sexta-feira, julho 14, 2006

AS FAMÍLIAS PERFEITAS...


O nosso presidente lembrou-se, e bem, digo eu, já era tempo de alguém prestar atenção ao assunto, de pôr os holofotes sobre a violência doméstica que é o pão-nosso de cada dia nos lares portugueses. Enquanto pela Europa fora, a estatística diz que a violência doméstica atinge uma em cada cinco famílias em Portugal sobe para uma em cada três. Podia ser pior! Cada caso é um caso, e a situação financeira, os filhos, a situação pessoal falam muito alto na hora de optar entre o abandono do lar e encaixar mais um tabefe, um insulto, uma humilhação...

A velha máxima portuguesa que entoa gloriosa: «Entre marido e mulher não se mete a colher», está a dar as últimas. Os portugueses estão a despertar para o crime público que é a violência dentro do lar contra a mulher, contra as crianças, contra os velhos, contra o marido, porque não?

Há quem aceite uma vida de humilhação e sofrimento, mantendo uma relação que devia ter acabado ao primeiro estalo. A liberdade é um dos direitos fundamentais da vida em democracia, se me perdoam a cínica ironia, mas as crianças Senhor, que pecado cometeram para que a sua vida seja destroçada pela violência, a negligência, o abuso sexual, os maus tratos psicológicos.

Já que Deus não pode acudir a todas, cabe-nos a nós cidadãos ficar alerta e ao primeiro sintoma denunciar. O destino da Joana, da Vanessa, do Edgar, a Letícia, entre muitos outros, não nos pesa um pouco a todos na consciência?

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