sexta-feira, junho 29, 2007

PARA QUEM NÃO VIU

À ESPREITA



AUTO-DESCRIMINAÇÃO

Os primeiros responsáveis pela menor consideração social de que se queixam são eles mesmos, os homossexuais. A imagem que a população em geral tem dos gays é a folclórica, espampanante, amaneirada e cheia de abanicos e pendentes. A televisão portuguesa não consegue criar uma personagem homossexual que não tenha estas características. É ignorância, incompetência ou é no fundo um acto deliberado que vai ao encontro do pensamento da população em geral?
Quem não se dá ao respeito não é respeitado e quem se presta a ser motivo de chacota será sempre o bobo da corte. A liberdade de expressão é um valor primordial da democracia, mas a democracia cobra um preço alto por esse direito. No caso dos homossexuais é a menorização e o olhar cínico de aceitação e compreensão.

A maior parte dos homossexuais não são nada disso. São homens e mulheres que vivem, agem e comportam-se como a esmagadora maioria da população com a diferença de que quando vão para a cama preferem fazê-lo com outra pessoa do mesmo sexo.A orientação sexual é apenas um elemento estruturante da sua vida, não é o que o define como pessoa. No entanto para o cidadão comum o homossexual é sempre a bicha afeminada, nunca o gay de barba rija. Os que se assumem e reclamam a seu lugar na sociedade são os primeiros, justiça lhes seja feita, porque os outros escondem-se entre namoradas de fachada, famílias para inglês ver ou ficam muito bem calados e fazem uma vida dupla entre o armário e a noite escura.
Nem tão cedo será possível mudar a ideia que os portugueses têm dos homossexuais enquanto estiverem convencidos que estes são umas centenas de homens que gostavam de ter nascido mulheres e por isso nem são uma coisa nem outra, que me perdoem a frieza das palavras.

A BANANA





MANOBRAS DE DIVERSÃO

Quanto mais jornais e revistas leio, noticiários televisivos vejo e rádio ouço mais aumenta a minha convicção que os média portugueses andam a alimentar-nos como ruminantes. Sistematicamente vejo telejornais cheios de palha que desviam os cidadãos do fundamental e importante. Dirão que a culpa não é dos jornalistas. São os políticos e dirigentes deste país que preparam a refeição e eles, jornalistas só servem. Não me convencem. Os jornalistas sabem que podem escolher entre pratos cheios que depois de servidos alimentam o povo e outros que são apenas palha para ruminantes que em nada contribuem para o nosso bem estar, antes disfarçam a fome e ocupam o tempo. Em Portugal perde-se muito tempo a falar de assuntos menores e sem substância enquanto quem governa vai dirigindo o país a seu belo prazer.




MR HOT LEGS!



CORAGEM DE FLÁVIO

Estava eu a tentar tramar o Flávio Gonçalves com um jogo, com que já me tinham tramado a mim quando ao deixar-lhe um comentário na sua última entrada, verifico que ele tem um video do seu telefonema para «As tardes da Júlia». Já sabia que tinha marcado com o programa da tarde da TVI para contar a sua experiência, só não esperava ter o video.
São putos com a coragem do Flávio, cheios de vontade de serem tratados sem olharem às suas preferências sexuais, mas tão só como pessoas que me convencem que o futuro será melhor. Cedo ou tarde a homofobia vai diminuir e os direitos dos homossexuais vão ser reconhecidos neste país.
O Flávio tem 15 anos e assumiu a sua homossexualidade perante os amigos e familiares ainda com 14. Vale a pena uma visita ao seu blog: FLAVIO`S WORLD

quinta-feira, junho 28, 2007

FUI ESCOLHIDO PELO DANNY

originally in English:
1. All right, here are the rules.
2. We have to post these rules before we give you the facts.
3. Players start with eight random facts/habits about themselves.
4. People who are tagged need to write their own blog about their eight things and post these rules.
5. At the end of your blog, you need to choose eight people to get tagged and list their names. Don’t forget to leave them a comment telling them they’re tagged, and to read your blog.

em bom Português:
1. Estas são as regras.
2. Devem-se publicar estas regras em primeiro lugar.
3. Os jogadores enumeram oito factos/hábitos aleatórios sobre si mesmos.
4. Aqueles que forem escolhidos devem escrever em seus próprios blogs as suas oito coisas e publicar estas regras.
5. Ao final, você deve selecionar mais oito pessoas e listar seus nomes. Não esqueça de lhes deixar um comentário avisando que foram escolhidas e pedindo que visitem seu blog.



Aqui estão algumas migalhas de mim:


1 - Sou um preguiçoso disfarçado. Deixo de preferência as tarefas que tenho de realizar e que não me são muito agradáveis para o fim. Só sou produtivo quando trabalho sob pressão, quando o prazo está a acabar sou capaz de milagres, até lá prefiro ficar de papo ao sol. Já na escola era assim, deixava os trabalhos para a véspera tal como o estudo para testes e exames.

2 - Ao contrário da maior parte das pessoas, julgo eu, estou bem quando estou só. Não necessito de estar constantemente rodeado de pessoas para me sentir bem. Sou um solitário e vivo bem com isso, mas não sou anti-social. Gosto de estar com os meus amigos, com a família e com o namorado.

3 - Desde que tive a primeira namorada que soube que nunca faria amor ou me casaria com uma mulher. No relacionamento amoroso com o sexo oposto o mais longe que fui foi até ao beijo de língua e um apalpão.

4 - Perdi a virgindade aos 16 anos numa relação que preferia nunca tivesse acontecido.

5 - Estudei dois anos num seminário com o objectivo de vir a ser pastor evangélico.

6 - Nasci com uma deficiência congénita que podia ter atrapalhado muito a minha vida, não fosse ter tido uma mãe que não se conformou com esse facto, e tudo fez para que eu viesse a ter uma vida normal.

7 - Gostava de ter dado um neto à minha mãe que apesar de ter três filhos não tem um neto legítimo.

8 - espero que não voltem a envolver-me nestes jogos interactivos, pois não gosto de falar de mim.

As oito vítimas da próxima ronda são:

Algarve gay
Flávio
Gayrioca
Ptoleran929
Emisiones nocturnas
Mariposo
San Luis Potosi
Luso boy


AO MOÇAMBICANO


O LEITOR DE MAPUTO E O NOME DE LOURENÇO MARQUES

Desde as primeiras entradas deste blog que tenho um leitor fiel. Nunca deixou um comentário, um pequeno vestígio da sua visita que fosse, mas sei que passa por aqui regularmente. Penso que é o único visitante com origem em Moçambique, mais propriamente da cidade de Maputo. É sempre com curiosidade que verifico se me visitou. De quando em quando está vários dias sem aceder a esta página e fico a pensar que se cansou ou se mudou para outras paragens. A ele um obrigado pela fidelidade.

Maputo é a capital moçambicana que antes da independência se chamava Lourenço Marques. Não tenho nada que a ela me ligue, (o único amigo moçambicano que tenho é professor universitário na Beira, bem mais a norte). Mentira, devo o nome que me chamam a Lourenço Marques. Desde já vos digo que não me chamo nem Lourenço, nem Marques. Vou deixar que sejam vocês a descobrir como se chamavam os habitantes da capital desta antiga colónia portuguesa e assim descobrirem qual o meu nome próprio.

A história do meu nome é rápida de contar: o meu nome devia ter sido Eduardo, por vontade de meu pai, mas a mulher escolhida para madrinha de baptismo foi uma senhora que tinha uma afilhada, de que muito gostava e que já não via há muito, por aquelas bandas do hemisfério sul. Vivia lá longe e as saudades da afilhada eram tantas que ela impôs como condição para ser minha madrinha que eu ficasse com o nome dos habitantes daquela cidade em homenagem à rapariga. Meu pai cedeu e deixou cair o Eduardo para realizar a vontade da senhora. Curiosamente tenho nome de cerveja, embora no masculino, como é óbvio.
É fácil descobrir o meu nome, investiguem um pouco e deixem mensagem.

quarta-feira, junho 27, 2007

A BICICLETA


COWBOYS




FESTIVAL DO MEDITERRÂNEO


O Festival MED 07 decorre de 27 de Junho a 01 de Julho, no centro histórico de Loulé, abarcando uma diversidade de géneros e estilos, e não só, de música feita na bacia do Mediterrâneo.Ao todo actuam um total de treze artistas e diversos DJ's. Prevista está também a realização de workshops.

O cartaz completo do evento é o seguinte:

Dia 27: Sara Tavares (Portugal/Cabo Verde) e Aynur (Turquia)
Dia 28: Natacha Atlas (Bélgica/Egipto), Segent Garcia (França) e Shantel (Alemanha/Balcãs)
Dia 29: Tinariwen (Mali), Taraf de Haidouks (Roménia) e Akli D (Argélia)
Dia 30: Vinicio Capossela (Itália), Yerba Buena (EUA) e L'Ham de Foc (Espanha)
Dia 01: Bajofondo Tango Club (Argentina) e Chambao (Espanha)

AFICION!


NO PAÍS DAS POLÉMICAS



Portugal pode orgulhar-se de fazer agora parte dos roteiros da arte moderna e contemporânea a nível internacional. Já tinha no Porto o Museu da Fundação de Serralves e com a abertura ao público, no CCB, do Museu Berardo passa a ter dois espaços museológicos de arte que em nada nos envergonham como país civilizado. São sem dúvida uma mais valia para um país que se quer mais culto e pretende fazer crescer o turismo cultural em detrimento da dependência do sol e praia.

Como é normal, quando por cá se faz algo de importante, tem, obrigatoriamente, que estar envolto em polémica. Como é lógico este museu nasceu envolto nela. É polémico o preço que nos custou, é polémico onde foi instalado, são polémicos os apoios que recebe. Tudo é contestável quando o outro fez algo de importante e os louros vão para os outros.

Se o governo tivesse deixado a colecção sair para o estrangeiro, como chegou a ser aventado por Joe Berardo, a polémica e a contestação seria mil vezes maiores. Felizmente vivemos num país onde todos somos presos por ter cão e por não ter, valha-nos isso para saber que estamos vivos!

CRIOU-O À SUA IMAGEM...


PERSPECTIVAS



Eu no fundo sou um conservador.


Gosto muito daquela célebre frase que diz: «Os namorados e maridos das minhas amigas são todos, para mim, como se fossem mulheres.» em oposição à outra célebre que é lema de muitos gays que reza assim: «Os namorados e maridos das minhas amigas são, para mim todos militares, marcham todos!»

SEM DESCULPAS


Kyle Maynard nasceu a 24 de Março de 1986 com uma rara deficiência conhecida por « Amputação congénita». Apesar das suas «amputações» dos membros superiores e inferiores, conforme as fotografias, Kyle é um dos atletas top em luta livre na Geórgia. A sua participação nos campeonatos de luta livre do estado da Geórgia deu-lhe um impressionante recorde de 35-16. Continuando a sua impressionante carreira é agora lutador na Universidade deste estado e iniciou o treino na modalidade de Jiu-Jitsu.

Apesar de ter nascido com enormes insuficiências físicas, Kyle aprendeu a viver por si, auto-suficiente e tornou-se um dos melhores estudantes da Universidade da Geórgia. Um lutador ganhador que publicou um livro de sucesso No Excuses ainda antes de completar 20 anos!

Em criança o pai incentivou a sua auto-confiança, com uma frase que o marcou: « Se não aprenderes a comer por ti, vais morrer de fome». Com muito empenho Kyle «aprendeu a alimentar-se sozinho» e agora serve-se facilmente de talheres de prata. Escreve impecavelmente e tecla 50 palavras por minuto. Foi com o amor e incentivo familiar que Kyle transformou as suas limitações físicas no Homem que é hoje.

segunda-feira, junho 25, 2007

JOSH OHL



MÉNU




MIGUEL ÁNGEL MUÑOZ



Miguel Angel Munoz
é actor e cantor espanhol ainda em início de carreira, mas não passa despercebido a ninguém a representar nem a cantar, mas são sobretudo os olhos que aproveitam de o olhar, já que tocar... .

ÁGUALUSA E ALMA SAUDOSISTA



José Eduardo Agualusa é um daqueles escritores filhos da lusofonia que tem o coração repartido pelos três continentes que o Atlântico abraça. Nascido no Huambo, Angola, tem ascendência portuguesa e brasileira. Águalusa conhece bem a alma dos povos que falam português sobretudo os três cujo sangue lhe corre nas veias, e também o de Moçambique. Falando sobre os portugueses comenta que uma das frases mais queridas dos taxistas portugueses é: - «Isto nunca esteve tão mal!» e logo a seguir: -«Antigamente é que era bom». Nada mais nosso do que falarmos mal do nosso. Está-nos no sangue a lamuria saudosista e o gosto por desgastar a imagem do que somos.
Será que isto nunca esteve tão mal? Pensando com objectividade quase sou levado a contrariar dizendo que isto nunca esteve tão bom. Os dias que vivemos não são razão para grandes euforias, é verdade, mas quando olho para a vida dos portugueses e a comparo com os meus dias de criança, de adolescência ou mesmo com há vinte anos atrás esta atitude de depreciação das condições de vida no país parecem-me ridículas. Antigamente é que era bom? Quando? Quando Salazar fechava o país a sete chaves e nos mandava para a guerra nas colónias? Quando íamos ao poço buscar água em cima de um burro? Eu fui muitas vezes e não me parece que fosse tão bom assim. Hoje a maior parte dos portugueses goza férias, tem um carro, tem uma casa, faz refeições fora de casa, veste bem, vai ao cinema e faz tantas outras coisas que a miséria do antigamente nem lhes permitia sonhar. Estão sufocados em dívidas para terem tudo isso? É verdade, as finanças nunca foram o nosso ponto forte!
Eu nasci nesses dias do candeeiro a petróleo, do burro e da enfusa de água fresca na cozinha e da carne de porco salgada. Cresci a ver como as condições de vida melhoravam de ano para ano, porém cheguei ao meu primeiro emprego olhando os turistas que chegavam ao Algarve com inveja do seu ar endinheirado e, lá do fundo do meu salário de estagiário, repetia para mim vezes sem conta que um dia eu estaria do lado de lá, sentado junto à piscina ao entardecer, bebendo um Dry Martini, com azeitona e tudo, enquanto aguardava o início do jantar num qualquer hotel junto ao paraíso e não com uma bandeja na mão e um papillon ao pescoço dizendo «Yes Sir».
Trabalhei depois muitos anos no aeroporto de Faro e quando a porta das chegadas se abria e eu olhava a saída de gente feliz acabada de chegar de férias jurava para mim já não faltar muito para também eu sair por aquela porta regressado de férias.
Olhar para o país como se vivesse os seus mais negros dias é deprimir-nos como povo, denegrir as nossas capacidades e amesquinhar os sonhos de todo um povo que trabalha e se esforça por fazer deste país um lugar cada vez melhor para se viver.
Eu não o troco por nenhum outro do mundo, embora não exite em ir ver como por lá se vive sempre que possível.
Já agora, José Eduardo Águalusa publicou recentemente ««As Mulheres do meu pai»», uma boa opção de leitura para as férias de 2007

DECIDE-TE


domingo, junho 24, 2007

HÚMIDO


8ª MARCHA DO ORGULHO GAY DE LISBOA

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CIGANOS NA ESTRADA

Nos últimos anos tornou-se quase uma curiosidade turística ver uma família cigana fazer-se transportar em carroça puxado por animais. O povo cigano manteve muitos dos seus animais nos acampamentos por tradição e afeição, mas começou a deslocar-se de automóvel ou carrinha, normalmente muito usados, grandes banheiras poluidoras e por vezes barulhentas, quantas vezes com lotação esgotada ou com sobre lotação!
Dei-me conta nos últimos meses, teve lugar um reaparecimento, ainda que ténue, das carroças puxadas por mulas na EN 125!? O preço que os combustíveis atingiram nos últimos meses fez com que o da palha tornasse a relação velocidade preço favorável à palha. E eis que as carroças voltaram à estrada.

Hoje é Dia Nacional do Cigano. Os povo cigano é uma minoria renitente em integrar-se na nossa sociedade, embora muitos tenham optado por fazê-lo sem que isso implique negar as suas origens e abdicar das suas tradições. Os ciganos lusos são muito flexíveis assumindo-se como portugueses quando pretendem usufruir dos direitos que o estado lhes oferece e agarram-se à suas tradições e cultura quando não pretendem cumprir os deveres que a cidadania nacional implica. No fundo é uma atitude sábia, embora pouco contribua para a sua consideração na sociedade portuguesa.

Esta não é seguramente a forma de estar do nosso cigano mais famoso: Ricardo Quaresma, ganha milhões com a arte que sai dos seus pés e não anda de carroça, antes espatifa Maseratis Grandsport, como o da fotografia, contra os muros da cidade do Porto.
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sábado, junho 23, 2007


8ª MARCHA DE ORGULHO GAY DE LISBOA


Decorre neste momento em Lisboa a 8ª Marcha de Orgulho Gay.

À noite acontece na Praça do Comércio o 11º Arraial pride.

AO FIM DE SEMANA

Ao fim de semana as cidades ganham um ritmo de vida mais natural, mais humano, mais descontraído. Durante os dias chamados úteis, com excepção de quem está de férias ou em passeio, todos usam a cidade, ninguém tem tempo para a fruir verdadeiramente.
Hoje, mesmo as pequenas cidades de província perdem o ritmo acelerado, os carros passam lentos e poucos, os transeuntes passeiam-se com outro expressão no olhar, com outro olhar no rosto. Os dias de calor baixam o ritmo do passo e nas esplanadas o tempo parece ter parado. Um café, uma água fresca e todo o tempo do mundo para tagarelar ou simplesmente olhar quem vai, quem chega, quem passa. Nos dias de preguiça as ruas mostram-se aos olhares de quem passa e os lugares ganham predicados que durante a semana ninguém repara.
Dei-me conta que o meu frigorífico já não tinha nem uma peça de fruta para matar a fome e fui ao supermercado. Antes parei para almoçar, se é que um sumo de laranja e uma sandes de carne assada, rematada com um expresso se pode considerar almoço! O café estava cheio de avós muito aprumadas falando dos seus achaques como é natural na sua idade, mas mesmo assim com grandes planos para os próximos dias. Tratavam-se por meninas: «- Menina Isabelinha, já foi à Voz de Cristal? Eu estive lá uma vez e adorei». Havia gente com tempo para fazer sala. No passeio o passo apressado era coisa de outros dias.
Finalmente no supermercado. Enquanto empurrava o carrinho tive a sensação de ouvir alguém trautear uma música de natal atrás de mim. Estranhei a melodia. Apurei o ouvido e tive a certeza: era mesmo uma mãe cantava para o filho uma canção de natal. A voz bem colocada e sem desafinar deliciavam a criança. Havia naquela canção algo de muito íntimo e especial. Mãe e filho sabiam o significado daquela música. Eu não. Apenas achei a cena linda. E eu quase me emocionei com aquele quadro afectivo entre mãe e filho.
Os fins de semana tornam as cidades mais humanas, mais vivas, mais puras.

UM NOVO PROJECTO EM MÃOS

A minha vida vai entrar num carrocel que em nada me agrada. Sou por natureza uma pessoa que gosta de ter tempo para fazer com tempo as coisas que quer fazer bem feitas. No trabalho tudo se prepara para que as próximas semanas sejam de uma azáfama de puxar os poucos cabelos que ainda me restam. A minha Gaja vai de férias e o Nuno de baixa médica. Aproveito para lhe desejar que tudo corra bem, como estamos todos certos que vai correr porque o queremos de volta logo, logo para bem da nossa saúde também. Não vai haver tempo para contemplar a porcaria que se fez.
Em casa, como sabem as pinturas estão longe do fim. Mas há mais novidades. A minha irmã montou o cerco e apanhou-me finalmente. Na sequência do seu envolvimento no processo de abertura um centro de estética CELLULEM BLOCK, pertencente a uma amiga, cuja inauguração aconteceu na semana passada em Faro, não parou enquanto não encontrou o espaço ideal para abrir um ginásio. Não será só um ginásio. Pretende-se que seja um centro de cuidados do corpo para todos, desde o neto até ao avô, mas virado sobretudo para as mulheres. A cidade eleita para a actividade é Tavira. Os dois ginásios que existem na cidade são de uma qualidade confrangedora, virados para os maníacos dos músculos, onde o sexo feminino não tem coragem de fazer 5 flexões consecutivas.
A aposta parece ter pernas para andar e embora o processo não seja irreversível tudo me leva a crer que vai avançar. O mais difícil era encontrar o espaço ideal e esse já encontramos. No centro da cidade, 4 lojas gémeas têm o tamanho ideal para o que pretendemos. O preço já esta a valores aceitáveis, mas ainda não desistimos de o encolher um pouco mais. Dos bancos já temos a simulação do leasing imobiliário a fazer. O orçamento para as obras está pronto depois de duas rectificações e alguns ajustes para cortar nas gorduras. Próximos passo escolher o arquitecto para fazer o projecto, aguardar a contra-proposta do dono das lojas, iniciar o projecto de viabilidade económica, etç, etç... Uma infinidade de coisas a fazer que pouco tempo vão deixar para a praia e boa vida no Verão que agora começa.
Quem sabe não se está a iniciar uma nova etapa da minha vida? Não me queixo do meu emprego, antes pelo contrário tenho prazer nas funções que desempenho, mas aceitar novos desafios depois de 15 anos a trabalhar em aluguer de automóveis pode ser a lufada de ar fresco para dar novo ritmo à minha vida. Começo a entusiasmar-me com o projecto.
A minha irmã sempre praticou desporto desde muito nova, fruto desse amor à actividade física manteve-se como monitora de crianças enquanto a sua vida profissional o permitiu. Ela tem ideias muito precisas do que quer fazer. Já deu tudo o que lhe era humanamente possível na sua actividade de educadora infantil e quer mudar.
Então vamos lançar mãos à obra e acreditar.

sexta-feira, junho 22, 2007


DE VOLTA À ARTE


E agora vou continuar a pintura de minha casa. Pelo ritmo que isto leva lá para o verão de São Martinho posso dar por acabada a tarefa em que de ânimo leve me aventurei. Uma coisa vos posso afirmar: está a ficar um trabalho de profissional. Se precisarem é só deixar mensagem que eu faço orçamentos. Só não prometo bom preço.

«CANTO EM QUALQUER CANTO»

«Canto em qualquer canto» aconteceu na Quarta-feira passada no teatro das Figuras em Faro. Desde o início do mês que tinha adquirido dois bilhetes e por nada deste mundo queria perder a oportunidade de ouvir Ney Matogrosso interpretar algumas das canções que não me canso de ouvir. Já tinha assistido a um seu concerto em Olhão há alguns anos atrás integrado num grupo onde só por insistência do público interpretou um grande sucesso seu. Esse espectáculo para mim não valeu. Era como ir vê-lo cantar pela primeira vez. E fui, eu e o Shwasy na expectativa de ouvir: Rosa de Heroshima, Bandolero, Amendoim torradinho. E ouvimos.

Ficou por escutar Homem com H, Cobra Manaus e outras.

Soube a pouco. É uma grande voz, mas a ausência de plumas retirou o esplendor ao espectáculo. Ney é um grande interprete da música brasileira, mas os anos passaram e a exuberância a que nos habituou está a passar e a qualidade do seu espectáculo vale pela sua voz e pelos excelentes músicos que o acompanham.

Queria mais, queria a plateia a vibrar com a ousadia da sua dança, a marcar o compasso dos seus grandes sucessos. Soube a pouco...
Fotógrafo: Paulo César

NEM TODOS OS ANIMAIS SÃO NOSSOS AMIGOS

Terminei mais uma semana de trabalho. O verão chegou e depois de alguns dias de céu envergonhado quem estava de férias aproveitou para adquirir aquela cor apetitosa e invejosa que informa todos os vizinhos, amigos, e passantes que estivemos de férias num lugar do sul onde o sol é maravilhoso. Os «meus» carros ficaram estacionados à porta da loja à espera da nova fornada de gente com vontade de conhecer os maravilhosos recantos do Algarve, digo eu. Foi um dia com pouco que fazer.

Tinha prometido ir jantar a casa da mamã e assim fiz. Ao chegar fui presenteado com o relato de uma tragédia.
Há algum tempo, perante o elevado número de casos ocorridos, escrevi o que penso sobre a presença de cães de raças consideradas perigosas como animais de estimação. Depois disso muitos outros casos de ataques destes animais ocorreram em Portugal. Lembro o caso mais mediático daquela imigrante ucraniana que foi morta nos arredores de Sintra. Recordo, também, que quando criança fui mordido por um cão. Apenas um ataque rápido que me feriu no pescoço e as suas garras, ainda hoje marcadas no meu braço não me deixam esquecer porque receio deparar-me com cães à solta na via pública.

Carlinhos é um puto de 6 anos. Chegava a casa vindo da festa de encerramento do ano lectivo, na antiga sala de cinema da Fuzeta. Entrou em casa e dirigiu-se ao quintal onde o Pitt Bull da família, animal de que o seu irmão mais velho, já adolescente, muito se orgulha. O animal estava excitado, perseguindo gatos que lhe atravessavam a sua área reservada. Carlinhos como sempre entrou despreocupado, sabendo que o animal ali devia estar. Só não esperava é que sob a loucura da perseguição dos gatos o seu cão o atacasse violentamente como se fosse um estranho ou um gato inimigo. Salvou-o a avó que ouviu os gritos. Quando conseguiu afastar o cão a pobre criança já se esvaia em sangue, fruto de várias mordeduras desde os membros inferiores ao crânio, a mais grave de todas. Chegado o INEM em tempo recorde, faça-se justiça, e assegurados os primeiros socorros toda a família estava inconsolável, em estado de choque, e a sentir crescer um enorme sentimento de culpa pelo sucedido. Afinal o animal já tinha atacado sem gravidade um membro da família anteriormente e ninguém tomou precauções.
O Carlos é sobrinho da minha cunhada e filho de um amigo meu de infância. Depois de suturadas as feridas e verificada a gravidade da lesão no crânio o pior parece já ter passado. Vão ficar para sempre as marcas, senão as físicas, as recordações da traumática da experiência nunca mais o abandonarão. Como quase sempre podia ter sido mais grave, incluindo o espectro da morte, caso não estivesse nenhum adulto por perto.

Possuir um cão pertencente a uma raça considerada perigosa tornou-se moda. Em tempos a moda foram os Pastores Alemães, já foram os Huskies siberianos, agora o que é «in» é ter um Pitt Bull Terrier, um Dogue Argentino ou um Rotweiller. Quantas pessoas mortas ou mutiladas são necessárias para que os donos e as autoridades cumpram a legislação em vigor sobre a posse destes animais?

Por mim não permitiria a sua posse a particulares como animais de estimação. Sem contemplações.

quinta-feira, junho 21, 2007

CHEGOU O VERÃO!

VELA OLÍMPICA EM CASCAIS




Cascais vai receber os Campeonatos do mundo de Vela Olímpica. Ao todo, são mil embarcações de 76 países que, durante 16 dias, lutam por um lugar nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Setenta e cinco por cento dos velejadores presentes no Cascais 2007 garantem acesso directo às olimpíadas do próximo ano.
A prova tem início dia 28 de Julho e vão estar 1500 velejadores em competição.

quarta-feira, junho 20, 2007


Fotógrafo: Paulo Madeira