sábado, julho 29, 2006
RAZÕES QUE O CORAÇÃO DESCONHECE?
Quando os instintos e as emoções se sobrepõem ao racional parece-me fundamental tomar um banho de água fria e parar para pensar, quanto mais longe melhor, do «objecto» que nos acelera o coração e nos tolhe a razão. Aviso desde logo que apesar de poder parecer este tem muito pouco a ver com o post anteriror.
Sou conhecido por dar primazia ao racional em desfavor do emocional, de tal forma que tenho tendência a pôr água na fervura das emoções e a ter uma atitude moralista. Para muitos sou uma seca, mas esta postura tem o condão de trazer de volta as pessoas à terra e antecipar emoções negativas que são consequência das positivas impensadas que sempre se antecipam.
Antes de entrar no delírio das atitudes instintivas e emocionais é conveniente pensar se estamos preparados para arcar com as repercussões dessas atitudes. Estamos emocionalmente preparados para o «day after»? Na maior parte das vezes não e o que foi um rasgo de prazer e felicidade passageira transforma-se num penar de sofrimento por muitos e muitos dias. O coração é um animal danado e mete-nos em sarilhos impensados. Quando embarcamos numa escapadinha estamos preparados para o que vem a seguir. Normalmente não. Irreflectidamente, o coração diz-nos que ninguém vai saber e que não se voltará a repetir e nada vai mudar. O pior é que muitas vezes não é assim, o segredo cai por terra e a tendência é tentar repetir o que torna tudo mais difícil. Quando existe uma relação firme com compromissos assumidos perante Deus e a sociedade, quando os filhos e o património nos unem para todo a vida, quebrar a fidelidade e as regras acordadas, por dá cá aquela palha ,pode ser a pior tolice da vida. Os anos passam e os casamentos tornam-se monótonos e com pouco sal, mas será que é hora de por tudo em causa quando se perspectiva uma relação esporádica e sem futuro? Não. Mais vale preparar o casamento para uma relação baseada na honestidade, mudar as regras de comum acordo, se possível, abrindo-a a outros conceitos para o salvar do que cair na infidelidade pressupostamente inconsequente.
O dia seguinte pode ser tremendamente doloroso, não só para nós, mas sobretudo para aqueles que amamos. Se não nos preparamos para assumir as consequências dos nossos actos, mais vale não os praticarmos.
O que é uma noite de prazer comparada com uma vida de remorso? Sou um moralista nato. Sou um chato! Mas eu não sou casado, não fiz votos de fidelidade, não tenho filhos, não tenho património comum e as minhas infidelidades são feitas na presença daquele com quem compartilho a vida há já 9 anos.
Sobreponham a cabeça racional, sobre a emocional que só funciona quando estimulada e não é boa conselheira, antes gosta de pregar partidas, e ficar a rir dos resultados.
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1 comentário:
Quando comecei a ler, deu-me imensa vontade de comentar, escrever... Chegada ao fim, fiquei sem palavras, 'muda' mesmo!
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