segunda-feira, agosto 28, 2006

A WAL-MART APOSTA NA CONQUISTA DO MERCADO GBLT


A Wal-Mart é a maior cadeia americana de distribuição e está empenhada em conquistar os consumidores gay. Contratou uma empresa de marketind conhecida no mercado pelo trabalho feito para este segmento da população, a Witeck-Combs Communications. Está disposta a estender os benefícios familiares dos seus colaboradores aos homossexuais que trabalhem na empresa. A Wal-mart é olhada com disconfiança pela comunidade gay, daí o investimento que pretende fazer para conquistar este público que é muito importante para qualquer empresa dos USA, pela quota de mercado que representa.

domingo, agosto 27, 2006

REINALDO ARENAS


Nasceu na província de Holguín em 1943, Reinaldo Arenas começou por mostrar admiração pela revolução de 1959. Abandonou o meio rural, quatro anos depois e foi viver para Havana para completar a sua formação. Mudou de rumo, deixou agronomia e ingressou na faculdade de Letras onde estudou filosofia e literatura. Não chegou a completar qualquer licenciatura. Pouco depois foi trabalhar na Biblioteca José Martí, onde o seu talento como escritor foi pela primeira vez notado, merecendo o texto, El Mundo Alucinante (1966) uma menção honrosa do Prémio Cirilo Villaverde desse ano. Outros prémios se seguiram. Por essa altura a sua escrita denunciava um certo cepticismo face às características repressivas do regime. A sua vida abertamente homossexual abriu mais tarde conflitos com o estado. Quando exercia as funções de editor da revista literária, La Gaceta de Cuba, em 1973, foi preso, acusado de desvio ideológico por ter publicado no estrangeiro sem consentimento oficial. Conseguiu fugir e tentou sair de Cuba na câmara de ar de um grande pneu. Foi capturado no Parque Lenine e novamente preso. Continuou a escrever, mas o seu sistema de contrabando de manuscritos, para fora da prisão, foi descoberto, e Arenas foi violentamente castigado. Ameaçado de morte, renunciou à sua obra, acabando libertado em 1976.
Em 1980, Reinaldo Arenas abandonou definitivamente Cuba no êxedo de Mariel, no qual saíram da ilha 125 mil indesejados por Fidel Castro. Radicou-se em Nova York, e volta a escrever intensamente. Entre os textos desta época encontra-se a sua autobiografia Antes que Anoiteça, transformado em filme por Julian Schnabel em 2000. Em 1987 foi-lhe diagnosticado um quadro de sida, que depois de três anos de árdua luta contra a doença o levou ao suicídio no seu apartamento de Manhattan.

As edições ASA vão publicar, nos próximos tempos o seu ciclo de cinco romances, Pentagonia. O primeiro, Celestino Antes da Madrugada, já está nos escaparates, o próximo, O Assalto, em Setembro. Ainda sem data de publicação, El Palacio de Las Blanquissimas Mofetas, Outra Vez El Mare e El Color del Verano.

sexta-feira, agosto 25, 2006

SALAS DE CHUTO; SERÁ DESTA?


O governo Sócrates dá mostras de querer mudar a forma de fazer política em Portugal. Os nossos governantes têm desde há longa data priviligiado a acção política do faz de conta. Tomam-se medidas que faz de conta que vão resolver os problemas, mas são só isso um paliativo para dizer ao país que se está a governar. O maior expoente da política do faz de conta tem sido a lei do arrendamento urbano: aprovam-se medidas que durante alguns meses fazem de conta que resolvem o problema, porém quando nos damos conta nada se alterou. Outros exemplos deste tipo de governação são as medidas contra a catástrofe nacional que são os incêndios, as medidas para diminuir os desperdícios na saúde, resolver a questão do insucesso escolar, etc...
A questão é que não há «tomates» para tomar medidas pragmáticas que enfrentem os males de caras ou cortem-nos pela raiz.
O governo aprovou esta semana a lei das salas de chuto ou, mais politicamente correcto a lei das salas de injecção medicamente assistida. Há anos que esta lei está no papel, mas a coragem para a implementar sempre faltou. Agora dizem que vai ser. Vamos ver. Está prática tem a vantagem de tirar os toxicodependentes da solidão das ruas e dizer-lhes que a sociedade está preocupada com eles e os quer ajudar e mais entende a sua dificuldade em abandonar a dependência da droga. É um primeiro sinal de compreensão e de ajuda para a desintoxicação. É também uma questão de saúde pública. A luta contra a sida, e outras doenças infecto-contagiosas passa por evitar o contágio da partilha de seringas.
A implementação das salas de chuto é uma medida corajosa, num país em que as pegas de caras só se fazem nas arenas e com touros, com os assuntos graves que afectam a sociedade as pegas são mais de cernelha.
O governo tem a exemplo do que tem sido feito noutros países mais medidas controversas e pragmáticas a tomar se quiser enfrentar os problemas de frente e governar para resolver os problemas da nossa sociedade.
Será que esta foi apenas a primeira medida tomada com os pés assentes na terra ou seguir-se-ão outras? A questão do aborto, dos casamentos homossexuais, da adopção por casais homossexuais, a inseminação artificial para todos os que dela necessitem, o combate ao alcoolismo, o combate à sinistralidade nas estradas, o combate ao insucesso escolar, serão enfrentados sem rodeios por forma a encontrar soluções funcionais que as resolvam ou vamos continuar a remendar a manta de um lado para logo se romper do outro e ficar tudo na mesma. Desde há séculos que somos especialistas nesta arte de mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma. Os interesses estabelecidos raramente são confrontados com a mudança exigida e são favorecido pela inércia de nada fazer em prejuízo do país que deseja avançar para outro patamar de desenvolvimento e não consegue porque a política da avestruz domina os nossos governantes.

quinta-feira, agosto 24, 2006

E O MAR ALI TÃO PERTO


Escutei na rádio, um dia desta semana, uma estória que me fez pensar muito sobre as nuances da natureza humana. Rezava a estória vivida por alguém que foi instrutor militar numa das ilhas dos Açores que dois dos recrutas a quem dava instrução militar eram oriundos de uma das mais pequenas ilhas do arquipélago: a Ilha das Flores. Os mancebos toda a vida tinham sido pastores. Nunca haviam saído dali. Mas mais espantoso de tudo é que aqueles dois jovens nunca tinham visto o MAR até ao dia em que viajaram para a ilha onde fizeram a recruta militar. Esperaram 18 anos e só não foi mais tarde porque foram obrigados.
Como é possível que alguém que vive numa ilha, de pouco mais de 4 mil habitantes, perdida no meio do oceano nunca tivessem procurado ver o mar? Não era longe, bastava querer. E eles não tiveram curiosidade de ver como era o mar. É quase como andar à noite e não olhar o céu, é estar no cimo da montanha e não olhar a paisagem ao fundo, é mergulhar num recife de coral e não abrir os olhos.

Vivi quase toda a minha vida em frente ao mar, junto à Ria Formosa. Dos dois anos que habitei no Monte Abraão em Queluz, sempre que podia vinha a Lisboa ver o Tejo, enorme, quase mar, ou descia a Cascais para sentir o cheiro do oceano salgado. Mais tarde, tive que ir viver para o Alentejo, para Beja: um oceano de cearas verdes, de terra seca, de flores silvestres a perder de vista, mas nem uma gota de água salgada. Sentia saudades do mar e quase todos os fins-de-semana íamos à magnífica costa alentejana entre Porto Covo e a Zambujeira ou vínhamos ao Algarve.

Como é possível que alguém viva a poucos quilómetros do imenso oceano e nunca tenha tido a curiosidade de saber como era?

DO DIA PARA A NOITE: DESCUBRA A DIFERENÇA

A Amnistia Internacional faz passar na rádio portuguesa um spot publicitário que tem aproximadamente o seguinte teor:

Imigrante africano: «De dia chamam-me: Sr. guarda... à noite: escumalha!»

Imigrante brasileiro: «De dia chamam-me: Dr.ª Sandra... À noite: brazuca, filha da mãe!»

Imigrante de leste: «De dia chamam-me: bombeiro... À noite: vai para a tua terra!»

Um povo que sempre partiu para todo o mundo, incluindo África e Brasil, em busca de trabalho e de uma vida melhor e ainda hoje o fazem, necessita de sensibilização para a forma como recebe os imigrantes?

quarta-feira, agosto 23, 2006

ASSIM NÃO SOBRA DINHEIRO SUFICIENTE PARA A MADEIRA!


O sr. Alberto só dá um chouriço a quem lhe der um porco, e bem gordo. Como as dádivas aos países em vias de desenvolvimento não têm retorno ele defende que Portugal não deve doar dinheiro a estes países.
Portugal foi o 16º maior doador per capita aos paises do terceiro mundo, canalisando as suas contribuições, sobretudo para os PALOP`s.

OS PORTUGUESES MORREM E MATAM POR AMOR


Segundo as estatísticas ocorrem em Portugal 5 crimes passionais por mês. O sangue quente lusitano não se dá bem com efeitos especiais na testa. Somos um povo de brandos costumes, diz-se, imaginem se não fossemos? Um pouco primitivo, não?

segunda-feira, agosto 21, 2006

MEU QUERIDO MÊS DE AGOSTO!

Terminei hoje 5 dias de trabalho esgotantes até ao limite das minhas capacidades. A minha colega, «A Gaja»recuperou as folgas que trabalhou por mim para eu gozar aquela semana de férias perdidas em Julho. Amanhã está de volta e eu vou recuperar a minha sanidade mental, se é que vou conseguir. Comecei às 8.30 fiz só uma hora de almoço, e apaguei as luzes da estação já passava das 21! Enfim, se me baldei algumas vezes ao horário de trabalho durante o Inverno esta semana paguei a minha dívida quase na totalidade.
Acreditem que já tenho ódio de telefones fixos ou móveis, os faxes também são repugnantes e os mails já perderam toda a piada que tinham. Tenho saudades dos telexes! Lembram-se? Não ,os mais novos não se lembram da era do telex. Pois é, não há muito tempo os faxes vieram substituir os telexes. Clientes, turistas, reservas, carros, avarias, ar condicionado, gasolina, Greenway, Citrix, check in e check outs, change-over, cabrios, entre outras são palavras que quase não suporto ouvir pronunciar.
Faz amanhã uma semana que tive um dia muito bom, espero que oito dias depois se volte a repetir. Na Quarta-feira é o regresso ao dias finais de Agosto. Está quase no fim.

domingo, agosto 20, 2006

O CHEIRO A ALFARROBAS MADURAS


O cheiro é dos sentidos o mais misterioso. De um momento para o outro a propósito de um odor inesperado somos transportados para lugares e tempos de que já não nos lembrávamos. Hoje aconteceu comigo:
Vim de Mercedes CLK dos Alporchinhos para Faro. Como o Verão está de volta abri a capota e vim com os respectivos ao vento, que sabe a luxo e a poder, nem que seja só durante a meia hora que dura a viagem. Já o estádio do Algarve tinha desaparecido do espelho retrovisor, preparava o carro para mudar de faixa e entrar na nacional 125 quando sinto o ar inundar-se de cheiro a alfarrobas maduras. Está na época. Talvez já tenham começado a colheita ou a chuva do outro dia as tenha feito exalar aquele cheiro forte que não imagino com o que comparar. O aroma da alfarroba não se parece a nada a não ser a isso mesmo: alfarrobas maduras.
Inspirei fundo para usufruir plenamente daque odor que já havia muito tempo não sentia e como que numa fusão entre os sentidos e as recordações fui transportado para um dia esquecido na infância em que brincando com o Samuel e o Desidério nos ramos de uma alfarrobeira caí desamparado no chão, perdi os sentidos e até hoje não lembro como cheguei a casa. A esse dia só associo o intenso cheiro ao fruto da alfarrobeira que se sentia naquele dia de Verão em que tombei do cimo da árvore.

QUANDO O CORPO FALA...





sábado, agosto 19, 2006

A LEVEZA DE SER GAY


Viver de faz de conta não tem piada. Fingir, anos a fio, que se é uma coisa sendo outra é como carregar um peso na consciência a toda a hora todos os dias. Agir naturalmente sem receio das consequências de ser verdadeiro compensa os pequenos dissabores sofridos fruto da intolerância daqueles que são, apenas, dignos da nossa indiferença. Agir com verdade tem a virtude de nos trazer o respeito, a admiração e a credibilidade dos outros.
Quanto mais desafio a minha sorte, mais acredito que há mais a ganhar do que a perder ao assumir que se é gay. Ganha-se uma paz de espírito, um gozo de vida, uma leveza de ser que compensa discriminações que se possa ter de enfrentar.
As pessoas sentem-se intimidadas pela diferença, por isso rejeitam-na. Também não gosta que lhe seja imposta uma realidade com que não se identificam. O caminho a percorrer, na minha opinião, passa por mostrar que a diferença não é uma ameaça. Jogar, como lama à parede branca, a nossa homossexualidade, como muitos gostam de fazer não resulta. Quem agride é agredido. Integração - a palavra chave da aceitação é integração. O que está integrado pertence; não é estranho. O que insiste em chocar, em ostentar marcas distintivas que chocam não se integram e dificilmente são aceites. Funciona da mesma forma que com os imigrantes: quem preserva a sua cultura sem a impor aos locais integra-se quem rejeita a cultura local e quer impor a sua entra em conflito e torna-se hostil. Isto acontece na Europa com muitos dos imigrantes de religião e cultura muçulmana tal como acontece com os homossexuais que ostentam de forma folclórica as suas plumas e lantejoulas e as usam como arma de arremesso, numa provocação constante às mentes férteis em hábitos arreigados e tradições seculares.
A minha forma de estar é esta: a de ser sem ostentar nem provocar. Não imponho a minha diferença, mas não a escondo de ninguém. Quando é preciso estou lá para defender os meus direitos. Esta forma de estar tem-me dado muitas alegrias, o respeito de colegas, amigos, vizinhos e nunca me senti prejudicado profissional ou socialmente, embora saiba que sempre se fala, crítica e ridiculariza a minha opção sexual. Para falar verdade estou numa fase da minha vida em que os riscos são menores. Há 10 ou 20 anos não pensava desta maneira e não via com tão bons olhos que soubessem da minha sexualidade pouco ortodoxa, para a mentalidade vigente.

A ALMA DO FADO


Cheguei a casa por volta das 9 horas e quando me preparava para repetir a tradição das noites em que trabalho no dia seguinte, lembrei-me que Mariza cantava dentro de uma hora em Faro. Apeteceu-me ir ouvi-la. Não tinha companhia e até senti preguiça de correr a tomar um duche mudar de roupa e correr para o adro da Sé a tempo do início do espectáculo. Mas foi o que fiz, sozinho, sem saber se ainda vendiam bilhetes fui. Não me arrependi. Encontrei uma colega de trabalho e não sendo a companhia desejada foi uma óptima companhia.

Mariza cantou como um anjo. A sua voz cristalina e poderosa seduziu-me. A sua simpatia e graça em palco comoveu-me. Mariza faz-nos rir e depois deixa-nos com os olhos rasos de água: transporta emoções do palco para a plateia e marca que a escuta. Ela sabe cantar o fado com uma alegria e originalidade como ninguém o fez até hoje. Ouvi-la cantar ao vivo «Transparente» é uma experiência envolvente.

Quem disse que o fado é triste? O fado é expressão de emoções alegres ou melancólicas, tristes ou apaixonadas. Expressa bem o que é ser-se português. Quando ouço Mariza cantar sinto-me mais português e fico a amar ainda mais este povo que a maior parte do tempo acho tão «poucochinho»


quinta-feira, agosto 17, 2006

QUANDO O BRASIL NOS ENTRA PELA PORTA DENTRO


Portugal tornou-se nos últimos 10 anos destino de imigração para muitos milhares de homens e mulheres que procurando uma vida mais digna, ou pelo menos diferente, bateram à nossa porta em busca de trabalho. Os africanos de Cabo Verde, da Guiné-bissau, de Angola já por cá tentavam a sorte desde os anos 80. Depois começaram a chegar aos milhares romenos, moldavos e sobretudo ucranianos, os chineses, paquistaneses, em menor quantidade salpicam com os seus trajes, linguajar e tradições as ruas das cidades portuguesas. Outro tipo de imigrantes escolheu Portugal para viver, vindos dos países da União Europeia, não em busca de vida melhor, mas em busca de uma vida diferente: ao sol, longe do stress das grandes cidades, para envelhecer na calma da paisagem portuguesa e aproveitar da qualidade de vida que por cá é possível usufruir, sobretudo quando a conta bancária é bem recheada por reformas generosas ou pés-de-meia chorudos. Em especial a região onde vivo há-os por todo o lado, já são nossos vizinhos, conhecidos, até amigos; não há quem não os tenha, vindos do norte ou centro da Europa para experimentar uma vida diferente.

Os imigrantes africanos estão por cá há mais tempo, continuam mal integrados socialmente, na sua esmagadora maioria, e uma atitude racista dissimulada, presente na sociedade portuguesa mantêm-nos na periferia das cidades muitas vezes na fronteira entre o emprego, a escola e a criminalidade. Pouco instruídos, trabalham na construção sem perspectivas de mudança. Notam-se pela cor da pele e pela música que trouxeram de África.

Os eslavos, muito frios e distantes dos latinos, parecem estar de passagem. Querem apenas uns euros e voltar para as terras geladas do leste europeu. Vieram com formação universitária e especializada trabalhar na construção da Expo 98 e nos estádios de futebol do Euro 2004. Já aprenderam o português, estão a migrar para profissões mais qualificadas e melhor remuneradas. Mas continuam pouco sorridentes, deixam muito a dever à simpatia e é de fugir encontrá-los a atender o público!

Quem veio mudar a paisagem social portuguesa foram os irmãos brasileiros. Do Brasil, começaram por vir as novelas da Globo que nos ensinaram as garridas expressões do português falado, com muito açúcar, lá do outro lado do Atlântico. Quando nos demos conta que do país irmão estavam a chegar imigrantes aos milhares, já não estranhamos as expressões fortes do português do Brasil. O visitante brasileiro tem, sem darmos por isso, pintalgado, de azul e amarelo, a paisagem socio-cultural do nosso país. Não só usamos com a maior facilidade as tais expressões vindas lá de baixo, como estamos a trocar o Bitoque pela picanha, a caipirinha tornou-se moda. O brasileiro que habita as nossas cidades é descontraído, jovial, simpático por natureza, animado e positivo sem limites. Acabamos por os achar encantadores e nos deixar contagiar pela sua forma optimista de olhar o futuro. Sentimos até uma pontinha de inveja dessa alegria de viver por tudo e por nada. A tristeza não se dá bem com os naturais de terras de Santa Cruz e isso tem sido bom para uns latinos fadistas e melancólicos que não vibram com a vida como o espanhol ou não tem a força de viver dos italianos, nem a arrogância dos franceses!

Mas o brasileiro não é só alegria. A sorte que encontraram ou a motivação que cá os trouxe não era para todos a mesma: muitos procuraram o que não deviam e encontraram o que não queriam. O mundo do crime seduziu muitos e hoje as cadeias portuguesas também falam com sotaque ao jeito de Jorge Amado. Gente à procura de vida fácil também chegou do país de Lula da Silva. Falar de vida no limiar da ilegalidade passou a estar associado ao modo de estar de muitos brasileiros que não encontrando em Portugal o El Dourado enveredaram pela vida fácil da pequena ou grande criminalidade. Injustamente e infelizmente falar de brasileiros em Portugal começa a ser sinónimo de chico espertismo, ilegalidade e crime. è sempre assim uma minoria acaba por dar má fama a uma maioria ordeira, trabalhadora e alegre e jovial que muito tem contribuído para colorir a sociedade portuguesa de vida.

A minha primeira «amizade» com um brasileiro acabou com um cheque de 200 dólares que enviei para Santa Catarina para que o Alexandre pudesse regressar a Portugal para trabalhar, depois de uma temporada para matar saudades na terra natal. Telefonou para um amigo na Alemanha que por sua vez me telefonou a para o ajudar a regressar que logo me restituiria os 200 dolares. Sabia que não veria outra vez o dinheiro enviado pela oestern union, mas era o Klaus que me pedia e por ele ofereci a viagem de regresso ao «amigo» Alexandre. Ele voltou e veio trabalhar para Olhão, mas fugia de me encontrar como o Diabo foge da cruz. Não insisti. Foi a minha boa acção de escuteiro desse ano. O Klaus é que não se perdoa até hoje de me ter pedido. É este tipo de artimanhas e trapaças que põe os portugueses de pé atrás para com os imigrantes brasileiros. Esvai-se a confiança, fica a desilusão!
Não confundo a árvore com a floresta e estou certo que os nossos imigrantes são fundamentais para que a sociedade portuguesa se conheça melhor e compreenda que há outras formas de enfrentar a vida. A maior parte dos estrangeiros que vivem entre nós embelezam a paisagem urbana portuguesa e mostrar aos locais que é possível estar de bem com a vida, mesmo quando ela não quer sorrir para nós.

FOI UMA CHUVINHA À TOA


Gente, tenham calma que o Verão volta já ao virar do dia. A tempestade desta madrugada passou e o sol de Agosto já aquece os corpos preguiçosos estendidos na areia das praias. Hoje os turistas estavam nervosos, mas o bom tempo regressa, em força, Sábado pela manhã.

quarta-feira, agosto 16, 2006

FERIADO NACIONAL - 15 DE AGOSTO


Alguns dias longe do PC, fruto de muito trabalho e um feriado de boa vida, quebraram a minha rotina cibernautica. A semana passada foi intensa de trabalho incluindo o fim-de-semana a ajudar o Shwasy a passar mais uma festa de Santa Luzia e por fim o 15 de Agosto que, por sorte, bateu numa Terça-feira. Foi mesmo um dia santo!
Ao início da madrugada uma visita e um copo rápido no Arco Bar só para descontrair, depois umas largas horas de sono para repor energias.
O feriado começou às 11 horas quando o Shwasy acordou entusiasmado para aproveitar o dia e começou por ir ao banco fazer o depósito bancário do dinheiro arrecadado durante a festa! Ao feriado acordar para ir ao banco? Quando bateu com o nariz na porta do banco acordou. Voltou e depois de um café, sem pressa, fomos directamente ao almoço. Numa explanada de Tavira, uma cola e uma pizza enorme que ficou a meio, terminou com a chegada da Tânia e do Carlos, também a caminho da praia. Mais um convite para jantar, o primeiro já havia sido declinado poucos minutos antes. Queríamos o dia só para nós. Depois de tanto tempo sem tempo; era tempo de fazer apenas o que nos «dava na gana». O objectivo era aproveitar o magnífico dia de verão sem relógio, nem imposições. Pegamos nas mochilas e fomos para a Manta Rota. O dia estava mais fresco, havia vento, mas o dia estava de sonho para a praia. Caminhamos para a zona de nudismo e encontramos um amigo, com um grande sentido de humor e aproveitamos o seu guarda-sol para manter a água gelada que nos iria hidratar ao longo da tarde. Muitos quilómetros de dunas para a frente e para trás para cumprimentar os conhecidos e potenciais novos amigos.
A água estava na temperatura certa para arrefecer os corpos. Foi quase até ao pôr-do-sol. Soberbo! Acabar o dia sem pressa à beira mar quando o ar refresca e pede uma T-shirt sobre a pele ligeiramente bronzeada do sol. Sem relógio e sem telemóvel só o cair do sol nos sugeria a necessidade de regressar a casa.
Mais um café e uma garrafa de água bem fresca pelo caminho, depois um duche e roupa lavada para o jantar. Onde? Em Santa Luzia, não! Em Tavira? E se fossemos até às Cabanas? Tá bom. Vamos a um restaurante que eu conheço, disse o Shwasy. Depois percebi melhor a sugestão. Era o lugar de trabalho de um brasileiro que ele conhecia da Net e que tinha passado por uma experiência violenta com o suicídio do companheiro logo que se separaram há poucos meses atrás e o dono também era conhecido. Nada de especial, o restaurante. O tal brasileiro não estava, uma piscadela de olho ao patrão... Só valeu apena, mesmo, foi observar um dos empregados: muito charmoso, muito sexy, extremamente sugestivo! Um outro empregado esvoaçava pela sala do restaurante como uma borboleta, também ele brasileiro, mas sem o picante habitual que caracteriza o gay do país irmão.
O vinho branco, toldou um pouco os nossos pensamentos e era preciso comemorar, a preceito, o primeiro dia de Agosto que passávamos juntos, longe do Tridoce, em muitos anos.
tentei convencê-lo a terminar a noite em Faro, mas não resultou. Seguimos na direcção oposta. Huelva era o destino e valeu a pena. A noite, na cidade por onde Cristóvão Colombo andou a preparar a descoberta das Américas, vai ser motivo para recordar este dia durante muito tempo.
Quem me dera ser possível mais dias como o de ontem!

sexta-feira, agosto 11, 2006

quinta-feira, agosto 10, 2006

QUEREM-NOS REFÉNS DO MEDO?


E a humanidade parece estar cada vez mais refém de um grupo de gente que a odeia e estão dispostos a fazer tudo para lhe atrofiar o futuro, não importa a que custo. Fiquei mais uma vez com a ideia que muitos 11 de Setembro se irão repetir até que a ameaça de criminosos sem amor-próprio seja debelada.
Felizmente o mundo está mais alerta para a ameaça que os atentados de Nova York revelaram. As leis anti terroristas, que tão atacadas tem sido, por limitar as liberdades de cada um, talvez tenham evitado hoje um banho de sangue sobre o Atlântico.
De que vale a liberdade sem segurança?
De que vale a vida sem liberdade?
De que vale a segurança sem o amor?...

CONVERSAS DE AGOSTO

Ontem foi um dia de trabalho muito interessante. O mês de Agosto tem destas coisas: é o pico da época turística, a frota está toda em aluguer e o que poderia ser um dia de trabalho extenuante transforma-se num dia relativamente calmo e parado. Não há carros para alugar não há trabalho. Sobra então tempo para conversar com os colegas.
A tarde, calma, acabou por gerar uma conversa muito interessante sobra a minha vida, sobre a minha sexualidade e sobre o meu relacionamento com o Shwasy. Para a Gaja a minha vida não tem segredos: mais cedo ou mais tarde acabo por lhe contar todos os acontecimentos com os pormenores sórdidos e picantes, como ela gosta de pedir, sórdidos e picantes no sentido de íntimos, então?. Acaba por ser um exercício agradável para alguém tímido e reservado como eu que nem gosta muito de falar sobre si. Falar-lhe das minhas experiências de alcova acaba por ser muito estimulante.

Hoje não esperava é que as dúvidas da nossa Delícia do Mar me levasse a compartilhar com ele um pouco desse mundo que os heterossexuais desconhecem e, por isso mesmo, dele desconfiam. Foi um prazer tirar-lhe dúvidas sobre o que sente um gay sobre as mulheres, o que sente sobre a sua masculinidade?, se desejava ser mulher!? Como acontece ser-se gay? Enfim tantas perguntas que a população em geral não tem coragem de perguntar e ao ficar na ignorância prefere efabular e descriminar antes de tentar entender. A minha experiência talvez o venha ajudar a perceber como funcionam as paixões, o amor, o companheirismo, a solidariedade dentro de um relacionamento heterossexual ou não. Talvez tenha ficado com uma visão diferente de como ultrapassar as crises dos casamentos. Ele ainda é um idealista romântico que acredita no amor até que a morte nos separe, como se o estado de paixão nunca murchasse.
Foi bom perceber que tenho um colega sensível, inteligente, de um grande carácter e sobretudo que sabe que a sua heterossexualidade foi assumida da mesma forma que eu assumi a minha homossexualidade. Ele não tem dúvidas acerca da sua sexualidade por isso sente-se confortável com a sexualidade dos outros.

quarta-feira, agosto 09, 2006

IRRA! QUE SÃO BURROS!


Fico realmente «fodido» quando me dou conta que alguém pensa que eu sou homossexual apenas porque um dia acordei e me apeteceu: pronto achei que seria giro e assim como decidi usar as calças de ganga com o pólo azul e os ténis brancos ao mesmo tempo vesti a carapaça de gay e tornei-me homossexual de livre e espontânea vontade. Quando quiser despir a farda e voltar a ser heterossexual é só acordar bem disposto e fazê-lo! Tal e qual como se muda de camisa, nem mais? Porque razão a ignorância anda disfarçada de moral e bons costumes pela face da Terra? Irra! Quantas vezes é preciso gritar que não se está homossexual; é-se homossexual, não há volta a dar. Foi Deus que o quis, não fui eu que escolhi. Levei anos a aceitar essa realidade depois de ter levado anos a implorar a Deus que fizesse o milagre.

Além disso, para quem copiou e publicou o comentário numa postagem recente gostaria de saber o que é que eu tenho a ver com a percentagem de homossexuais na população americana? Há tanta gente neste mundo que fala como se fosse Deus e pensa que Deus pensa pela sua cabeça. Seria benéfico para a humanidade que eu fosse um homossexual celibatário? Talvez fosse muito confortável para as mentes hipocritamente pudicas e levianamente conservadoras que não gostam de enfrentar que a realidade não é aquela idealizada na Bíblia. O ser humano existe e a natureza humana não se compadece dos ideais bíblicos. A Bíblia define os pecados do Homem e este pratica-os para que o livro sagrado se torne verdadeiro, visto que foi escrito por pecadores.

Vou um pouco mais longe e pergunto: se Deus não queria que existissem homossexuais então porque não teve mais cuidado na arquitectura do corpo humano? Embora Adão e Eva tivessem mergulhado a humanidade em pecado, se a próstata não estivesse no lugar em que está e não desse prazer ao ser estimulada não haveria tantos homens a levar no cu! Fui curto e grosso suficiente para os moralistas religiosos que fazem Deus pensar pelas suas cabeças?

segunda-feira, agosto 07, 2006

TAVIRA: CIDADE COM CORPO E ALMA


Tavira é uma cidade que pouco a pouco tem conquistado o seu lugar ao sol no panorama do turismo algarvio. Nos últimos anos, fruto de uma nova filosofia de desenvolvimento da cidade, têm sido criadas infra-estruturas culturais e turísticas que deram nova vida a uma cidade com um património arquitectónico, invejavelmente bem conservado, um rio que a refresca no verão, uma ilha-praia que lhe dá fama e uma ria que lhe enriquece a gastronomia. Tavira tinha todos os ingredientes para atrair visitantes, mas faltavam-lhe os eventos culturais, a animação nocturna e os alojamentos para a tornar verdadeiramente apetecível ao visitante.
A cidade de origem fenícia, fruto da estratégia de desenvolvimento que o seu presidente da câmara lhe traçou, é hoje um lugar de visita bastante procurado para todos os que passam alguns dias no sul de Portugal.
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A ARQUITECTURA





A ARTE URBANA



O MAR




AS PRAIAS

..

PRAIA DO BARRIL,

DA TERRA ESTREITA,

DA ILHA DE TAVIRA

E DAS CABANAS

A GASTRONOMIA

Ou uma refeição mais económica, mas muito saborosa em Santa Luzia, no Snack-bar restaurante TRIDOCE?

A ANIMAÇÃO CULTURAL


A NOITE



A noite pode continuar com um café numa das inúmeras esplanadas junto ao rio Gilão, no centro da cidade, continuar no ARCO BAR, no BUBI ou na vizinha Santa Lúzia, no R&M, respirando o ar da ria ou no lado oposto, na vila de Cabanas no QUASIMODO, por exemplo. Se não acontecer nenhum espectáculo nocturno na cidade então a discoteca UBI é uma boa opção para acabar a noite ao lado de gente bonita e divertida.

sábado, agosto 05, 2006

HOMEM

SENSUAL

MATADOR

RECORDAÇÃO


Olhei pela janela e vi que Vénus já anunciava o fim da noite. Prendi minhas mãos ao volante do carro, como dois ganchos esticados, ajustei as costas ao assento e iniciei a marcha. Pouco a pouco, cada vez mais veloz a planície andaluza passava pelo meu olhar. Rapidamente era possível vislumbrar as silhuetas dos olivais alinhados como batalhões e os campos ceifados, secos, mortos, anunciavam que era Verão.
Na rádio alguém anunciava em inglês que um homem estava na lua.
O meu pensamento não estava tão longe. Ecoava nele a visão de uma tatuagem tribal sobre um ombro bem torneado, escorregando pelo antebraço robusto e bronzeado. Um dorso digno de um esboço de Leonardo passava de novo pelas minhas mãos e terminava numa anca seca que se desfazia num promontório soberbo. Ainda sentia o roçar de um fio de barba pelos meus lábios e o peito firme pela palma de minhas mãos quando dou conta que as placas da auto-estrada anunciam que Portugal está cada vez mais perto. O dia ganha força. A meu lado o Shwasy dorme ou relembra tal como eu, de olhos bem cerrados, as coxas volumosas que podemos afagar.
Começo a avistar ao longe os tirantes da ponte sobre o grande rio do sul e faz-se dia. Subitamente as luzes de Monte Francisco apagam-se e um cheiro intenso a estevas, rosmaninho, eucalipto e resina de pinheiro invade o meu olfacto. Estou de volta ao meu país. No espelho retrovisor nasce um sol quente de Verão e os sentidos começam a entorpecer derrotados pelo sono. No auto-rádio os U2 cantam: «But I still haven`t found what I`m looking for...»
Chegamos. A noite acabou!

sexta-feira, agosto 04, 2006

O ESTRATEGA ALBERTO J.J.


Cada país tem direito a um exemplar, pelo menos. Se os Estados Unidos foram brindados com o próprio presidente, Portugal tem como líder da pérola do Atlântico o seu. Um político astuto como uma raposa, empreendedor como um castor, mas bronco quanto baste. O nosso exemplar tem vindo a usar uma estratégia de chantagem e coação psicológica para com o continente de forma a conseguir tudo o que quer para a sua ilha. Ofende, insulta, ameaça, crítica antes de vir a Lisboa pedir mais dinheiro para desenvolver o seu jardim.
A Madeira é neste momento, virtualmente, a 2ª região mais rica do país, à frente do Algarve, que pelo menos não produz riqueza virtual como a bela ilha do Atlântico, na sua zona franca. Alberto tem conseguido a generosidade do governo central no encaminhamento de fundos para a região, movendo um processo chantagista onde pontifica a afronta aos «cubanos» que governam o país e a ameaça velada de conseguir cada vez mais autonomia para a região que poderá evoluir até à independência. Já mandou fazer estudos nesse sentido! Será a ilha viável como estado independente? No continente todos sorriem com as suas tiradas de adolescente aparvalhado, mas no fundo todos as receiam e é com este jogo baixo que o Jardim floresce no meio do oceano.
Só me resta dar os parabéns ao estratega que tão bons resultados consegue para o desenvolvimento do território que governa. Lamento apenas que seja conseguido de forma pouco democrática e que os que o elegem, ano após ano, não percebam que a sua forma de fazer política os diminui como povo, pois aceitam viver numa democracia regional deficiente para terem mais uns tostões no bolso. Enfim como se pode criticá-los, nos dias difíceis que vão correndo?

quinta-feira, agosto 03, 2006

O QUE FICOU DO PASSADO


De vez enquanto o passado vem ao meu encontro e eu até gosto de o encontrar. Por muito que considere a religião passado na minha vida e não a considere parte daquilo que me importa actualmente, tenho que reconhecer que a comunidade cristã evangélica moldou muito do que ainda sou e não quero deixar de ser.
Faz pouco tempo que conversando com a minha «Gaja» sobre a educação do seu filho, ela me perguntava se achava bem que ele frequentasse a catequese. A minha resposta imediata foi sim e depois os escuteiros até que ele tenha todos os elementos para fazer as escolhas da sua vida no final da adolescência. Por muito que critiquemos tanto a igreja Católica como a Evangélica algo que temos de reconhecer é que os princípios éticos e morais que a igreja transmite são em geral bons pressupostos para a formação do carácter de um jovem. Nas instituições jovens das igrejas aprendem-se valores que vão muito além dos instintos de sobrevivência que pendem para o egoísmo. As igrejas cristãs formam homens e mulheres orientados para a solidariedade humana, para a procura da verdade, e para o bem-estar pessoal e social de cada um. Não nego que ensinando o amor ao próximo estimulam a pena por camadas da população que dela não necessitam, que pregando a igualdade entre os homens induzem o sentimento de superioridade em relação aos outros, defendendo a pureza de actos geram hipocrisia de vida. A formação de caracter baseada no humanismo cristão gera, quase sempre um ser humano bem formado.
Os jovens têm muito a ganhar com os ensinamentos cristãos. Na hora certa crescerão e saberão destrinçar o dogma da verdade, os comportamentos beatos das atitudes sensatas, os rituais dos actos espontâneos e verdadeiros, ...

Sinto diferença naqueles que aprenderam e cresceram ligados aos valores cristãos. É, apenas, fundamental que na hora certa retenham o fundamental e filtrem o acessório na prática religiosa.

Afastei-me da Igreja Evangélica quando me convidaram a anular-me e viver uma vida falsa que era entretanto o que eu já estava saturado de viver. Anula a tua sexualidade e vive para Deus. Ora eu para frade nunca tivera grande tendência. Foi então que respondi ao Pastor que não ía deixar que a minha vida se tornasse um processo amargo e recalcado, triste e frustrado, isso não, preferia o inferno no final! O pastor que se estava totalmente lixando para mim, vi-o no seu olhar, quando me disse que o melhor era eu não voltar a falar da minha homossexualidade: se não praticasse não havia problema! Li no seu olhar uma vontade cínica de que eu não optasse pela vida celibatária. Ele sabia que seria um problema ter um gay recalcado na igreja.
Percebi a mensagem e só lá volto para assistir a casamentos e funerais.
Não estou arrependido da opção que tomei. O que de bom aprendi na Igreja Evangélica Baptista ainda cá mora no fundo do meu coração e muito me tem servido para levar de vencida a minha vida que não tem sido tão má quanto isso. Foi Deus que o quis, diria eu, agora, cinicamente!