terça-feira, fevereiro 28, 2006

O CARNAVAL DOS HOMOFÓBICOS


Psicóloga
genecanhoto@hotmail.com
Joana Amaral Dias

1. A homossexualidade não é natural, como a pílula ou os canais televisivos para adultos. Aliás, toda a sexualidade humana não é natural, já que a espécie copula de Janeiro a Dezembro, coisa rara e nunca vista, mesmo nos primatas superiores. Vejam se o orangotango, o macaco rhesus e o chimpanzé lá são capazes de tais proezas;
2. O casamento de homossexuais destrói a instituição. Os divórcios, as separações e as uniões de facto, também. Exceptuam-se as anulações decretadas pelo poder papal que servem para proteger e dignificar o matrimónio;
3. O casamento é uma instituição milenar, logo não pode ser alterado, devendo manter-se a subjugação da mulher. Exceptuam-se os malvados da Igreja Anglicana, que mudaram os seus bons costumes graças às urgentes paixões de Henrique VIII, o que custou a cabeça a Thomas Moore. Face ao matrimónio, não há utopia que nos salve;
4. O casamento de homossexuais cria um precedente para todo o tipo de comportamentos inaceitáveis: poligamia, incesto e o enlace nupcial com animais. Estudos empíricos mostram que a assunção da homossexualidade conduz a uma inevitável exposição pública de bizarrias, como um coronel inglês beijando na boca uma caniche, em Trafalgar Square. Cada vez que se muda uma prática civilizacional, passa a valer tudo. O sufrágio universal foi acompanhado pelo direito de voto dos recém-nascidos, dos animais e das plantas. A abolição da pena de morte implicou o passeio impune dos assassinos. O fim da escravatura levou à saída dos porcos dos currais.
5. O casamento de homossexuais não deve ser legalizado porque, sendo recente em vários países, não podemos aferir as suas consequências. A mesma razão deveria ter impedido essa coisa indesejável chamada Revolução Francesa, que introduziu conceitos como Liberdade (!), Igualdade (!!) e Fraternidade (!!!), noções que até aí não tinham sido experimentadas;
6. O casamento homossexual não pode ser válido porque não gera bebés. Tal como os casamentos de casais inférteis, idosos ou casais que simplesmente não querem ter filhos;
7. O casamento homossexual deve permanecer interditado porque duas pessoas do mesmo sexo não podem educar crianças. Como se sabe, todos os homossexuais são filhos de homossexuais. Do mesmo modo, devem ser proibidas as famílias monoparentais, mesmo em caso de viuvez.

Diário de Noticias, 27 de Fevereiro 2006

http://dn.sapo.pt/

domingo, fevereiro 26, 2006

OS BAIRROS DA MOURA, AS CASAS PIA E AS OFICINAS DE SÃO JOSÉ QUE NOS ENVERGONHAM


O estado português, ou melhor as ilustres cabeças bem pensantes que governam e têm governado este país... ou melhor ainda, o sábio povo português: eu, tu, os vizinhos, os amigos; todos nós temos deixado que os cidadãos, a quem a vida não sorriu, sejam acantonados em guetos, pelo país fora. Os pobres, os imigrantes, os desajustados da sociedade têm vindo a ser progressivamente arrumados em Vilas D´Este, em Casas Pia, em Oficinas de São José. Assim as nossas consciências ficam tranquilas, porque fizemos algo pelos mais desfavorecidos e vemo-nos como verdadeiros cristãos benevolentes e compassivos. Demos casas a quem vivia em barracas, demos escola a quem brincava na rua, demos pão a quem comia restos. Vamos dormir descançados porque melhoramos a vida daqueles para quem a vida foi madrasta. Amén!

Esquecemos, depois como se vive nas vilas d`Este que proliferam pelo país, como se protegem as crianças das casas pias e como se educam os adolescentes que aprendem nas oficinas de São José. A vida que proporcionamos a uma enorme percentagem dos nossos concidadãos é degradante e miserável. Claro que não temos a culpa toda, quem lá vive também não é inocente.

Finalmente quando espreitamos para dentro destes guetos apercebemo-nos do barril de pólvora que criamos do outro lado da rua. Quando nos deparamos com os seus habitantes na cidade e somos roubados, assaltados, maltratados, insultados por eles, organizados em gangs de marginais, acusamos o governo, as autoridades de não terem mão no país. Sentimos a ameaça e temos medo. Mas nunca nos revoltamos contra a construção de bairros sociais e instituições para jovens desprotegidos onde se agrupam pessoas que juntas não tem outro remédio do que organizar-se e vir para a cidade reclamar de forma violenta aquilo que lhe foi negado ao serem marginalizados em lugares e instituições que marcam para todo o sempre quem neles vive.
É urgente inverter a trajectória: pessoas com problemas socio-económicos não podem ser enviadas para espaços onde o estigma as marcará e impedirá que daí voltem a sair. Porque não ajudar os mais desfavorecidos integrando-os nas cidades, em casas, escolas, e instituições «normais» que não os marquem negativamente, nem os obriguem a organizar-se em gangs de delinquentes para reclamar a vida que lhes foi negada, roubando e ameaçando a segurança das populações?

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

ESCOLAS IMPERFEITAS


A propósito do encerramento de escolas do ensino básico, prometido pelo governo para o Portugal das pequenas aldeias, as reacções que a medida tem vindo a provocar fazem-me lembrar levemente as reacções dos mulçumanos às caricaturas de Maomé. Vão-se afinando ensaios de manifestações e actos de revolta que o país urbano não compreende tal como o ocidente não compreendeu a indignação do povo islâmico. Não resisto a referir o argumento de um pai para discordar do encerramento da escola do seu filho: dizia ele - «Querem fazer os petizes irem a vomitar nos autocarros até à escola; tantos quilómetros!»

Argumento simplesmente avassalador!

Os portugueses que se aventuraram por mares desconhecidos, repletos de monstros, em busca de outros mundos, em tempos idos, hoje, parte deles dedicam-se meticulosamente a plantar couves no quintal lá de casa. A população portuguesa é pouco móvel, não viaja, não sai da sua aldeia. Quando muito vai à sede de concelho na camioneta da carreira e volta, quanto mais depressa melhor, porque as galinhas têm fome e as couves sede. Ainda hoje, basta conduzir umas dezenas de quilometros em direcção à serra algarvia para encontrar quem nunca tenha visto o mar! Pelo país interior, a cena repete-se com insistência.

Somos um país de emigrantes. Conheço muitos e confunde-me verificar que muitos dos que viveram por essa Europa fora, quando voltaram e construiram a sua casinha e compraram a sua hortinha, não voltaram com uma visão do mundo mais aberta do que aquela com que sairam. Mais parece que nunca cruzaram a fronteira e sempre labutaram na aldeia que os viu nascer. Não é que não tivessem contactado com outras culturas e outros modos de ver o mundo, antes esqueceram, e ignoraram porque repudiaram o que viram. O aldeão acredita que a sua moral e a sua forma de vida está de acordo com as leis de Deus e da natureza por isso não tem nada a aprender, nem adoptar os hábitos dos outros, repetir os seus preceitos ou pactuar com a sua moral. O emigrante não se misturou. Por isso regressam com a mesma visão curta do mundo com que sairam. O mundo rural preserva, a todo o custo, o provincianismo da sua forma de estar porque a crê, moral e eticamente, superior.

As famílias do interior rural tem dificuldade em aceitar que os seus filho, crianças indefesas e frágeis possam ser levadas dias inteiros para a cidade, longe dos seus olhos e dos seus cuidados onde abunda a falta de valores e uma moral duvidosa. O mundo ideal é a aldeia, a vida ideal é a que reforça os laços familiares onde as crianças são protegidas das garras da cultura decadente do mundo urbano. O governo pode contrapor a necessidade de socialização, de convívio, de novas experiências, das brincadeiras com outras crianças, mas esse argumento não é apreendido pelos pais. Esses argumentos, que para nós parecem lógicos, na defesa do encerramento de escolas onde aprendem as primeiras letras um, dois, cinco, dez alunos, isolados, são razões mais que válidas para lutar contra a medida governamental. Se não fosse ridículo as populações usariam esses mesmos argumentos para se opor à vontade da ministra da educação.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

NOTÍCIAS CHOCANTES


O Algarve amanheceu frio e chuvoso. As rádios locais falavam, mesmo na possibilidade de voltar a nevar no topo das serras algarvias. Chovia quando saí de casa. Já com os minutos contados, para fazer os 74 quilómetros que me separavam do momento de abrir a porta da estação, liguei o auto-rádio na Antena 1. Eram 8 horas e o serviço noticioso iniciava com uma notícia chocante: um grupo de jovens adolescentes tinha morto ao pontapé e à pedrada um sem-abrigo de 40 anos, conhecido travesti da cidade do Porto. Depois voltaram ao local do crime e jogaram o cadáver para um fosso. Fiquei consternado e pensei que sociedade é a nossa que solta na rua bandos de crianças capazes de cometerem crimes medonhos como este? São crianças negligenciadas, sem esperança numa vida digna, sem igualdade de oportunidades, sem «família», sem estabilidade emocional, sem tanta coisa?... Mas pergunto eu: somos crianças até que idade? Não somos adultos quando vamos para os parques das cidades, ganhar dinheiro, vendendo serviços sexuais. Não somos adultos quando roubamos o carro do vizinho? Não somos adultos quando matamos um homem debilitado, sem abrigo, descriminado por ser travesti? Só deixamos de ser crianças quando a lei manda, então mude-se a lei que eu quero ser criança até morrer.

Mas as notícias chocantes não ficavam por aqui. Ao abrir o jornal, enquanto repunha os níveis de cafeína no sangue, li o que Teresa e Lena estão a passar neste momento. Os vizinhos que até há pouco não se tinham mostrado incomodados com a sua presença na aldeia de Oiã apresentaram-se à porta de sua casa para as injuriarem e ameaçarem por fazerem barulhos estranhos à noite e incomodarem os vizinhos. Indignei-me com o rol de invenções sobre a sua conduta moral e social, fruto da imaginação colectiva de gente ignorante, movida por preconceitos homofóbicos. Só faltou afirmar que elas comem criancinhas ao jantar, lá em casa. A maldade fruto da ignorância e da intolerância ainda faz carreira por este país fora.
Imaginei os meus vizinhos a baterem-me à porta e acusarem-me de os perturbar à noite com barulhos estranhos, de receber muitos homens à noite, de ser muito escandaloso e não me privar de nada, de má fama, de dever e não pagar, etç, etç... Estremeci! Mas algo me diz que no Algarve, no litoral pelo menos, uma reacção semelhante é altamente improvável?
A Lena e a Teresa apresentaram queixa na polícia por injurias e ameaças.
A homofobia está agarrada à pele da nossa sociedade e não cai com a chegada da Primavera!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

RENÚNCIA

Como nunca vieste, já não venhas.
O mais rico tesouro é o que se nega.
Ágil veleiro doutros mares, navega
Com as asas que tenhas!
.
Foge de ti, porque de mim fugiste.
Alarga a solidão que me consome.
E apaga na memória a praia triste
Onde eu pergunto às ondas o teu nome.
.
Miguel Torga



Há momentos de fantasia em que inventamos o que podiamos ter sido, quem gostariamos de ter conhecido e, ainda, no que desejamos ter vivido e logo acordamos e concordamos que os «ses» são nostalgia, hipóteses improváveis, condições em teoria!?...


O importante é quem somos, só nos marca quem conhecemos,só vivemos uma vez!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

UMA OUTRA HISTÓRIA DE AMOR...


Fui, finalmente, ver o Filme!
Assisti a um espectáculo de sobriedade e de bom gosto na abordagem de um amor proibido entre dois homens que facilmente poderia descambar para o senscionalismo e voyerismo. Com Ang Lee nada disso acontece. Todos os homossexuais ficam com uma dívida enorme para com este realizador e actores que magistralmente interpretam o papel de cowboys que vivem uma paixão tão maldita e interdita como intensa e verdadeira.
Ao meu lado ficou sentada uma família formada por dois rapazes adolescentes e seus pais, já na casa do 50. O rapaz mais novo argumentava ao intervalo que o filme estava estragado; aquilo só tinha acontecido por força das circusntâncias e porque um deles gostava de homens, não havia dúvidas. O irmão, um pouco mais velho - talvez já com os 16 anos feitos - contrapunha que não, que tinha surgido entre eles amor como surgiu entre ele e a namorada. Muito interessante! Na fila da frente um grupo de gente nova, mas mais madura - pelos 30 - formado por três mulheres e dois homens sentaram-se comendo um enorme balde de pipocas. As três raparigas de um lado; os dois representantes do sexo masculino, lado a lado, do outro. De início uma das raparigas, ria e soltava comentários de teor levemente homofóbico e picava os homens com piadinhas jocosas. Curiosamente, não era correspondida. O resto do grupo assistia concentrado ao filme sem fazer qualquer comentário. Ao reacenderem-se as luzes voltou à carga e perguntou ao amigo mais próximo de si, enquanto se levantavam: - Então, também queres ser «rabo»? fazendo alusão a uma legenda, menos feliz, da tradução, quando os personagens negaram o gosto pela prática do que tinham acabado de fazer. No regresso não voltei a ouvir risinhos nem piadas da rapariga loira?! Alguns casais gays assistiam ao filme com muita atenção. Outros casais e grupos acompanharam o filme em silêncio, respeitando o que viam, sem comentários.
O amor, seja ele de que tipo for é sublime e quando é genuíno ninguém lhe pode ficar insensível nem gozar ou repudiar um sentimento tão nobre, venha ele de onde vier e seja dirigido a quem quer que seja.
Brokeback Mountain vai ficar para sempre como uma referência. Quando se falar de amor homossexual o filme de Ang Lee será sempre referenciado como exemplo, para o defender ou para o repudiar. Uma certeza fica; vai ser difícil falar do tema olvidando um comentário que seja à paixão de Ennis Del Mar por Jack Twist.
Dificilmente quem assitiu ao filme pode continuar a falar do amor entre pessoas do mesmo sexo como um capricho de gente invertida e sem moral.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

FARTO DA NOSSA TELEVISÃO


Quando chego a casa, vindo do trabalho são, mais minuto menos minuto, oito horas da noite. Logo procuro ligar a televisão para acompanhar os «Telejornais» que se iniciam a esta hora. Enquanto me aconchego à casa, que ficou vazia desde manhã, oiço o que as televisões recordam do que se passou durante o dia. Daí a pouco estou farto! Os reporteres e os jornalistas enredam-se durante quase duas horas em notícias de dúvidosa acuidade, reportagens de interesse ambiguo e por aí fora.Portugal vai entrar no Guiness Book of Records por ter os mais longos noticiários televisivos do munQuando chego a casa, vindo do trabalho, são, mais minuto menos minuto, oito horas da noite. do. Depois segue-se uma panóplia de concursos, de programas de humor de qualidade mais que duvidosa a que se segue uma bateria de telenovelas brasileiras ou portuguesas, conforme o canal, que já não tenho pachorra para acompanhar.
Isto para dizer que cada vez gasto menos tempo a ver televisão. Também porque tenho a Net, livros e muitos C.D`s D.V.D`s com excelentes filmes que ainda não tive tempo para ver.Neste momento estou a ver os episódios de uma série, que devia passar na TV em prime time: Queer as folk, na versão americana, que considero de melhor qualidade que a inglesa. Uma verdadeira joia, que, sem paninhos quentes mostra aquilo que é a comunidade homossexual, não só americana, mas de todo o mundo porque os homossexuais, habitem onde quer que seja comportam-se conforme os «arquétipos» que surgem nesta excelente série. Nada se esconde, nada se revela a mais do que a realidade do comportamento dos gays. Ousada quanto baste, verdadeira na essência, sentimental quando tem que o ser, dinâmica suficiente e com muita magia à mistura. Quem a vê, vê o mundo da homossexualidade em todo o seu explendor, no máximo de ternura e crua quanto baste. Uma «obra de arte» representando com todas as cores o que é ser homossexual.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

DEPOIS LAMENTEM-SE QUE A EUROPA VIRA À DIREITA


Aviso, desde já, que o que vou escrever hoje é altamente xenófobo e reacionário. Sempre defendi princípios de igualdade e fraternidade entre povos, nações, raças e civilizações. Mas a minha sensibilidade tem vindo a mudar com a polémica das caricaturas. Sinto-me indignado com a falta de coerência da Europa no tratamento desta questão. A Europa da democracia, da liberdade de expressão, da igualdade, da tolerância que se tem vindo a transformar num verdadeiro albergue espanhol, tem reagido de forma absolutamente estúpida a esta controvérsia. Mais cedo ou mais tarde os europeus vão-se arrepender da forma como os seus líderes se vergaram à violência e obsessão do Islão.

A reacção, mais que exagerada, dos muçulmanos à publicação das caricaturas de Maomé, patrocinada por extremistas islâmicos e pelos próprios governos, como no caso do Irão, e facilitada pelas autoridades do mundo islâmico, não podia ser tolerada e até desculpada pelo Ocidente. Não deviamos ter compreendido a indignação do povo sedento de violência e muito menos que estados autoritários que normalmente não admitem demonstrações públicas de descontentamento contra os seus regimes, que mantém as sociedades amordaçadas por ditaduras bem musculadas, permitiram a destruição de embaixadas, consulados e outros interesses dos países europeus. Invadir uma embaixada, destrui-la, queimar a bandeira de um país simboliza invadir o próprio país e destrui-lo. É exactamente isso que os manifestantes, fanáticos de Alá, fizeram à Dinamarca: querem vê-la destruida. Um jornal não é a nação dinamarquesa, nem o seu povo responsável pelo que os jornais decidem publicar.

Os árabes festejaram a morte em Nova York, em Madrid ou em Londres, como vimos e sentimos a seguir aos atentados perpetrados por loucos belicistas que têm como único fim ver o ocidente de joelhos, vergado e humilhado pelo fanatismo islâmico. Os europeus desculpam-se, envergonham-se e humilham-se por uns desenhos que só passados três meses geraram contestação a ponto de morrerem pessoas por causa delas.

A Europa acolhe milhões de muçulmanos que não se coibem, ao abrigo a nossa democracia e liberdade de expressão, de se manifestar contra os governos que os alimentam com subsídios de desemprego, de subsistência e de acolhimento retirados dos nossos impostos. Revoltam-se contra aqueles que lhes dão emprego, contra os vizinhos que com eles convivem. A cegueira religiosa faz pessoas cordeais e civilizadas cuspir na mão de quem lhe dá de comer. E se a Europa fechasse as portas à imigração do Magreb, do Medio Oriente, em especial da Palestina, se recusasse a entrada aos imigrantes turcos? Quer a Turquia fazer parte da União Europeia para se tornar no Cavalo de Troia do islamismo na Europa? É preciso avaliar muito bem a evolução desta crise para perceber o que fazer.

Neste momento a Europa está humilhada. O islão ganhou esta batalha à custa do medo que incute ao ocidente com a sua violência popular, estatal e terrorista. Breve teremos uma nova batalha para enfrentar; porque quem ganhou a primeira vai tentar uma segunda e uma terceira... Os líderes europeus perderam esta batalha, será que vão perder a segunda ou o povo vai ter que os substituir por outros mais radicais, mais fascistas, mais xenófobos? Se os líderes actuais não defenderem a dignidade e honra do Ocidente outros serão eleitos capazes de o fazer!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

DIA DE CONQUISTA

O dia de S.Valentim mais que um dia para namorar é dia para reconquistar o amor que se crê forte e fiel e talvez seja, apenas, rosa a murchar por falta de corte, de ternura, de sedução, de entrega. Seduzir e entregar-se é o recado que fica para se poder celebrar este dia vezes sem conta, todos os dias.


domingo, fevereiro 12, 2006

UMA QUESTÃO DE LEIS

A ter em atenção quando se parte de férias ou simplesmente em viagem por esse mundo fora. As leis que regulam a homossexualidade, nos diversos países do planeta, vai desde a pena de morte a uma aceitação quase total, protegida por lei, conforme o país e a cidade onde se der largas à imaginação.



Se em alguns países fumar uma broca pode ser um crime magistral; expressar sentimentos íntimos a uma pessoa do mesmo sexo pode ser tratado ainda de forma mais radical. Cuidado com as paixões à primeira mirada!

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O FLAMENGO E O FADO


Enquanto no cinema, em frente, estreava o filme do momento eu, o meu companheiro de viagem e a minha irmã preferimos aproveitar a oportunidade para de ver ao vivo La Leyenda, apresentado pelo Ballet Nacional de Espanha. Agora que Faro tem uma sala de espectáculos ao nível das melhores que há no país, o Algarve tem sido, finalmente, premiado com algumas das grandes iniciativas culturais que chegam aos palcos portugueses. Há bem pouco tempo era necessário ir à capital tomar banhos de cultura, de vez em quando, para fugir à mediocridade cultural da província. Esses tempos acabaram. Mas muitos algarvios ainda não descobriram que os seus programas com as namoradas ou namorados e/ou família podem ir um pouco mais além do que uma visita ao shopping, seguida de um Big Mac e um filme cheio de efeitos especiais digeridos com muitas pipocas e coca cola à mistura. Alargar horizontes, sejam eles de que tipo forem, é do mais estimulante e proveitoso que se pode fazer na vida. O dinheiro gasto no Teatro Municipal de Faro foi, definitivamente, bem gasto, assim a população o saiba usar para o seu enriquecimento cultural.

O Ballet Nacional de Espanha trouxe à capital algarvia «La Leyenda»: o Flamengo no seu máximo explendor. A força e riqueza da cultura espanhola está bem vincada nesta expressão artística. Juntamente com a Tourada - arte que me provoca repulsa - esta é a demonstração do que há de mais genuíno e pulsante na alma espanhola. O desafio, a força, a sedução, o erotismo, do povo espanhol é descrito, pela bailarina de flamengo, sem meias palavras nem erros ortográficos no palco. Lá, o bailarino de flamengo é quase uma força da natureza que marca com o movimento das mãos, com a força dos pés e as ondulações do corpo o ritmo do que é ser espanhol.

A cultura do país vizinho é das mais ricas do mundo. Produziu génios como Picasso, Dali ou Miró, na pintura, Cervantes e Cela na literatura, Gaudi, na arquitectura, Caballé, Domingo ou Sanz na música entre outros vultos da cultura universal nascidos em Espanha. Gosto de Espanha e da forma de estar no mundo do povo espanhol e por isso mesmo não podia deixar de assistir ao espectáculo de dia 9, tal como não perderei no dia 30 de Março a magia de Joaquin Cortêz no mesmo palco. Gostaria que o português fosse mais espanhol e reflectisse na sua criação artística a alegria e a pujança de estar no mundo tal como o fazem nuestros hermanos.

Apesar da admiração que sinto pelo espírito de ser e estar dos nossos vizinhos não há nada que me toque mais fundo do que um poema de Pessoa ou de Torga, um fado na voz de Amália, uma escultura de Cutileiro, um quadro de Vieira ou uma obra de Siza. Ser português é pertencer a uma cultura enraizada no sentimento que se sobrepõe à razão; uma forma de estar assente no eu profundo e não no colectivo eufórico. As expressões artísticas da nossa cultura reflectem uma forma muito íntima de estar no mundo, uma forma única que nos distingue dos outros povos e por isso, e só por isso é a mais genuína Cultura do planeta. Assim ainda que invejemos maneiras mais vincadas e exuberantes de estar no mundo é com a nossa que sabemos ser nós e é com ela que contribuímos para engrandecer a cultura universal.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

PRENÚNCIOS DE GUERRA


O mundo começa a sentir-se desconfortável com a subida de tom entre a cultura Judaico-cristã e a Muçulmana. Pouco a pouco avolumam-se os sintomas de desrespeito mutuo e os insultos de parte a parte tomam proporções alarmantes. De um lado o fervor religioso intolerante que não mede as consequências das suas acções para garantir a integridade da sua fé e a exaltação do orgulho árabe: os actos terroristas, a violência contra os interesses ocidentais, a intolerância religiosa, os ressentimentos antigos de um lado; do outro lado a arrogância da superioridade da democracia e cultura que produzem actos de provocação e desrespeito pelos valores de uma civilização inteira, que considera atrasada e retrógrada.

A polémica que degenerou em violência desmesurada, com a publicação das famosas caricaturas, é mais um passo no sentido do confronto que parece desenhar-se no futuro entre as duas civilizações. Já existem ressentimentos de parte a parte que tornam qualquer nova fagulha num fogo que se pode tornar incontrolável. O 11 de Setembro, o 11 de Março, o 7 de Julho estão bem gravados na memória dos ocidentais. As celebrações a que deram lugar, nalgumas franjas das sociedades muçulmanas, não passaram despercebidas e indignaram o ocidente. O estado de Israel é uma estaca espetada no coração do mundo árabe. A invasão de território árabe por parte do infiel, para garantir o acesso ao petróleo, ninguém os convence que não foi essa a razão principal para a 1ª e 2ª guerra do Golfo, continua ferida sangrenta por sarar.

Perante ressentimentos de ambos os lados da barricada qualquer provocação é motivo para explosões, desproporcionadas, de hostilidade por parte do povo de Maomé ou provocações cínicas e cirurgicas das hostes cristãs. O povo muçulmano está ferido no seu orgulho. As condições em que sobrevive, a ausência de esperança num futuro digno, faz com que tenham na religião o suporte base para a sua existência. Atacar o profeta é atacar o que mais prezam no mundo; é atacar a sua própria razão de existir. E o ocidente tem sabido fazê-lo: desrespeitando os seus valores religiosos, pondo em causa as regras básicas da sua cultura, menosprezando os seus costumes, ridicularizando a sua fé.

No mundo globalizado o que falamos em nossa casa ouve-se na casa do vizinho. Se o conhecimento do outro, normalmente, levaria à compreensão e ao respeito mutuo; entre cruzados e infiéis parece reabrir chagas já curadas e despoletar outras a cada nova desavença. Passo a passo podemos estar a caminhar para posições extremadas e irreconciliáveis, que em último caso, podem levar ao confronto bélico entre os vizinhos do Mediterrâneo.

O governo iraniano, que tem assumido a liderança, parece estar a apostar nesse futuro e por isso quer estar preparado para lutar de igual para igual com o inimigo. O seu programa nuclear parece não deixar dúvidas, do que esta em causa; só assim se compreende que o Mundo o queira parar a todo o custo. Um governo teocrático, liderado por fanáticos religiosos, não pretende desenvolver tecnologia nuclear para fazer bombinhas de Carnaval! Sendo um país que não tem escassez de recursos energéticos para que deseja tanto o nuclear.Do outro lado há sinais idênticos. Georg W. Bush acaba de apresentar o orçamento do estado americano, para o próximo ano, que revela um crescimento anormal dos gastos militares. Não são indícios de paz que se anunciam, quando se reduz os gastos na educação e na saúde para aumentar a produção de armamento! Estamos nos preliminares de uma guerra generalizada ou vamos voltar aos tempos da guerra fria, agora com nova moldura geográfica? Os campos estão a extremar-se. No campo islâmico a moderação e tolerância ao que vem do ocidente não existe. E o Ocidente tem uma atitude tolerante e moderada para os ventos que sobram dos lados do Oriente? A corda estica, estica; vai partir ou alguém vai ceder!?

P.S. O maior jornal iraqniano acaba de lançar um concurso de caricaturas a publicar nas suas páginas durante as próximas semanas. Adivinhem o tema?

Não podia ser outro: O holocausto do povo judeu.
Bingo!!!
O presidente iraniano diz que tal é uma fraude histórica, nunca aconteceu!

domingo, fevereiro 05, 2006

A GRANDE CONSPIRAÇÃO GAY

Acreditarão eles que nos enganam? Que somos tolos, andamos distraídos, não vemos os sinais? Alguém quererá convencer-nos de que isto de desde o início de 2006 se assistir a uma parada de eventos, a nível global, de promoção da homossexualidade é um acaso?
Vejam bem: para a semana estreia um filme sobre cowboys larilas (imagine-se!!!), feito por um chinês instalado em Hollywood, que diz que é de fazer chorar as montanhas do Wyoming; esta semana um par de alegadas lisboetas a viver numa terreola ao pé de Aveiro encenou um megacontecimento mediático, com a sua alegada pretenção de casar (como se fosse possível!!!), levando o BE e a JS a atropelar-se na ânsia de produzir legislação para as contentar. Onde é que já se viu disto, a não ser em Espanha, na Bélgica, na Holanda e no Canadá - e no estado americano do Massachusetts, pronto?
Mas alguém nos quer fazer crer que duas portuguesas banalíssimas, que se vestem na Zara e nem o 12º têm, se lembrariam de um serviço destes sem alguém por trás a manobrá-las, a pagar-lhes o almoço (que não os há grátis, ah pois não) e a regá-las com euros? (Diz que são mas é nova-iorquinas da comunidade gay doSoho, com pós-graduações em estudos lésbicos pela Columbia University, que o próprio Ang Lee mais o Almodóvar e o João pedro Rodrigues ensaiaram durante um ano para passarem por genuínas lusas sem lustros nem verniz, enganando o povo e os tontos dos jornalistas).
O mais incrível de tudo, porém é que há três semanas o Parlamento Europeu aprovou em massa uma resolução contra a homofobia em que entre outras exigências tresloucadas aos Estados membros, como a de tomarem medidas para acabar com a perseguição dos homossexuais (tipo espancamentos, cuspir-lhes na cara e assim), os insta a «adoptar medidas legislativas para pôr fim à discriminação dos parceiros do mesmo sexo em matéria de sucessão, de propriedade, de locação, de pensões, de impostos, de segurança social, etç.». Quer dizer: estão praticamente a impor a equiparação das uniões entre homossexuais às dos hetero! E não é que quase todos os deputados lusos votaram a favor, incluindo os do PS e do PSD? Até o João de Deus Pinheiro e o Vasco Graça Moura assinaram esta enormidade!
Agora digam lá: isto é normal?

Fernada Câncio
fernanda.m.cancio@dn.pt
in Diario de Notícias 04-02-2006

sábado, fevereiro 04, 2006

TOLERÂNCIA ISLÂMICA


É inconcebível que o povo islâmico reaja com a violência que se vê à publicação de caricaturas do profeta Maomé! Não compreendo! Não se pode compreender. Para o islão o Corão e Maomé é mais importante que a vida humana. Mata-se e destroi-se por Alá. O cristianismo já fez o mesmo, em tempos, não nos esqueçamos. Entretanto os séculos passaram; o ocidente progrediu e a civilização árabe ainda está na Idade Média, basta olhar para o calendária mulçumano.

Sinto-me indignado ao ver que aqueles que vivem nas nossas cidades, trabalham ao nosso lado, comem connosco à mesa e usufruem da liberdade que viver em democracia lhes dá, defendam aquilo que os seus irmãos de crença estão a fazer aos interesses ocidentais no Médio Oriente.

Continuam a cuspir na mão que lhes dá o pão. Continuam a odiar aqueles que os acolheram e lhes permitem uma vida digna. Até quando o ocidente vai permitir esta atitude?

Confesso que a minha paciência começa a esgotar-se e só não se extinguiu ainda porque conheço mulçumanos que, em verdade, condenam este comportamento e são pessoas merecedoras de serem nossos vizinhos e amigos.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A ESTUPIDEZ DA LIBERDADE


Na minha modesta opinião, a liberdade de imprensa é um dos pilares das democracias ocidentais e não deve ser posto em causa, sob pena de se abrir uma brecha para que a censura volte a usar o lápiz azul. Sem liberdade de imprensa é necessário rebaptizar o sistema político que aceitamos como sendo o mais justo e coerente criado até hoje. «Censurocracia» talvez, mas não governo do povo!

A liberdade de imprensa deve, contudo ser usada com bom senso no respeito pelo bom nome e valores civilizacionais de pessoas e povos. A provocação gratuita, a ofensa e a conspurcação dos valores religiosos e morais dos povos não é apanágio de liberdade, mas antes de arrogância e prepotência face aos ideais daqueles que não comungam dos nossos. O respeito pela diferença de pensamento e atitudes devia ser ponto de honra da imprensa democrática ocidental.

Não é provocando e desrespeitando que nos tornamos mais livres e democratas. Essa é uma atitude profundamente acefalocrática e prepotente. Se os média ocidentais querem acicatar o ódio islâmico para terem que noticiar, então continuem a publicar tudo o que possa ofender a religião islâmica e o povo árabe sem olhar às consequências. Existem milhares de fanáticos mulçumanos e fundamentalistas islâmicos a aplaudirem as caricaturas de Maomé. É mais uma bandeira para agitar o ódio à civilização ocidental e recrutar mais umas centenas de suicidas para perpetrarem ataques terroristas contra os interesses ocidentais.

Se o objectivo é deitar achas para a fogueira e por o circo a arder; parabéns. Estão no caminho certo. O resultado poderá cair em breve sobre as nossas cabeças!

Não defendo que nos acobardemos ante as ameaças terroristas. Afinal os nossos valores civilizacionais não são para guardar no saco só porque os outros não os professam, mas soltar e deixar andar os demónios à solta não será sinónimo de estupidez?

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

POSSO AJUDAR?


O processo em curso para que o Parlamento, o Governo ou o Tribunal Constitucional acedam em alterar a lei que só permite o casamento entre pessoas de sexo diferente só avançará se estes orgãos de soberania ficarem convencidos que a vontade do povo é que a lei se altere nesse sentido. Não é o barulho de meia dúzia de pessoas que os vai demover a alterar a lei.

A Teresa e a Lena deram a cara; o advogado Luís Rodrigues está disposto a levar o caso até ao Tribunal Europeu dos direitos do Homem, sem receber honorários. E nós que estamos atrás dos ecrãs dos PC`s o que fazemos? Congratulamo-nos pelo que os outros estão a fazer pelo reconhecimento dos nossos direitos ou podemos fazer muito mais? Já pensaram que, mesmo sentados em frente ao vosso computador, podem fazer muito para ajudar a impulsionar este processo? De certeza que há outras maneiras, mas para já a minha sugestão vai no sentido de se encher a caixa de correio electrónico do Partido Socialista e do Governo de José Socrates com e-mails pedindo que o partido e o governo tomem a iniciativa de reconciliar o código cívil com a constituição.

Aqui ficam os sítios na Net para onde podem enviar os vossos e-mails a fazer o pedido:

www.mp.gov.pt/mp/utils/pt/contactar/

www.ps.pt/main.php

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

UM DIA HISTÓRICO!


O dia 1 de Fevereiro de 2006 vai ficar marcado na memória de muitos portugueses como o dia que marcou o início de uma longa caminhada que levará, mais cedo ou mais tarde, à mudança da legislação deste país sobre o casamento, permitindo aos casais homossexuais unirem as suas vida pelo registo, nas conservatórias, da sua decisão de unirem as suas vidas legalmente, com todos os direitos e deveres que esse contrato proporciona. A tentativa de casamento entre a Teresa e a Lena vai, seguramente , ser indeferido amanhã pelo conservador a quem foi apresentado o processo. Não tem alternativa; depois das palavras do Ministro da Justiça, com quem eu estou de acordo. Mas todos sabíamos que este era apenas o primeiro passo. Ninguém comprou foguetes para festejar, pois não?

Aquelas duas corajosas mulheres conseguiram por o país a discutir o tema, contribuindo para esclarecer mentes, acicatar preconceitos ou iluminar espíritos. A repercussão mediática foi monumental. Não houve televisão, rádio ou jornal que não desse destaque à notícia. A TSF fez ao longo do dia dois foruns de discussão do tema. A SIC abriu o seu noticiário das 20 horas com a reportagem do acontecimento, o DN e o Público tinham chamadas de 1ª página e desenvolviam o tema no seu interior. Os média estrangeiros fizeram a notícia correr mundo. Os políticos não conseguiram contornar a problemática e tiveram que se pronunciar a favor ou contra ou talvez! Os constitucionalistas deram opiniões a favor e contra conforme a inclinação política. O BE e a Juventude Socialista apressaram-se a anunciar que vão levar novamente o assunto a discussão na Assembleia da Républica. A polémica era um factor essencial para que o desfecho deste processo venha a ser o que pretendemos e ela está lançada.

Não podemos esquecer que foi desta forma que os gays espanhois conseguiram empurrar o governo para a aprovação da lei que já permitiu que mais de 400 casais homossexuais se casassem, no país vizinho, até ao presente. Na África do Sul o processo foi semelhante, com a diferença que chegou ao tribunal constitucional que se pronunciou pelo direito dos homossexuais ao casamento. Vamos ver se os nossos políticos têm coragem de aprovar uma lei, como fez Zapatero em Espanha, ou vão deixar que sejam os juízes a decidir a favor ou contra, nada é seguro neste processo. O nosso país tem o mau hábito de não pegar o touro pelos cornos. Deixa tudo por meias tintas, falta a coragem de chocar de frente, de provocar cisões e fracturas. Todos querem ficar bem com deus e com o diabo. Este é um risco que este processo corre de acabar num «nim». Podemos chegar ao fim e tudo ficar como dantes, quartel general em Abrantes! Talvez se tenha de chegar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.