Ontem foi um dia de trabalho muito interessante. O mês de Agosto tem destas coisas: é o pico da época turística, a frota está toda em aluguer e o que poderia ser um dia de trabalho extenuante transforma-se num dia relativamente calmo e parado. Não há carros para alugar não há trabalho. Sobra então tempo para conversar com os colegas.
A tarde, calma, acabou por gerar uma conversa muito interessante sobra a minha vida, sobre a minha sexualidade e sobre o meu relacionamento com o Shwasy. Para a Gaja a minha vida não tem segredos: mais cedo ou mais tarde acabo por lhe contar todos os acontecimentos com os pormenores sórdidos e picantes, como ela gosta de pedir, sórdidos e picantes no sentido de íntimos, então?. Acaba por ser um exercício agradável para alguém tímido e reservado como eu que nem gosta muito de falar sobre si. Falar-lhe das minhas experiências de alcova acaba por ser muito estimulante.
Hoje não esperava é que as dúvidas da nossa Delícia do Mar me levasse a compartilhar com ele um pouco desse mundo que os heterossexuais desconhecem e, por isso mesmo, dele desconfiam. Foi um prazer tirar-lhe dúvidas sobre o que sente um gay sobre as mulheres, o que sente sobre a sua masculinidade?, se desejava ser mulher!? Como acontece ser-se gay? Enfim tantas perguntas que a população em geral não tem coragem de perguntar e ao ficar na ignorância prefere efabular e descriminar antes de tentar entender. A minha experiência talvez o venha ajudar a perceber como funcionam as paixões, o amor, o companheirismo, a solidariedade dentro de um relacionamento heterossexual ou não. Talvez tenha ficado com uma visão diferente de como ultrapassar as crises dos casamentos. Ele ainda é um idealista romântico que acredita no amor até que a morte nos separe, como se o estado de paixão nunca murchasse.
Foi bom perceber que tenho um colega sensível, inteligente, de um grande carácter e sobretudo que sabe que a sua heterossexualidade foi assumida da mesma forma que eu assumi a minha homossexualidade. Ele não tem dúvidas acerca da sua sexualidade por isso sente-se confortável com a sexualidade dos outros.
quinta-feira, agosto 10, 2006
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