o estado judaico. Daí ter aproveitado com uma fúria inesperada para atacar as instalações do governo da autoridade palestiniana, infra-estruturas de comunicações no Líbano. Os estados bélicos, como Israel, que não têm amigos na vizinhança não pode tolerar que os vizinhos cresçam e adquiram capacidade de pôr em causa a sua supremacia. Israel não quer nem merece ter amigos. Aproveita pequenos pretextos para matar e destruir indiscriminadamente.

As organizações radicais como o Hezbollah ou o Hammas não têm qualquer pudor em realizar actos terroristas cujo objectivo é provocar o inimigo de estimação, sabendo que ele reagirá com violência e assim por em risco a segurança daqueles que dizem defender. Estas organizações desejam que Israel reaja, mate destrua, pois esse é o seu alimento, a razão de existirem. Sem a ameaça não têm razão para continuar e o seu papel para o mundo islâmico deixa de fazer sentido. Há que continuar a alimentar a besta para que ela tenha força para nos ameaçar e assim dar-nos razão para continuar a defender-nos. Eis uma lógica belicista que alimentará os conflitos no Médio oriente pelo menos por mais 50 anos.

Os seus aliados europeus, do outro lado do Atlântico não se esperam surpresas, calam, cúmplices de uma escalada de violência, como se aquilo que está a acontecer fosse legítimo e natural. Em Sampetersburgo jantam-se iguarias tradicionais russas regadas a vodka e não se fala no assunto. O G8 tem outras preocupações lá para os lados da península da Coreia!
Matar inocentes, invadir um estado independente, sequestrar a sua liberdade, é aceitável para os líderes da União Europeia. O que não era aceitável era Sadam Hussein ter armas de destruição maciça como se viu.

E tudo isto é vergonhoso, tudo isto é infame, tudo isto é política internacional...

sábado, julho 15, 2006

2500 HOMOSSEXUAIS ASSASSINADOS

O líder das organizações GBLT brasileiras revelou que nos últimos dez anos foram assassinadao 2509 homossexuais no Brasil. São assassinatos bárbaros e cruéis movidos pelo ódio à diferença. Esta revelação foi feita durante um seminário na câmara dos deputados destinado a avaliar o progresso dos programas públicos contra a descriminação. Os representantes de organizações de todo o país pediram aos deputados que aprovem o projecto de lei que pune a homofobia, actualmente em estudo.

Todos sabemos que o Brasil é dos países mais violentos do mundo. Os crimes de ódio pela diferença não são uma excepção. Este tipo de crime continuar a matar pelo mundo fora e curiosamente foi em Portugal que um brasileiro veio morrer, vítima de um crime semelhante: Gisberta não morreu no Brasil; morreu à porta de nossa casa!

A LUTA PELO AMOR NO INTERIOR PORTUGUÊS

Descobrir que se ama de alguém do mesmo sexo nas terras do interior português é ainda muito doloroso. O Diário de Notícias publica hoje uma reportagem onde relata a experiência de Ana e Catarina que descobriram em duas pequenas vilas de Trás-os -Montes que o amor pode enveredar por caminhos que ninguem espera. Ana tem 21 anos e Catarina ainda é menor, ainda vai a caminho dos 17. Qual vai ser o futuro destas duas jovens num lugar onde ainda se pensa que a homossexualidade é uma doença.

O BOMBO DA FESTA


«A sociedade portuguesa estava a ficar mais aberta e tolerante: com a ajuda de alguns «reality shows», tornara-se consensual a aceitação do homossexual no papel de «Bobo da corte».
Mas o papel que continuava a ser-lhe mais frequentemente destinado era o de «BOMBO DA FESTA».

Há gays portugueses que a troco de alguns euros se têm dado ao papel de bobos para divertir a populaça sentada em frente à TV. Lamentavelmente tem sido uma realidade que tem desprestigiado o movimento homossexual português e os homossexuais lusos em geral. A vida cor-de-rosa não dignifica a comunidade gay. Prestar-se na vida ao papel folclórico de «bicha espampanante» para animar as hostes não passará de uma atitude circense de quem tem falta de auto estima por não perceber que se presta ao papel ridículo que diverte a multidão. Não me choca o efeminado, chocam-me aqueles que não se fazem respeitar nem respeitam os outros quando atiram à cara de todos a sua diferença sem perceber que essa atitude os inferioriza e ridiculariza junto dos outros. Ser homossexual devia ser apenas uma particularidade distintiva, como o é ser-se alto ou magro, negro ou asiático, velho ou novo e não o centro que marca a existência de alguém. No entanto muitos de nós não sabem viver sem transformar a sua diferente opção sexual no centro de tudo o que são e viver em função disso como se mais nada existisse para além da preferência sexual.

Ao clicar no título deste post vão aceder a um artigo de João Miguel Tavares, publicado hoje no DN que revela a atitude da sociedade portuguesa em relação ao caso Gisberta e à homossexualidade em geral.

sexta-feira, julho 14, 2006

AS FAMÍLIAS PERFEITAS...


O nosso presidente lembrou-se, e bem, digo eu, já era tempo de alguém prestar atenção ao assunto, de pôr os holofotes sobre a violência doméstica que é o pão-nosso de cada dia nos lares portugueses. Enquanto pela Europa fora, a estatística diz que a violência doméstica atinge uma em cada cinco famílias em Portugal sobe para uma em cada três. Podia ser pior! Cada caso é um caso, e a situação financeira, os filhos, a situação pessoal falam muito alto na hora de optar entre o abandono do lar e encaixar mais um tabefe, um insulto, uma humilhação...

A velha máxima portuguesa que entoa gloriosa: «Entre marido e mulher não se mete a colher», está a dar as últimas. Os portugueses estão a despertar para o crime público que é a violência dentro do lar contra a mulher, contra as crianças, contra os velhos, contra o marido, porque não?

Há quem aceite uma vida de humilhação e sofrimento, mantendo uma relação que devia ter acabado ao primeiro estalo. A liberdade é um dos direitos fundamentais da vida em democracia, se me perdoam a cínica ironia, mas as crianças Senhor, que pecado cometeram para que a sua vida seja destroçada pela violência, a negligência, o abuso sexual, os maus tratos psicológicos.

Já que Deus não pode acudir a todas, cabe-nos a nós cidadãos ficar alerta e ao primeiro sintoma denunciar. O destino da Joana, da Vanessa, do Edgar, a Letícia, entre muitos outros, não nos pesa um pouco a todos na consciência?

HUM... NÃO VOU TER TEMPO DE IR A TODOS!


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quinta-feira, julho 13, 2006

A FERA E O DONO DA FERA


Israel é uma nação ferida pela História. É um país encurralado geograficamente pelos seus vizinhos a quem conquistaram o território que ocupam e dessa forma conquistaram a inimizade de todos os povos árabes e muçulmanos. É um estado que tem um amante grande e poderoso lá do outro lado. É um povo magoado e orgulhoso do seu passado. Enfim o povo hebreu é um animal ferido e ameaçado que se defende atacando tudo o que está à sua volta sem olhar a quem nem como.

Que direito tem o estado de Israel de retaliar sempre de forma desproporcionada ferindo, matando e destruindo todos os que estão do outro lado da fronteira? Israel não quer ter paz com os vizinhos, muito menos amigos entre eles. Cada vez que o exército judaico actua garante dez vezes mais destruição e morte do que aquela que lhe foi infligida. O governo israelita não sabe o que são inocentes ou culpados: semeia o ódio por onde passa demonstrando que não deseja, nem daqui a muitas décadas viver em paz.

Dois soldados israelitas foram raptados e ninguém no governo de Telaviv ou será que é de Jerusalém, dúvida que os culpados são o povo libanês. Como encara o mundo a atitude de Israel de tornar um país vizinho refém, bloqueado por água, terra e mar, atacado em locais estratégicos (portos, aeroportos, auto-estradas e a própria Beirute)? Com reprimendas iguais às que se dão a meninos que partiram a jarra chinesa lá de casa!
Sinto vergonha de ver que a política internacional tem filhos e enteados e pouca ou nenhuma vergonha.

Ter do outro lado o amante poderoso protector, quer se tenha razão ou não, dá direito a actuar com prepotência sem respeito pela dignidade e soberania de estados independentes.

Ter o mundo comandado por uma única super potência cínica e hipócrita não vai levar o mundo a bom porto.

quarta-feira, julho 12, 2006

ALGARVE TROPICAL?


Hoje o Algarve esteve um forno, mas ontem era quase impossível respirar. O termómetro do carro na Via do Infante chegou a marcar 38,5 graus centígrados. Depois veio uma chuvada tropical e tudo refrescou, bem a temperatura baixou para os 32! Trabalhar assim é torturante! Quem estava na praia e foi surpreendido pela chuva torrencial deve ter corrido para dentro de água e gozado um prazer raro no Algarve que é tomar banho de mar enquanto o seu desabava numa bátega de água absolutamente anormal!

terça-feira, julho 11, 2006

segunda-feira, julho 10, 2006

UM PALMINHO DE CARA CHEGA...

Ao procurar fotos de mulheres de sonho para oferecer ao Ruben confirmei aquilo que sinto no dia-a-dia. Sou muito mais exigente com a beleza feminina do que masculina. Isto é, é-me mais fácil achar um homem com uma beleza acima da média do que uma mulher. Quando me deparo com uma mulher bela sou capaz de parar, de escancarar a boca de admiração, de deixar cair o que tenho entre mãos. Nos homens qualquer palminho de cara e saliência de traseiro me fazem olhar duas vezes para o mesmo lugar.
Quando um dos meus colegas, o mais novo, claro, não consegue passar por um rabo de saia sem comentar as suas formas eu dou comigo a pensar que ele se contenta com pouco. Ele vê coisas que eu não consigo no corpo de uma mulher. Normal, se fosse diferente, muita gente ficaria admirada. Mas o meu conceito de beleza masculina também não é assim tão vulgar. Alguém me diz frequentemente para eu lhe mostrar o meu caixote de lixo. Bem uma coisa é falar outra é aproveitar. Muitas vezes as uvas estão verdes porque não se chega a elas.
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UMA SEREIA PARA PARA TI.

Tenho uma dívida para com o meu amigo Ruben. Ficou roxo de inveja porque eu postei para os meus colegas há alguns dias atrás, a três fotos de mulheres de sonho e mandou-me um mail a chamar-me todos os nomes, ou quase.
No dia do Portugal-Alemanha a E.D.P. fez o favor de ter uma quebra de energia na zona onde mora a minha mãe. Eu estava em casa dela a assistir ao jogo e o Ruben em casa da avó. Ainda o árbitro não tinha apitado para o início do jogo já a energia tinha faltado e o Ruben enganou-me dizendo que ia ver o jogo à Fuzeta. Aproveitou para me fazer ver a injustiça que tinha cometido ao não lhe dedicar uma daquelas sereias a ele. Se sair ao pai vai ser um pinga-amor.
Acabei por ir tentar ver o jogo na Fuzeta a reboque do Ruben. Ele foi enganado e enganou-me a mim: na vila mais próxima também não havia electricidade. Só voltou no início da segunda parte.
Voltando ao Ruben; quero dizer que sou um dos seus grandes admiradores. Para mim ele é um daqueles adolescentes que estão em vias de extinção. Já não se encontram jovens como ele: imaginativo, envolvido, empreendedor, esperto, e trabalhador, amigo, e um coração nobre, bem formado como há cada vez menos. É responsável e tem um grande futuro à sua frente. Vai entrar para a universidade, vai arranjar namorada e ter tudo o que merece. E merece que eu lhe dedique a foto que lhe prometi.
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domingo, julho 09, 2006

A FESTA ACABOU...


A festa do futebol acabou sem grandes surpresas. Não surpreendeu ver que a Europa é um coro desafinado quando estão em contenda as nações que a compõem. E mesmo quando não competem directamente nem sempre o espírito de Europa é visível. As nações rivais, que se construíram em oposição aos seus vizinhos muitas vezes não se sentem irmanadas pela cultura do continente. A Europa muito dificilmente virá a ser uma unidade socio-cultural e muito menos política.

O futebol demonstrou mais uma vez o seu poder esmagador. O mundo sempre de olho na Alemanha, quase esqueceu os dramas e trgédias e riscos que o consomem e corroem.

A Itália mostrou que a tradição é para cumprir e cumpriu. As dificuldades aumentam o espírito de sacrifício e a garra para lutar. As dificuldades caseiras do futebol italiano ajudaram a unir s selecção. A sobranceria francesa teve a paga devida, com a cereja no topo do bolo com o vermelho directo para Zidane. Foi uma cabeçada digna de qualquer arruaceiro português!... A Alemanha foi premiada pela capacidade de pôr a equipa a jogar para marcar e não para não sofrer como quase todas as outras. Portugal surpreendeu, mas faltou o toque de Midas e um pouco de sorte ou mais ousadia para lá chegar. O Brasil morreu crucificado pelas suas vedetas pouco esforçadas. A Argentina não teve a sorte do seu lado. A Inglaterra foi castigada pela arrogância e mau perder. A Holanda, a minha terceira pátria, deixou-se levar pela violência e não resultou. A Espanha, não teve mais uma vez fúria suficiente e alguma falta de humildade e pouco respeito pelo adversário (Não se insulta o hino nacional do adversário como eles fizeram à França). Os outros fizeram o que deles se esperava, com excepção da Austrália, que mostrou o grande treinador que é aquele holandês. A África tem que esperar pelo seu mundial para brilhar, outra vez. A Ásia foi há quatro anos. O México, foi igual a si próprio. E a Polónia, a República Checa, a Croácia e a Sérvia, curiosamente as selecções vindas do antigo bloco de leste, foram todas eliminadas na primeira fase.
Nestas manifestações desportivas, cada vez mais, quem faz a festa são os adeptos das equipas e menos os jogadores. Falando de futebol tudo foi muito básico, sem brilho, nem glória. Não há um nome que fique para a História. Não se consagrou um Pélé, um Eusébio, um Maradona, ou um Platini... Podia ter brilhado um Zinedine Zidane, mas decidiu cabecear o adversário em lugar da bola e borrou a pintura no seu último jogo. Triste!

sábado, julho 08, 2006

LUÍS FIGO





Um grande futebolista, um grande capitão, um grande homem, um português exemplar despediu-se hoje da selecção nacional. Ficará na memória dos portugueses como ainda lá mora Eusébio. Uma referência para os portugueses pela inteligência, pela abnegação, pela vontade de vencer.

Obrigado Luís Figo pelo exemplo de homem que foste. Para nós nunca foste o «pesetero».

sexta-feira, julho 07, 2006

PARADA DO ORGULHO GAY EM LISBOA


Não é defeito dos gays portugueses, é reflexo da atitude do país quando tem que se incomodar, e sair à rua para defender os seus interesses.

Três centenas de pessoas desfilaram pela Avenida da Liberdade na marcha de orgulho G.B.L.T. da capital portuguesa! Ridículo! Lamentamos nós que as autoridades portuguesas não legalizem os casamentos gays, a adopção de crianças por casais homossexuais, que se empenhem contra a descriminação, etc. Olhamos com inveja aqui ao lado o progresso de mentalidades e de direitos que os espanhóis conseguiram em dois anos, mas esquecemos que a parada gay de Madrid teve mais de 1 milhão de participantes.
Dar a cara tem os seus custos, mas também as suas vantagens. Eu nunca me desloquei a Lisboa para participar em nenhuma; talvez o faça nos próximos anos, mas onde foram os milhares de gays da capital e arredores que enchem os bares do Bairro Alto e as páginas do Gaydar.
Incomodar-se para sair à rua é mais difícil. Não culpem o país não ter uma mentalidade mais aberta, enquanto nós não nos damos ao trabalho de ajudar a mudar essa mentalidade.

UM PESADELO ESTRANHAMENTE TRANQUILO!


Não é habitual recordar os sonhos que tenho. Dormi a noite passada com o Shwasy como um anjo sem asas. Estava extenuado da semana de trabalho que não correu lá grande coisa, a saúde também não ajudou, a desilusão do futebol veio a acompanhar e assim cheguei ao fim-de-semana com vontade de ir beber um copo, ver gente gira, sair da rotina...

Deitamo-nos por volta das 3 da manhã. Lá fora a noite estava quente e tranquila e o cansaço mais que muito pesava no corpo. O que queria registar aqui era o sonho que surgiu pela madrugada. Só o recordei há hora de almoço quando uma imagem de uma revista que folheava me avivou a memória.
Sonhei então com toda a nitidez que ao passar a porta vi uma cobra rastejar pela sala vazia de minha casa. Ao aproximar-se sentiu-se ameaçada e de uma forma agressiva levantou a cabeça e abriu a boca na minha direcção. Sem qualquer tipo de receio aproximei-me mais, agarrei-lhe o rabo e depois a cabeça que continuava a silvar de boca aberta para mim. Ao agarrá-la, não receei, apesar de a sentir ameaçadora. Os seus olhos não pareciam inimigos. Havia na serpente algo que não me deixava ter medo. Com calma dirigi-me com o réptil para a porta, para o soltar no jardim, quando vejo o Shwasy sentado no único móvel que ocupava a sala, uma cadeira de balouço. Sabendo o pânico que ele tem de cobras virei-a em jeito de brincadeira na sua direcção, mas para minha surpresa, ele também ficou tão calmo quanto eu estava. Não reagiu como eu esperava. Afastei-me em direcção à porta e não recordo mais do que devia ser um pesadelo, mas foi um sonho agradável.

Não sei interpretar sonhos. Só sei que eles reflectem as nossas ansiedades, tensões e preocupações, não são uma premonição antecipadora da realidade, nem repetições de acontecimentos passados.
Não sei que pensar desta estranha tranquilidade perante algo que devia temer!

quinta-feira, julho 06, 2006

UM ESPELHO PARA A NAÇÃO


Juro que assim que acabar o campeonato do mundo de futebol não mais tocarei no assunto até que valha a pena voltar a ele. Que grande verdade ao estilo Monsieur de La Palisse! É verdade, mas prevejo que lá para Maio ou Junho do próximo ano se justificará voltar ao tema.

Por hoje vou voltar ao tema não para carpir as mágoas da derrota, mas para olhar este fenómeno como gosto de vê-lo: como fenómeno de representação. Dizia Francisco José Viegas, hoje na Antena 1 que o futebol é uma manifestação de representação. Os onze jogadores que entram em campo são considerados a representação de um povo. Eles tomam nos seus pés o sonho de um país inteiro como se o futebol fosse o mais importante que há no mundo.

Os portugueses projectaram-se naqueles jovens desejosos que eles redimissem no futebol, em contenda com as mais poderosas nações do mundo, as suas frustrações, dificuldades e humilhações no quotidiano difícil que é a realidade nacional nos últimos anos. Os craques da nossa selecção superaram-se, comandados por um maestro vindo do outro lado do Atlântico, chegaram a tocar a presença na final, naquele penalty, que Ricardo quase voltava a defender. Mas a tradição cumpriu-se nas vitórias contra a a Holanda e Inglaterra e na derrota contra uma das bestas negras da nossa selecção: a França. A outra é a Itália que não vamos encontrar na final. Já a Alemanha, se a tradição se cumprir, nos permite ter esperança no 3º lugar.

Mas eu queria falar da representação que falava Francisco José Viegas e aí os nossos jogadores representaram Portugal com dignidade, e também aí os representaram com alguns dos seus defeitos. Mostraram garra, empenho, capacidade de luta, sabedoria, paciência, trabalho de equipa e imaginação. A partir de certa altura a selecção nacional começou a ser acusada de arruaceiros, de «fiteiros» e simuladores de faltas, agressivos e de falta de fair play. Se não reconheço a falta de fair play da equipa portuguesa, no que diz respeito a transformarem a grande área numa piscina de mergulho, já a conversa é outra. No jogo de ontem isso aconteceu, com jogadores a tentarem enganar o árbitro. Na derrota os portugueses, menos que em tempos passados tentaram culpar o árbitro, a FIFA, a sorte... Não culpam a falta de pontaria, nem a falta de faro pela baliza que a selecção revelou ao longo do campeonato e ontem mais do que antes.
Agrada-me que algo parece ter mudado: não passamos do 80 para o 8 com a derrota. Afinal estar entre os 4 melhores não é todos os dias que se consegue, nem é qualquer sector da vida nacional que o alcança.

O país viu-se ao espelho, o país viu-se projectado no desempenho desta selecção? Não os portugueses sabem que eles ficaram muitos furos acima daquilo que nós somos como povo. Eles foram uns vencedores; nos vamos continuar acomodados tentando fintar o trabalho, o fisco, os estudos, a segurança social na esperança que o árbitro marque penalty ou pelo menos livre à entrada da grande área que nos permita marcar o golo que nos vai dar a vitória quer ela seja justa ou não! Que interessa?

quarta-feira, julho 05, 2006

OBRIGADO!


Aos 23 + 1 que alimentaram o sonho de todos os portugueses de ver Portugal campeão do mundo de Futebol o nosso mais sinsero obrigado.
Que o exemplo de luta e entrega desta selecção possa ser um exemplo para que cada português. As vitórias, sejam elas de que tipo forem conquistam-se com empenho, dedicação e muita vontade de ganhar.
VIVA PORTUGAL