sábado, julho 22, 2006
UMA NOITADA CURTA, MAS SABOROSA
O desafio veio em tom irrecusável por telemóvel: - «Vamos sair esta noite?» Olhando para os dias que passavam sempre iguais longe do trabalho habitual, mas sem falta de trabalho, não pensei e aceitei sem perguntar aonde. O convite veio da «Gaja», lembram-se? Cliquem no título para relembrar um post antigo com este nome «A Gaja», e compreendam porque era irrecusável. - « Onze horas na minha casa?» - «Ok, às Onze». Eram onze horas e estava eu ainda a chegar à minha com um duche por tomar e roupa por mudar. Sim porque não se sai com a «Gaja» vestido com qualquer trapinho! Ainda por cima para o lugar onde íamos beber o tal copo. Estava uma hora atrasado! Mas há obrigações matrimoniais que têm que ser cumpridas, isto porque em caso de divórcio não há pensão de alimentos, nem amante para chorar no ombro. O melhor é zelar pelo matrimónio que depois de tantos anos ainda é o melhor que temos em tempo de crise. Apanhei-a quase em andamento á porta de casa, e depois de voar baixinho pela A22, não perdemos tempo a chegar ao bar onde o melhor vocalista do mundo já cantava, em pose algo alentejana, um tema que eu identifiquei, claramente, como sendo dos «Xutos...»
O saudoso exilado do Carvoeiro já desesperava, sentado ao lado da sua companheira, desesperando pela nossa chegada. Ele nem imagina como eu os gosto de ver juntos, serenos e felizes. Ele, pai galinha, filmou a primeira representação da filhota: uma aranha pequenina, na festa de encerramento do ano escolar. Trabalhei por ele nesse dia para que essa felicidade fosse possível. Fiquei feliz por saber que ajudei a fazer feliz, aqueles três. Espero agora oportunidade para ver a actriz em acção. Dizem as más-línguas que fez um enorme close up da filha. Enfim!
Tirei uma semana de férias e desde Sábado que não estava com eles, excepto ao telefone com a «Gaja»: muito trabalho, muitos problemas, muito stress, muitas saudades minhas! Gosto sempre de os ouvir dizer que tiveram saudades e que estão desejosos que eu volte, apesar de saber que é só graxa. Sempre é mais um para trabalhar, dá jeito. O resto, sabe Deus como passam bem sem mim! Mas vou continuar a fazer de conta que acredito na história das saudades.
Continuando: a minha «Gaja» estava desejosa de sair e tomar um copo. Imagino que foi uma semana cheia e longa, sem mim por perto e tudo se torna mais difícil!... O esposo não veio, mas sabe que ela quando está comigo está com deus. É como sempre a animadora de serviço. Bem disposta, estava deslumbrante de «Puta Madre»ao peito, até pareciam mais vistosos os ditos cujos, a sua presença é uma mais valia em qualquer momento. «É a melhor coisa que tenho no mundo».
O vocalista do grupo é o benjamim da nossa equipa, mas talvez de momento a sua principal atracção. Penso que já o afirmei noutro post que faz tempo que não descobria alguém com uma formação humana deste calibre. A sua companhia toca-nos pela simplicidade e simpatia, sentido de humor, pela presença honesta e desenvolta, pelo sentido humanista e a maturidade que demonstra na condução a sua vida e pelo equilíbrio perfeito entre ossos, músculos e textura da pele que Deus lhe deu.
O Shwasy chegou já tarde (as obrigações profissionais não perdoam em finais de Julho), mas chegou a tempo de aproveitar um pouco do bom ambiente que se vivia por ali e tomar uma vodka laranja para descontrair e ajudar a animar ainda mais os minutos que faltava para irmos embora. Não perdeu oportunidade de demonstrar o seu domínio perfeito do calão ao que a sua interlocutora, a tal da «Gaja» não se esquivou e respondeu à letra. Enfim, o habitual quando matam saudades um do outro. Parecem irmãos de sangue, na capacidade que têm de fazer a conversa baixar de nível e subir de interesse.
A noite foi curta, mas valeu a pena a correria de 150 km. Há poucos amigos que me fazem sentir tão bem como a companhia deles. Cada vez mais prefiro a companhia dos nossos amigos que nada tem a ver com o meio homossexual. Cada vez mais eles estão em maioria. Têm vindo a ocupar um lugar central nas nossas vidas. É sobretudo com eles que jantamos, que festejamos, que tomamos um copo, que saímos, enfim com quem nos sentimos bem.Os amigos gay, que também são alguns, resumem-se às conversas nos bares gay em noites mais longas e mais bebidas. São encontros ocasionais. Não se combinam, sabemos que estarão lá, e é lá que a confraternização acontece. Raramente essas amizades saltam do bar para outros espaços. Acontece que estas amizades, com algumas excepções, ficam-se pela rama. A futilidade das conversas de balcão impedem que se façam verdadeiros amigos nestes lugares. O foco na procura de sexo e a maledicência que sobrevoam estes ambientes contrariam grandemente aquele que é o desejo fundamental de quem frequenta os lugares de ambiente gay: a fuga à solidão, fazer amigos, que é normalmente confundida com a busca de sexo, puro e duro! Por isso essas amizades acabam por não sair da porta do bar.
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