quinta-feira, junho 29, 2006

GERAÇÃO RASCA?


Há algumas pessoas que se tem cruzado por mim nos últimos anos que me fazem acreditar que a juventude afinal não está perdida. Contrariamente ao que os mais velhos gostam de proclamar quando olham para os jovens vestidos com T-shirts de dizeres atrevidos, calças esfarrapadas em lugares indecentes, tatuados com motivos pouco ortodoxos e furados por piercings nos locais mais insuspeitos do corpo e proferindo, sem pudor, todo o tipo de calão e expressões capazes de magoar os tímpanos ao menos católico dos seres humanos, há uma geração que gosta de provocar e chocar sem cair na indecência moral que parece prenunciar a segunda vinda de Jesus Cristo ao mundo.

Somos quase diariamente confrontados com a frase beata que anuncia que estamos próximos do fim do mundo. O ser humano tem tendência a ver à sua volta o que pensa ser o mais profundo do que há em termos de degradação moral e afastamento dos princípios religiosos. A ignorância leva-nos a esquecer o passado quando os preceitos religiosos e morais que são o padrão de conduta actual nem existiam ou eram totalmente ignorados. E, pior, pensamos que a nossa crença religiosa e conceitos morais são o cartão magnético que abre a porta do Céu. Afinal os nossos horizontes não se estendem para além do adro da igreja e da esmola que damos ao cego, que sentado na soleira da porta do templo apela à nossa moral católica e nos faz ganhar o paraíso cada vez que tiramos 50 cêntimos do porta-moedas e lhe damos.

Mas voltemos à geração rasca. Vicente Jorge Silva baptizou-a no Público e o conceito fez o seu percurso sendo hoje, quase um sinónimo de juventude. Aquela juventude que parece não querer ter futuro, nem se importar com ele. Jovens que representam uma maneira de estar contestatária da sociedade actual, mas que não têm uma alternativa, antes parecem ter desistido dos outros e entregues às drogas sintéticas, ao álcool, ao sexo, não constroem nada, apenas contestam o que consideram ser uma sociedade ultrapassada sem futuro e que não tem nada para lhes transmitir, pois os seus alicerces são frágeis e baseados em falsos valores. Esta é uma geração de ruptura? Que o seja, mas a que lhe devia já ter sucedido ainda não nasceu!?

Não creio na geração rasca nem na geração messiânica. Felizmente tenho encontrado gente nova que não encarna os pressupostos da geração rasca nem personifica a renovação social que se espera. São jovens, moral e eticamente bem formados sem serem betinhos nem beatos. São gente que contestando o presente não são hooligans sociais derrotados. São homens e mulheres que não se regem pelos valores hipócritas da época vitoriana, mas não entraram numa espiral de decadência suportada pelo ideal de sexo, drogas e rock´n roll até ao juízo final. Há uma grande fatia da geração rasca que constrói uma vida baseada na tolerância da diferença, no espírito empreendedor, nos laços de família seja ela de que tipo fôr e na competitividade com fundamentos éticos do respeito, da amizade e da solidariedade humana. Não são a maioria, mas eles andam por aí e eu tenho encontrado exemplos entre vizinhos, amigos, conhecidos, colegas de trabalho. Graças a Deus ou a eles mesmos que andam por aí...

PARA NÃO ESQUECER

Inesperadamente há acontecimentos que irrompem pela nossa vida e fazem balançar os mais firmes alicerces. Não são abalos telúricos, são mais do género avalanche ou maremoto que vem de longe sem ser esperados e nos atropela, nos subterra, inunda a nossa existência serena e costumeira. Não nos damos conta e quando tentamos respirar, falta-nos o ar, sentimos o peito sofocar, o coração a bater acelarado. Sinto-me submergir sem saber nadar.

Esta lua fica aqui, como estátua em pedestal, para eu recordar e ficar desperto para as grandes «catástrofes» naturais que põem em risco a existência adormecida dos corações humanos.

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No fundo estou feliz por sentir o meu coração bater com a lua cheia!

quarta-feira, junho 28, 2006

LEMBRAS-TE DE COMO ERAS FELIZ?

Será que nasceste na década de 60, 70 ou 80? E ainda estás vivo???

Os carros, há 20 anos, não tinham cinto de segurança, nem apoio de cabeça nem airbags.
No banco de trás era a festa, era”divertido” e não era “perigoso”

As barras das camas e os brinquedos eram multicolores ou pelo menos envernizadas e com tintas contendo chumbo e muitos outros produtos tóxicos.

Não havia protecção infantil nas tomadas eléctricas, nas portas das viaturas, nos medicamentos e nos produtos químicos de limpeza.

Podia-se andar de bicicleta sem capacete.

Bebia-se água da mangueira de rega, num chafariz ou não importa em que sítio, sem que fosse a mais pura água mineral saída de uma garrafa bacteriologicamente aprovada.

Fazíamos carros com caixas de sabão e aqueles que tinham a sorte de ter uma rua asfaltada inclinada junto de casa podiam tentar bater recordes de velocidade e aperceberem-se, tarde demais, que os travões tinham sido esquecidos… Após alguns acidentes, o problema era normalmente resolvido!

Tínhamos o direito a brincar na rua com uma única condição: estar de volta antes de anoitecer.E não havia GSM nem ninguém sabia onde estávamos nem o que fazíamos entretanto. Incrível!

A escola fechava ao meio-dia para almoço e podíamos ir comer a casa.

Arranjávamos feridas, fracturas e às vezes até partíamos os dentes, mas ninguém era levado a tribunal por isso. Mesmo quando havia grande bagunça, ninguém era culpado excepto nós próprios.

Podíamos engolir toneladas de doces, torradas com toneladas de manteiga e beber bebidas com açúcar de verdade, mas ninguém tinha excesso de peso.

Podíamos partilhar uma limonada da mesma garrafa sem receio de contágio.

Não tínhamos Playstation, Nintendo 64, X-Box, jogos video, 99 programas de TV por cabo ou satélite, nem vídeo, nem Dolby surround, nem telemóveis, nem computador, nem chat na Internet, mas tínhamos…. Amigos!

Podíamos sair, a pé ou de bicicleta para ir a casa de um colega, mesmo que ele morasse a vários km, bater à porta ou simplesmente entrar em casa dele e sair para brincarmos juntos.

Na rua. Sim, na rua. No mundo cruel! Sem vigilância! Como é que isso era possível? Jogávamos futebol só com uma baliza e se um de nós não era seleccionado uma vez, não havia traumas psicológicos, nem era o fim do mundo!

Por vezes um aluno um pouco mais fraco que os outros tinha que repetir. Ninguém era enviado ao psicólogo ou ao pedopsiquiatra.

Ninguém era disléxico, hiperactivo nem tinha ” problemas de concentração”. O ano era repetido e pronto. Cada um tinha as mesmas oportunidades que os outros.

Nós tínhamos liberdades, erros, sucessos, deveres e tarefas… e aprendíamos a viver e a conviver com tudo isso.

A pergunta é: mas então como conseguimos nós sobreviver? Como pudemos desenvolver a nossa personalidade?

Será que tu também és desta geração?

Se sim, envia este texto aos teus contemporâneos, mas também aos teus filhos, sobrinhos e sobrinhas, para que eles vejam que estranha a nossa vida era, há tão pouco tempo! Eles vão achar que a nossa época era aborrecida…. não tinhamos nada do que eles hoje têm… nem sequer as doenças e as alergias…

Ah, mas como éramos felizes!

terça-feira, junho 27, 2006

PENSÃO DE ALIMENTOS E VISITAS SEMANAIS!?


«Quiseram casar-se, agora querem divorciar-se. Normal. Um ano depois da entrada em vigor da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Espanha, o tribunal de Madrid recebeu o primeiro pedido de divórcio gay. Segue-se uma batalha pela custódia dos cães do casal.
Os dois homens casaram em Outubro de 2005, na localidade madrilena de Rivas Vaciamadrid, mas viviam juntos desde 1993. E é essa a data que o advogado de um dos cônjuges pretende ver reconhecida como a de início da relação. No pedido de divórcio, o requerente diz que dedicou a sua vida à relação, abdicando de uma carreira de modelo e de um salão de beleza de cães para acompanhar o seu parceiro, que tinha encontrado um novo desafio profissional em França.
Segundo a edição online do El Mundo, além da custódia dos animais - com a garantia de direitos de visita para o ex-parceiro- , o requerente do divórcio, que se ocupou sempre das tarefas domésticas, reclama o direito à permanência no domicílio conjugal e o pagamento de uma pensão.
Espanha tornou-se a 30 de Junho de 2005 no quarto país do mundo a legalizar os casamentos homossexuais. Desde aí celebraram-se 1275 bodas - 0,6% do total de 209125 casamentos celebrados no país em 2005, segundo o Instituto Nacional de estatística espanhol. Destes, 923 foram contraídos por homens e 352 por mulheres. A legislação espanhola dá hoje aos casais homossexuais o mesmo estatuto que aos heterossexuais, incluindo o direito de herança e de adopção.»

Diário de Notícias de 27-06-2006, pg 18

TRÊS + UM

Para os meus colegas não dizerem que eu nunca me lembro deles aqui ficam 3 oferendas, uma para cada um deles e uma para mim também.
He!He!He!
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segunda-feira, junho 26, 2006

BANDA LARGA CHEGA A TODO O PAÍS


A Portugal Telecom concluiu hoje a cobertura do país com centrais telefónicas de banda larga. Apartir de agora a Internet pode chegar a todo lado em ADSL

Foi muito significativo o crescimento de clientes de banda larga entre o primeiro trimestre de 2005 e o primeiro trimestre de 2006, que subiu em mais de 40 por cento. A taxa de penetração da banda larga em Portugal subiu, neste período, de nove para 12,5 por cento, o que colocou Portugal ligeiramente acima da média europeia.

A banda larga é hoje tão importante para o crescimento económico possivelmente como foi a electricidade nos sécs. XVIII e XIX. Isto constitui uma infraestrutura e ferramenta que é decisiva para a afirmação das nações», acrescentou o primeiro Ministro, José Socrates, que assistiu à ligação da última central.

A ligação das 1853 centrais telefónicas da PT em banda larga faz parte do programa Ligar Portugal, um dos pilares do Programa Tecnológico lançado em 2005 pelo Governo.

LÉSBICAS CONTORNAM A LEI E INSEMINAM-SE EM CASA

UM MINUTO DE SILÊNCIO POR GISBERTA


Um minuto de silêncio por Gisberta na marcha contra o 'apartheid' legal.

MEU CORAÇÃO NÃO AGUENTA!?

Quer se goste dele ou não, quer se concorde com as suas opções ou não, Luís Filipe Scolari sabe pôr uma equipa a jogar futebol e sabe ganhar jogos «sem jogar»grande futebol.
Parabéns ao Filipão!
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PORTUGAL ganhou a batalha de Nuremberga.
VIVA PORTUGAL!
Quem conseguiu ganhar este jogo consegue ganhar todos. A missão impossível deveio milagre e o milagre pode acontecer no dia 9 de Julho.

sábado, junho 24, 2006

PAÍS DE TULIPAS MAIS DO QUE DE LARANJAS MECÂNICAS


A simpática Holanda, ou melhor os Países Baixos, que este é o nome correcto deste magnífico país do noroeste da Europa (Nederlands) volta e estar na boca dos portugueses por causa do futebol. Já aconteceu no nosso europeu de 2004 em que foi necessário vence-los para chegar à final e agora em Nuremberga vamos ter que os ultrapassar para continuar em prova. Mas deixemos o futebol.

Este país está no meu coração desde 1986. Foi na semana entre o Natal e o Ano Novo desse ano que fiz a minha primeira verdadeira viagem ao estrangeiro (antes tinha ido fazer compras com a mãe a Ayamonte, aqui do outro lado do Guadiana, e tinha visitado a Galiza por duas vezes.) Ir uma semana para Ultrecht foi uma oportunidade que não podia perder. Integrado num congresso evangélico que se realizava naquela cidade aproveitei. Numa excitação desmedida de quem começa a descobrir o que se passa lá fora (a televisão mostra muito pouco do que é fundamental ver, ouvir, cheirar e sentir) surpreendeu-me a cordialidade e simpatia dos holandeses, a arrumação e organização do espaço urbano, a salubridade, os edifícios bem tratados. Um deslumbramento que me fez de imediato pensar quando atingiria o meu país aquele nível de qualidade de vida.
Recordo como um momento fantástico da minha vida a visita ao museu do realejo naquela cidade que me mostrou como se faz um museu vivo. Já visitei grandes espaços museológicos pela mundo, mas aquele ainda considero o mais bem conseguido que visitei até hoje. Era um museu onde se via, ouvia, perguntava, conversava e se sorria. O espaço tinha fila de espera. De cada vez entravam 12 ou 15 pessoas, já não lembro, guiados por alguém que interagia com os visitantes de uma forma fantástica: pouco formal, descontraída, mas muito profissional.

A semana passava, acelarada, sem sol e sem chuva, fria e húmida de clima, mas quente e acolhedora de gente. Não esperava: sempre ouvia dizer que os europeus do norte eram frios e distantes! Um dia havia tempo livre para ir a Amesterdão. Comprei o bilhete, e entrei no comboio. Não demorou mais de meia hora e estava na estação central da capital. Saí e dei-me conta que tinha viajado para outro mundo, um mundo que eu desconhecia e não estava preparado para perceber de imediato. A praça frente à estação era linda: edifícios antigos, imponentes, como novos. Deslumbrava. Nos recantos havia pequenos grupos de jovens. Eram de origem asiática, africana, europeia, todos misturados com cabelos em pé pintados de cores berrantes, vestidos com extravagância, fumando e falando entre si como se não existisse mais ninguém por ali. Eram o famoso movimento PUNK que inundava a Europa central e que praticamente não se fazia sentir no nosso cantinho. Fui ao encontro da cidade e enquanto caminhava acredito que a minha boca se abria de espanto pelo que observava: eram montras expondo objectos que eu não sabia que existiam, eram grupos de jovens fumando cigarros estranhos que cheiravam a «alecrim», eram mulheres seminuas expostas nas montras aliciando-me para entrar na porta ao lado. Ganhei coragem e entrei numa daquelas loja que expunham, sem pudor, objectos e revistas com imagens de sexo! Olhei com mais atenção e vi que existia uma certa especialização havia lojas dessas que promoviam o sexo entre homens e mulheres e outras que era só para homossexuais. Se no Inverno de Amesterdão existissem moscas uma, pelo menos, teria entrado na minha boca! Eu era um provinciano total! Tinha vivido até ali protegido pelo medo do pecado e nunca havia explorado vidas alternativas. Tinha 21 anos e não sabia que existiam vidas alternativas. Para mim não havia visão alternativa ao mundo além daquela que a igreja Baptista filtrava para eu consumir. Eu sabia que tinham de existir outras f0rmas de vida fora da que a igreja me mostrava. Descobri, curiosamente numa viagem promovida pela igreja. Lá não incentivavam a visita a Amesterdão o que me fez querer realizá-la de imediato. Aí descobri que havia lugar para mim no mundo, que existiam milhares de pessoas como eu e que a minha vida não se iria tornar uma tragédia de solidão e incompreensão. Passado pouco tempo descobri, que afinal, aqui bem perto, em Faro, havia gente que sentia e pensava como eu.

Por esta razão até hoje os Países Baixos são o meu país alternativo. Se não me fosse tão difícil imaginar viver longe de Portugal a nação da rainha Beatriz seria a minha escolhida. É um grande povo e um grande país onde abunda a inovação, a tolerância, uma visão ampla do mundo, onde toda a gente é pessoa e a raça, a religião a orientação sexual, as preferências políticas são apenas pormenores que diferenciam seres humanos a quem o poder político e o povo em geral reconhecem a dignidade das suas diferenças e onde os governantes governam para o povo e a ditadura da maioria não cerceia os direitos das minorias como acontece por aqui, no meu país.

sexta-feira, junho 23, 2006

O MILAGRE ALEMÃO


Gostaria de lembrar resumidamente a importância da vitoria da Republica Federal Alemã em 1954 para o ressurgimento do país ainda chorando a tragedia nazi e a Destruição da II guerra. Na Suiça, onde se realizou o Campeonato do Mundo de 1954 a selecção alemã não se apresentava, nem de leve como favorita à vitória final. Nas casas de apostas de Londres era possível apostar na vitória de qualquer país presente menos na Alemanha, que não era considerada para o efeito. Os alemães entraram sem grandes perspectivas. A Turquia era o primeiro adversário e não sendo dos mais fortes encontrou um grupo de futebolistas coeso e trabalhador: perdeu 4-1. O segundo jogo dos germânicos era contra a maior potência futebolística da altura: a Hungria. Sem ambições de ganhar o trinador alemão fez alinhar as reservas e o resultado foi humilhante. A Hungria varreu os alemães com 8 golos a que o adversário respondeu com apenas 3. O terceiro e último jogo para passar à fase seguinte era o jogo de desempate para o 2º lugar novamente frente à Turquia. Os alemães cilindraram os turcos com um expressivo 7-2. A equipa titular que havia descansado no jogo anterior apresentou-se na sua máxima força. A estratégia resultou. Os alemães passaram aos quartos-de-final. O povo alemão recuperou da humilhação Magiar e voltou a acreditar. As vitimas seguintes de um grupo de jogadores que recuperava o orgulho de defender as cores do seu país foi a Jugoslávia: 2-0 Afinal um grupo de jogadores que chegou sem ambições, nem era tido como obstáculo chegava à final.No jogo de acesso ao jogo decisivo a Austria respondeu com 1 golo aos 6 dos futuros campeões. O outro finalista era a já conhecida Hungria. A melhor selecção do mundo na altura não conhecia a derrota havia 4 longos anos e era super favorita. O jogo começou bem para os magiares que rapidamente se puzeram em vantagem tendo marcado 2 golos logo de inicio. Mas a Alemanha reuniu toda a força que encontrou e consegui chegar ao intervalo empatada. A segunda parte seria dramática. Os húngaros pressionaram, massacrando os alemães, mas sem conseguir furar as redes dos teutónicos. Aos 86 minutos acontece o milagre alemão. Thor! Thor!,Thor! gritava enlouquecido o locutor da rádio que nem queria acreditar que a poucos minutos do fim o seu país estava prestes a tornar-se campeão do mundo. E assim aconteceu a Alemanha contrariou o destino que fazia da Hungria a campeã antecipada ( a Hungria nunca foi campeã mundial de futebol). Ao escutarem o hino de consagração os jogadores alemães perceberam que tinham feito algo de fantástico pelo seu país.
Pela primeira vez desde o final da guerra o povo alemão levantava a cabeça e tinha algo em que se orgulhar. O entusiasmo que se seguiu à chegada da sua selecção, recebida em euforia total, não mais abrandou. O sentimento de culpa da nação alemã e a baixa auto estima começaram a dar lugar a um sentimento de orgulho nacional que alastrou a todas as áreas da vida da nação alemã.
A Alemanha, dividida recuperava penosamente da destruição que os bombardeamentos aliados tinham provocado, a economia tardava em recuperar, a moral germânica estava até agora ferida de morte pela loucura a que o seu líder Adolf Hitler a tinha conduzido. Naquele inesperado motivo de orgulho os alemães encontraram forças para recomeçar de novo. A economia começou a dar mostras de vitalidade e tudo veio por arrasto. No futebol o povo alemão encontrou a faísca que fez o clic e lhes deu forças para em poucos anos voltarem a pôr a sua nação entre os mais poderosas do mundo. O milagre alemão começou com um milagre futebolístico e a nação ressuscitou, em poucos anos era de novo a maior potência económica do velho continente.

O futebol, sendo uma manifestação efémera de nacionalismo pode dar a um povo o alento que lhe falta para acreditar em si próprio. A alianação que o futebol provoca não é a do futebol da selecção nacional. A alianação do futebol é resultado do clubismo doentio de quem acompanha semanalmente o seu club e não consegue motivação nem alegria para além disso. Passar metade da semana a antever o jogo de Domingo e a outra metade a comentar o jogo de Domingo não tráz nada de bom à vida sócio-cultural e política de um povo. Entusiasmar-se com o sonho de ver o seu país campeão do mundo de futebol só pode ser saudável, se o desaire não degenerar em desmotivação, e vegetação para as outras áreas da existência humana.

quinta-feira, junho 22, 2006

AMANHÃ SERÁ UM DIA CHEIO DE SOL



Tragam um chá e um Queque que eu agradeço. Depois de uma noite sem dormir devido a uma intoxicação alimentar que comprei na Pans & Company tomei coragem para sair da cama com o telefonema do meu chefe. A auditoria do BVQI seria ainda da parte da manhã, cerca das 11 horas. Eram 9:30 e eu ainda estava em casa. Tinha vomitado várias vezes durante a noite, não tinha dormido mais de meia hora seguida, uma diarreia intensa tinha-me desidratado e eu tinha que pegar no carro e ir responder a perguntas de um auditor e provar que a estação seguia rigorosamente as regras e preceitos da Norma ISO9001. Que merda de vida pensei!

Lá fui, sem forças nem vontade. Cheguei a Carvoeiro. Tomei um chá e uma torrada. Chegaram os auditores. Fizeram a auditoria. A recertificação foi conseguida e ao fim da tarde voltei a casa com uma enorme dor de cabeça. Deitei-me no sofá e dormi até há pouco. Tenho fome, mas não sei se o frigorifico tem algo que me agrade.

Hoje quebra-se a rotina: não vou dormir a Tavira, não vou ao Arco Bar beber uma vodka laranja. Vou direitinho à cama por os sonos em dia para ver se aproveito os dois dias de folga que já aí estão.

Se puderem tragam chá e um Queque.

Obrigado!

quarta-feira, junho 21, 2006

AUDITORIA DE RECERTIFICAÇÃO



Hoje não tenho tempo para publicar nada de especial. Amanhã a estação Europcar do Carvoeiro vai ser posta à prova, numa auditoria de recertificação segundo a Norma ISO9001. Vou ter que dar uma vista de olhos aos procedimentos e regras de trabalho que a empresa implementou para garantir um serviço aos seus clientes acima da qualidade que a concorrência oferece. A Europcar foi a primeira empresa de aluguer de automóveis, em Portugal, que apostou na certificação segundo a norma internacional ISO9001, com o objectivo de melhorar a qualidade do seus serviços. Passados estes anos estamos agora sob a auditoria do BVQI para confirmar que a aposta da empresa na qualidade de serviço continua viva e é uma aposta de diferenciação e de competitividade da empresa. Amanhã uma das minhas estações está sob a mira dos auditores por isso vou ficar por aqui e dar uma olhada à papelada. Quero dar cinco a zero aos auditores e ajudar a manter a certificação da minha empresa.

terça-feira, junho 20, 2006

PALANCA NEGRA

Este magnífico animal é símbolo nacional de Angola. Todos temos ouvido falar nos últimos dias sobre os Palancas Negras para referir a selecção nacional do país irmão. Esta espécie única de antílope vive em exclusivo no centro de Angola (Kwanza e Luando). Foi descoberto em 1909 por Frank Varian, um engenheiro, durante a construção da linha de caminho de ferro de Benguela. Não surpreende que se tenha tornado símbolo nacional por viver exclusivamente no território angolano e a imponência do seu porte, a beleza e magestade do seu perfil fez dele a imagem da TAAG (companhia aérea de Angola) e deu nome à selecção nacional de futebol. É um animal muito sensível à presença humana e o longo período de guerra que a antiga colónia portuguesa sofreu, após a independência, provocou a redução da sua população tornando-a uma espécie em vias de extinção.
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segunda-feira, junho 19, 2006

A EPIDEMIA DA MODA


A epidemia espalhou-se um pouco pelos quatro cantos do mundo nos finais do mês de Maio. Não atacou todos com a mesma intensidade, mas as doenças contagiosas são assim; não se percebe porque razão contamina uns e deixa outros indemnes. O número de pessoas afectadas cresceu grandemente nos primeiros dias de Junho e está incontrolável. Os especialistas prevêem que a sua intensidade comece a decair apartir do final do presente mês. À semelhança das gripes de Inverno é extremamente contagiosa e até pessoas que normalmente estariam imunes ao virus acabam por ser contaminadas e sofrer mais ou menos intensamente.

Esgueirando o olhar sobre o que se passa em Portugal a situação parece extremamente grave. Por todo o lado os sintomas são notórios: bandeiras nas janelas, nos automóveis, vestida sobre a forma de T-shirt, cachecóis vermelhos e verdes sobre a chapeleira do carro, gente vestida de vermelho e verde com números nas costas e nomes de futebolistas. Enfim a doença a vermelho e verde inundou cada recanto do país. Os especialistas dizem que o virus ataca habitualmente de dois em dois anos. Resulta numa euforia desmedida, um optimismo sem explicação, mas também traços de ansiedade e nervosismo são visíveis. Dura em média entre 15 dias e 1 mês e depois os portugueses voltam à sua tradicional atitude melancólica à beira da depressão trauteando um fado, rezando à Srª de Fátima e falando dos árbitros que prejudicaram o Benfica, sem grande gosto pela vida e vociferando cobras e lagartos sobre o seu destino lusitano.

É a sina de ser português. Um oásis chamado selecção nacional faz os portugueses sentirem-se iguais aos outros povos do mundo: orgulhosos do seu país. Sentem-se gente feliz sem razão para o ser. O Futebol é o elixir dos povos pouco patrióticos, não por que não o queiram ser, mas porque lhes falta as razões para tal. Os portugueses sentem que a sua selecção não os deixa mal, afinal o nosso futebol é o 7º do ranking da FIFA. Que outro sector de actividade nacional está no «top ten» mundial? Pois é, nenhum! Projectamos o nosso patriotismo como uma doença viral que de tempos a tempos contamina quase todos e cuja origem está bem definida.

Quando um português rebusca nas suas memórias colectivas as razões para se orgulhar do seu país automaticamente recua 500 ..., 500 anos e vai até ao Cabo das Tormentas, até à India ou à Terra de Vera Cruz e tem dificuldade em avançar no tempo. Faz um esforço e lembra-se de camões, num esforço do 1º ministro do rei D. José I, da reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755 e... e dos magriços de 1966! Outra vez o futebol! E falam de Pessoa e de um país com muito sol, praias lindas, paisagens magníficas, gente simpática e acolhedora e... do fado?

Quando se fala do orgulho de ser alemão fala-se da Mercedes, da BMW, da Siemens, e da Miele, de Goethe e de Beethoven ou de Wagner, etç. Os espanhois falam de Picasso, de Dali, do Flamengo, de Barcelona e de Madrid, da SEAT e da Indetex, os italianos da moda, os franceses, os suiços, os holandeses, os suecos e todos os outros tem orgulho no seu presente. Realizam, inovam, fazem acontecer, movem o mundo, lutam por ser e fazer melhor. Têm um passado, mas sobretudo um presente de que se orgulham sem ter de recuar séculos.

É este presente que nos falta. Uma geração que faça acontecer. Uma população que tenha garra para fazer acontecer coisas.

Enquanto isso o virus do patriotismo das bandeiras desfraldadas nas janelas e nos carros empurrado por 11 marmanjos a correr atrás de uma bola, será apenas uma manifestação doentia do orgulho de ser português. Vem e vai com os sucessos da selecção, não é algo que viva dentro do peito. O patriotismo é resultado da identidade de um povo como nação alicerçada na sua cultura e nas suas tradições, mas fundamentalmente na ousadia das suas realizações que o impulsionam para a prosperidade tendo por base uma visão de futuro que é o cimento de uma nação. O orgulho de ser português não devia ser uma doença infecciosa antes uma vontade de lutar para vencer como lutam pela vitória as grandes selecções que disputam este Mundial de Futebol.

sábado, junho 17, 2006

A TERNURA DAS VITÓRIAS




AFINAL É MÁ LÍNGUA DOS AMERICANOS


Como ficou provado esta tarde em Frankfurt am Main o Irão não possui a bomba atómica. Os americanos lançaram o boato de que o presidente do país dos ayatolas estava a enriquecer urânio para fabricar a bomba que iria usar no campeonato do Mundo de Futebol. Ora bem os iranianos já estão a fazer as malas para regressar a casa e não lançaram bomba nenhuma. Portugal sim, lançou duas bombas contra a baliza da selecção do Irão e rebentou com as esperanças da República Islâmica de continuar em prova.

Os islâmicos vão apresentar queixa à FIFA porque dizem que não ganharam os dois jogos já realizados porque as balizas adversárias não estavam voltadas para Meca, nem havia em campo o ponto cardeal que indicava a direcção da cidade santa. Assim as rezas não produziram efeito.
Desculpem lá, mas esta piada é um tudo nada xenófoba para o meu gosto!

«N» DE NABO

«As terras lusas são férteis para o desenvolvimento deste tubérculo. Em Portugal, é o legume que se encontra em qualquer lado, debaixo de qualquer pedra, na rua, nos passeios, em casa, ao volante dos carros, nos estádios de futebol, nas redacções dos jornais, nos tribunais, nos hospitais, nas escolas, na Assembleia da República, no Palácio de Belém, nas Câmaras Municipais. Enfim é o tubérculo nacional. Tem raízes na nossa História. Nem é preciso regar.»

In revista NS do Diário de Notícias

sexta-feira, junho 16, 2006

O POVO TAMBÉM JOGA

Entre o que de mais bonito acontece nestas manifestações desportivas está a alegria e a exuberância dos adeptos no apoio às suas selecções. O desporto pode e deve ser embaixador priveligiado da amizade entre os povos. O convívio, os conhecimentos, a festa que é o cruzar de culturas e formas diferentes de estar no mundo que acontece numa celebração como um Mundial de Futebol, uns Jogos Olímpicos ou mesmo um Europeu de Futebol como os portugueses o viveram há dois anos atrás, podem ser um momento único para o entendimento entre os povos. O Euro 2004 não conheceu acontecimentos negativos ligados ao hooliganismo ou ao fanatismo desportivo e foi uma festa linda que mexeu com o país inteiro. O Mundial 2006 também pode celebrar a amizade entre os povos numa sã competição desportiva em que deve ganhar o melhor e os que lá não chegarem não se devem sentir desprestigiados por isso. No final só um ganha e todos começam a preparar a vitória para daqui a 4 anos na África do Sul.







CONHECEM ALGUM ASSIM?

QUE MAU FEITIO!

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TAMBÉM NÃO É RAZÃO PARA TANTO!...


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quinta-feira, junho 15, 2006

TRAJES DE FEIRA - SEVILHA 2006

Mais vale tarde do que nunca?!
Tinha prometido que em breve poderiam ver fotos da Feira de Sevilla deste ano. Só agora me foi possível publicá-las. Lá no fundo são um convite a visitar Sevilla em Abril. A cidade rejubila de orgulho durante os dias em que a feira decorre. Leiam novamente o que ficou escrito sobre o assunto em 26 de Abril e no feriado do próximo 25 de Abril rumem à cidade que os romanos baptizaram de Hispalis e divirtam-se.








25 ANOS DEPOIS...

Vivia eu nos arredores de Lisboa quando um Sábado me debrucei sobre a banca dos jornais expostos e na primeira página do semanário Expresso um título atraiu-me a atenção. Falava sobre uma doença desconhecida que estava a matar os homossexuais masculinos na costa oeste dos Estadoos Unidos. Na mesma hora tive o presentimento que aquilo era importante e decidi comprar o jornal. Já não lembro dos pormenores da notícia, mas li com expectativa o que relatava. Eu tinha 18 anos, não tinha tido ainda a minha primeira relação homossexual embora a tentação fosse enorme. O que fiquei a saber deixou-me assustado e de imediato senti que aquela doença iria ter repercursões enormes na minha vida. Não me enganei. Procurei nas semanas seguintes mais notícias sobre o tema e pouco a pouco fui-me apercebendo que nada seria como antes daí para a frente. Desde a minha primeira vez estive sempre presente o risco de contrair a maldita doença. Sempre evitei situações de risco o que não quer dizer que não as tenha corrido.

Ao longo de todos estes anos conheci gente que entretanto morreu com SIDA, tive amigos que contrairam a doença, e até sei de alguém com quem já tive relações sexuais que é seropositivo. Por uma ou duas vezes convenci-me que estava doente e sempre que vi o resultado negativo do teste foi como nascer de novo. Desde o início que a minha vida sexual tem a sombra deste fantasma. Já me habituei a viver com a guilhotina por perto, embora sempre com a cavilha sob controlo.

Entretanto apesar dos esforços não se descobre cura ou vacina para o Sindroma de Imunodificiencia Adquirida. A luta contra a doença passa ainda e só pela prevenção. O «cocktail» fármacos que entretanto prolongam a vida são um engano. A qualidade de vida dos seropositivos é muito pouca. Nos países desenvolvido os resultados desta luta tem surgido. Baixo nível de infecções, a pandemia parece temporariamente controlada. Nos países economicamente mais débeis os resultados deixam muito a desejar. Não há forma de controlar e prevenir a doença sem meios de comunicação eficazes, sem campanhas de informação, sem preservativos, e sem se conseguirem mudar hábitos sexuais arreigados e crenças inviáveis. O resultado é 25 milhões de mortos em 25 anos de luta contra a SIDA. A África, a Ásia são as zonas mais afectadas, mas também a América Latina, Caraibas e Europa de Leste são zonas onde a doença se propaga sem grande oposição.

E Portugal?! Portugal é o país da Europa ocidental com maior incidência de casos de SIDA por cem mil habitantes! Um caso que faz pensar, senão vejamos: vivemos num país onde quase 100% da população tem televisão e rádio, o sistema de saúde funciona deficientemente, mas funciona e não se pode comparar aos países pobres de África, têm sido feitas campanhas de prevenção, campanhas de troca de seringas e de incentivo ao uso de preservativos nas relações sexuais. Então o que tem falhado?
Em minha opinião duas coisas: a mentalidade do português que acredita que essas coisas só acontecem aos outros ( tal como os acidentes de viação, a SIDA, a dependência de drogas, etç.) e a atitude dos governantes que desde os primeiros tempos nunca levaram a sério o risco da SIDA para a população em geral.

Os portugueses são por natureza o povo do depois logo se vê! Não reage por antecipação de forma preventiva, tenta remediar depois do mal estar feito. Para quê se preocupar com algo que ainda não aconteceu? Prevenção é uma chatice. A famosa frase muito nacional que diz: Um dia todos temos que morrer, revela bem esta mentalidade do depois logo se vê.



Do outro lado quem tem a responsabilidade de sensibilizar os cidadãos para o risco e para a prevenção até hoje não encarou de frente o problema. Nos primeiros anos pensaram: bem isto é uma doença de paneleiros e drogados, não vale a pena gastar dinheiro com prevenção. Quando morrerem, matamos dois coelhos com a mesma chumbada! Dominamos a doença e extinguimos os drogados e as bichas! Bingo! Depois a coisa alastrou e possou para as prostitutas que por sua vez infectaram os machos latinos que não se quizeram proteger e até pagam mais para não usar camisinha. Com o viagra a população mais idosa regressou à vida sexual activa e foi em busca de prostitutas para reaprender a andar de bicicleta, recusou o preservativo e ficou seropositiva. Os maridos infectaram esposas fiéis e hoje ninguém parece dar conta da rolha.

Para um povo que tem hábitos sexuais onde o recurso à prostituição é uma prática corrente, governo faz campanhas de prevenção mal direccionadas, a educação sexual nas escolas é anedótica, esquece-se que o problema pode atingir toda a população e que já não existem grupos de risco. Aliás os homossexuais hoje são os mais sensibilizados para o risco que correm embora ainda muitos gostem de brincar à roleta russa.

Está a acontecer uma explosãode seropositivos entre os heterossexuais e a população masculina acima dos 50 anos. As campanhas continuam a esquecer estes «grupos de risco». A atitude moral conservadora que grassa na nossa classe política não permite enfrentar abertamente o problema. A hipócrisia política é mais forte que a saúde dos portugueses.
Temos 32 mil infectados com o HIV, provavelmente mais, mas as políticas de combate são tacanhas e moralistas. Resta-nos o consolo de alguns países da Europa de leste estarem em piores lençois porque de outra forma poderiamos comparar-nos aos países africanos e aí seriamos os melhores em prevenção. Temos sempre este fraco consolo e não temos vergonha!

quarta-feira, junho 14, 2006

LEMBRAM-SE DAS NOVAS OPORTUNIDADES?

Quando os governos anunciam com grande pompa, em conferências de imprensa, iniciativas que se propõem dar a volta por cima a este país, nós muitas vezes sorrimos para dentro e pensamos: falar é fácil, anunciar ainda mais, fazer é que gostariamos de ver. Este governo tem sido maestro neste tipo de iniciativas ao anunciar grandes programas de desburocratização, de investimento, de educação, de formação, etç.
Há projectos que estão a fazer o seu percurso.Ver para crer como dizia São Tomé. Eu tenho conhecimento de jovens adultos que não completaram o 9º ano no tempo próprio que voltaram à sala de aula para em tempo record e aproveitando a escola da vida conseguirem a equivalência ao 9º e ao 12º ano. Que muitos se venham a sentar nas carteiras deste projecto e façam um upgrade da sua educação e formação. Todos precisamos que os projectos não fiquem no papel, nem sirvam para enrolar os portugueses.

terça-feira, junho 13, 2006

AMIGOS, AMIGOS...


Os pais foram com a bebé jantar a casa de um tio que tem um american staffordshire. Ao entrarem o cão aproximou-se imediatamente da bebé, que estava dentro do carrinho e mordeu-a na cara. O tio foi detido e o cão tranportado para a sociedade protectora dos animais onde deverá ser abatido. A polícia francesa informou que uma octogenária foi ferida por um cão da mesma raça. Desde do início do mês esta é a segunda criança morta em França por um cão. Uma outra ficou cega de um olho depois de ter sido gravemente ferida por um rottweiller. Na Holanda, já esta semana, morreu um recém-nascido de oito dias, na Croácia outro bebé de 23 meses e uma mulher de 50 anos foram todos atacados por cães. Ainda em França, na Normandia, morreu recentemente uma criança de 8 anos, mordida por um cão de raça bullmastiff.
Algumas raças de cães representam um risco desmesurado e não devem ser tolerados, mas são! A morte de uma menina atacada em Dezembro de 2005 por três pitbulls a caminho da escola chocou a Suiça, mas não foi tomada qualquer medida a nível nacional. Apesar dos sucessivos ataques de cães de raças perigosas a maioria das pessoas permanece silenciosa perante o perigo que estes animais representam para a segurança das populações.

Na urbanização onde vivo, vários vizinhos exibem no quintal ou mesmo na rua, pela trela, estes potenciais assassinos com o orgulho de quem está protegido pelo melhor amigo que lhes guarda a casa.
Em pequeno fui mordido por um enorme cão rafeiro, preto. Estava preso por uma corrente junto ao local onde jogavamos à bola inocentemente. Mordeu em dias diferente, a mim e mais dois amiguinhos de brincadeira. Eu fui o que menos sofreu, os outros ficaram com feridas graves, mas a fobia que se apodera de mim sempre que me deparo com um cão grande na rua oi ferida que jamais curará. As outras cicratizes quase já não as identifico, mas essa perdurará para sempre.

segunda-feira, junho 12, 2006

DEVES ESTAR A PENSAR QUE ÉS MUITO BOA!...


O Homem é por natureza um ser exibicionista, vaidoso e inseguro. O ser humano é pouco seguro quanto às suas qualidades físicas, intlectuais e psicológicas, logo tende a exibir e a realçar perante os outros, por vezes até ao ridículo aquilo que julga serem os seus atributos e a esconder de forma não menos ridícula as suas fraquezas e defeitos. Os humanos mascaram-se para sair à rua e até aqueles que se conhecem de perto, que têm laços de sangue ou se dizem amigos disfarçam-se uns diante do outros. Perante aqueles que se conhecem a máscara não funciona tão bem e então surgem as inevitáveis cenas de cinismo e hipocrisia quase hilariante. A má lingua vive do fracasso do disfarce que é, quase sempre gato escondido com rabo de fora. Depois dos sorrisos e «salamaleques» fica o sorriso trocista, o comentário cínico e o olhar condescendente.

Um mundo perfeito!

O NOSSO CARNAVAL




Muitas cidades portuguesas preparam-se para sair à rua E celebrar os Santos Populares. Enfeitam-se de papelinhos, luzes , sardinhas, vinho tinto e música apropriada e saiem à rua num festejo que o povo não dispensa. Lisboa vibra com o Santo António; o Porto com o São João, outras com o São Pedro. Estas celebrações são uma espécie de Carnaval tardio em que os portugueses se permitem celebrar de T-shirt, sem receio da chuva ou do frio do Inverno. Os Santos Populares chegam no mês de Junho com o últimos espirros da Primavera e anunciam o Verão quente em que apetece assar sardinhas no quintal e beber cervejas geladas nas esplanadas dos bares e cafés até altas horas da noite.

As marchas populares são uma encenação tradicional que faz lembrar as escolas de samba do Rio de Janeiro, salvo as devidas proporções. Os foliões brincam, cantam e dançam numa animada celebração que revela o espírito português e a sua forma de estar no mundo: sem excessos, sem loucuras, agarrados à tradição, misturando religião com folia, «comes e bebes» com com o romantismo do namoro marialva a escorrer em piropos e piscadelas de olho pelas vielas das cidades. O romantismo dos versos no mangerico, misturado com a brejeirice dos piropos são uma marca lusitana na conquista das belas moçoilas que saem à rua com um pretendente debaixo de olho. Os casamentos de Santo António dão um sabor honesto e sacramental aos festejos desbragados e pagãos que nos animam as noites de Junho.
As celebrações populares de um povo revelam o mais genuino da sua alma.

As marchas vão descer a avenida. Vamos saltar a fogueira e tirar as sortes, estalar martelinhos e beber muito vinho! Se há festas pimbas estas dos santos populares são o seu expoênte máximo!
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FOTOGRAFIAS A NÚ




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