sábado, julho 29, 2006
OS ANJOS TÊM ASAS DOURADAS
Voltando à «vaca fria», excelente expressão dos nossos irmãos brasileiros para definir um problema pendente que ninguém sabe bem como lidar com ele.
Tenho-me sentido nas últimas semanas retroceder no tempo até aos primeiros anos da minha adolescência, quando as hormonas começavam a percorrer o sistema circulatório e despertar desejos e emoções até então desconhecidos. O primeiro amor adolescente teve por alvo uma menina doce e linda que fazia parte do meu rol de amizades. Ela era linda e quase inacessível, pois o número de rapazes que a rodeavam eram tantos que um miúdo tímido e pouco atrevido como eu não teria grandes hipóteses. Eu tinha a vantagem de poder privar com ela fora do ambiente escolar, logo longe da concorrência. O meu sentimento por ela crescia e intensificava-se gradualmente. Sentia-me estranho perto dela, gostava de conversar, de a olhar, de lhe sentir a proximidade. Mas foi também nessa ocasião que me apercebi que era apenas isso que eu queria dela: ter a sua atenção, ouvir a sua voz, privar com ela como dois amigos que gostam de estar um com o outro. Não sentia por ela nada mais que isso. Era o que definiam como amor platónico. Seria? O meu desejos mais carnais, para surpresa minha, encaminhavam-se noutra direcção, como é do conhecimento geral.
Então temos um amor platónico, não correspondido, por uma rapariga linda, mas quase inacessível e que na realidade eu não desejava fisicamente.
Dizem, por aí que a História se repete. Pois digamos que esta história se está a repetir na minha vida, com outros contornos, mas com muitas semelhanças. Sinto um «estranho» sentimento por alguém que estando muito próximo me é inacessível e que eu verdadeiramente não desejo ter mais do que a sua presença e amizade. Um rapaz de quem eu podia ser pai, lindo de morrer, despertou em mim este sentimento platónico, que é uma mistura de carinho e paternalismo. E é assim talvez porque desde o primeiro momento senti que ele ia mexer comigo, mas não poderia passar de um sentimento que puramente deseja que ele alcance a felicidade que deseja, ainda que próximo de mim.
A minha vida sexual tem algumas regras de que não penso abdicar nos próximos tempos: menores de 18 anos estão fora de causa, heterossexuais não fazem parte das possibilidades, não uso ninguém como objecto sexual, não me deixo usar como objecto de prazer de outros, só mantenho relações sexuais na presença do meu «advogado», isto é, do Shwasy e não forço ninguém a tê-las contra a sua vontade e não abdico de sexo seguro. Ora, o alvo deste sentimento é um heterossexual, que procura um amor que lhe preencha as suas carências afectivas e satisfaça as suas pulsões sexuais, logo, não preenche dois dos requisitos que regem a minha vida sexual: não faço sexo com heteros, não uso ninguém como objecto de prazer, nem pretendo ser usado como tal. Ponto final. Nada me fará abdicar destes princípios. Aliás tudo o que verdadeiramente desejo é que ele seja feliz tanto no amor como na vida, porque o merece plenamente.
Etiquetas:
Amor,
Homossexualidade,
Pessoal
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