domingo, abril 30, 2006

OS LOUCOS DA BOMBA ATÓMICA!


O mundo está em pânico com a possibilidade do estado iraniano vir a possuir a bomba atómica. O caso não é para menos quando os seus lideres parecem ser mais loucos que o Hitler na aversão ao povo judaico e mais fanáticos que os suicidas da Al Qaeda. O Irão é governado por dirigentes que não se regem por normas e condutas de pessoas de mente sã. Compreendo a apreensão que vai pelo mundo fora. Se a diplomacia não conseguir convencer os governantes do estado islâmico será inevitável uma intervenção militar para destrir a capacidade nuclear de Teerão. Mas o Irão não é o Afganistão, nem o Iraque. O seu potencial bélico é muito superior e as divisões étnicas não favorecerão os agressores. Se não se evitar de uma forma ou de outra que este país venha a desenvolver armamento nuclear então será Israel a fazê-lo e isso será uma catástrofe ainda pior!

Quero só deixar outra questão no ar:
Já são muitos os países que possuem a bomba atómica: China, India, Paquistão, Israel, Africa do Sul (?), Russia, para além dos europeus que são do conhecimento geral e dos Estados Unidos. Neste momento nenhum deles parece ser uma ameaça séria à paz mundial ou porque são democracias ou porque têm dirigentes que parecem ter um comportamento responsável. Mas os governantes mudam e a sanidade mental dos dirigentes também pode mudar como a História tem dado provas ( Hitler, Estaline, Pohl Pot). E as democracias não podem deixar de o ser? E se um louco subir ao poder num desses estados que fará a comunidade internacional?

Há armas que não deviam existir e as de destruição maciça deviam desaparecer com um estalar de dedos.

150 ANOS DEPOIS, SIGMUND FREUD...


«Sigmund Freud,(...) 150 anos depois de ter nascido, o inventor da psicanálise é ainda considerado o homem que desencadeou a terceira revolução da humanidade, que desferiu o golpe de misericórdia contra a presunção do nosso domínio. Antecederam-no Copérnico, que nos tirou o planeta do centro do universo, e Darwin, que nos atribuiu a menos elegante ascendência animal. Restava-nos o primado da razão. Freud deu a machadada final e veio provar que o nosso cérebro ufano e poderoso é afinal comandado, e tantas vezes ludibriado, por instintos de natureza genital, impura, sexual. Ou pelo desejo, esse incómodo e incessante movimento que nos motiva para a vida e, às vezes, nos envergonha. para que nos situemos. E nos libertemos.»

In Notícias Magazine 30-04-2006/ pg. 34

ÀS 5 DA MADRUGADA!



A noite de Sexta-feira alongou-se mais do que o pretendido inicialmente. Fomos a Albufeira ver as obras do programa Polis e como estão muito atrasadas e a baixa da cidade está um caos acabamos a beber um copo no Dreams Club, como o ambiente não estava mau fomos ficando. Voltamos a casa passava das 4:30 da madrugada. Pela A22 em direcção ao sotavento só se encontra uma estação de serviço já próxima da saída para Tavira. Aí paramos por volta das 5 horas da manhã para comer algo antes de deitar, pois o pequeno almoço iria confundir-se com o almoço.
Ao entrar no snack bar deparamo-nos com uma mesa repleta de garrafas de cerveja. À sua volta dois homens e uma mulher bebiam pela garrafa mais uma. Falavam alto, em linguagem pouco cuidada para um espaço público e o comportamento indiciava excesso de alcool no sangue. Aquele espaço fora, certamente, a derradeira opção para continuar o ritual que se iniciara horas antes num bar qualquer de Faro ou Olhão até que tiveram de o abandonar devido ao adiantado da hora. A conversa entre eles não fazia grande sentido, mas estava animada. Soube pelo meu acompanhante, o Shwasy, que era um casal e um amigo habitantes de uma aldeia vizinha.
Recentemente agitou-se a bandeira da redução da taxa de alcoolemia permitida aos condutores para reduzir a sinistralidade nas nossas estradas!? Porquê ninguém se lembra de proibir a venda de alcool nas estações de serviço das nossas estradas e auto-estradas? Em Espanha a lei é aplicada. Em Portugal só vale a lei do tudo ou nada?

Passemos à frente:

Nas máquinas de jogos electrónicos estava empoleirada uma menina ruiva, linda, de 3 anos de idade talvez, 4 no máximo. Às 5 da madrugada uma criança, pouco mais que bébé, deambulava ,solitária, pela sala perdida entre as mesas e cadeiras e os balcões! Não estava mal vestida, não parecia ter passado fome, não estava suja e surpreendentemente não parecia ter sono.
Ficamos chocados: enquanto os pais encharcados de cerveja já não tinham noção do avançado da hora aquela criança atravessava a noite acompanhando os pais alcoolizados por bares e espaços impróprios para a sua idade!
Infelizmente não se escolhe os pais nem a família onde se nasce. Mas os pais, a sociedade e o estado deviam proporcionar aos seus filhos condições de vida que garantissem igualdade de oportunidades para todas as crianças. Será que aquela menina que cresce sem regras, nem normas, sem ver respeitado o seu relógio biológico, observando comportamentos pouco abonatórios para a sua educação quando chegar a altura de frequentar uma escola, de cumprir regras e horários estará preparada em condições de igualdade com as outras crianças para cumprir o seu destino e vencer na vida?

Não me pareceu um caso grave em que a comissão de protecção de menores tenha que intervir, mas responda-me quem souber: como vamos chegar ao nível de desenvolvimento que pretendemos se não cuidamos da juventude que vai assegurar o futuro deste país?

sábado, abril 29, 2006

EXTRAORDINÁRIOS SERVIÇOS AO PAÍS


O treinador do Chelsea F.C. acabou de conquistar mais um campeonato inglês de futebol. A sua equipa venceu o rival Manchester United de Cristiano Ronaldo por 3-0. No final celebrou a conquista do título com um cachecol da seleção portuguesa pendurado no pescoço.

José Mourinho acabou de prestar mais um extraordinário serviço ao país que o viu nascer. Não há campanha publicitária de markting ou de outro género qualquer que tenha, para Portugal, o retorno que tem a imagem de um português competente, ganhador, charmoso e arrogante como ele. Se Mourinho pouco a pouco se torna a imagem de Portugal na Europa então o país não tem dinheiro que pague o serviço que lhe está a prestar este homem que faz bem aquilo que faz. Até o traço de arrogância que lhe marca o carácter é positivo para o nosso país. A imagem do português é a de um povo humilde, submisso, bem comportado, fácil de manobrar, sem grande força de vontade. A sua atitude provocatória e altiva é extremamente positiva para os portugueses.

Goste-se ou não de futebol este é o factor que mais positivamente valoriza a imagem de Portugal no mundo.
José Mourinho: o treinador vitorioso; Luís Figo: o jogador fantástico; Cristiano Ronaldo: o garanhão do futebol e muitos Pauletas e Ricardos Carvalho fazem pela imagem do país aquilo que mais nenhum sector da vida nacional consegue: o upgrade da imagem nacional.

NUNCA ESTAMOS PREPARADOS!

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Não há momento mais seguro que tenhamos que viver e no entanto passamos a vida sem nos prepararmos convenientemente para o enfrentar.

O desaparecimento físico da companhia de toda uma vida e muitas vezes da única que temos nos últimos anos de velhice ainda se torna mais doloroso que entrentar o nosso próprio fim...

Esta é a homenagem sentida às mulheres da minha família que recentemente enfrentaram a perda de familiares muito queridos.

O desejo de rápidas melhoras para a minha única verdadeira tia, por quêm tenho um apreço e um carinho muito especiais.

Força!

quinta-feira, abril 27, 2006

UM BOM CONSELHO


Não vale a pena deitar no contentor para reciclagem pois não é vidro, nem papel, plástico ou pilha é mesmo lixo tóxico que não se transforma em matéria orgânica; é mais do tipo lixo radioactivo: altamente perigoso!

UM DIA QUASE PERFEITO


Uma risada solta numa roda de amigos,

Uma conversa sentida que nos aproxima do outro,

Um dia de trabalho produtivo,

Um pôr de sol morno e delicioso sobre o Algarve para terminar a semana de trabalho...

São os pequenos nadas que fazem os dias felizes.


Pôr do sol em Mikonos ( foto Shwasy)

quarta-feira, abril 26, 2006

NOS FOMOS DE FERIA


Aproveitamos, eu e o Shwasy, para fugir à rotina do dia da revolução dos cravos, esquecer os discursos anémicos das nossas figuras de estado a propósito do fado de ser português e os desfiles sem brilho nem fulgor na Praça do Império, ou sei lá onde, e voltar a Sevilha para visitar a Feira de Abril. Bem...Não sei como começar? Foi um dia e tanto! O dia começou por volta da meia noite com a saída do Algarve em direcção à vizinha Andaluzia. A viagem foi longa e só chegamos ao quarto do Hotel depois das seis horas locais. Falar em quarto de hotel é força de expressão; aquilo eram as águas furtadas de um «hostal» de terceira categoria, no centro de Sevilha. E foi a opção entre dormir numa espécie de cama e o próprio assento carro que lá nos levou. Claro que não procuramos nos hoteis de cinco estrelas, mas pensamos que estavam completos como todos os outros em que suplicamos um quarto com casa de banho, mas só aquele humilde hostal tinha um que mais parecia a estrebaria onde Maria, mãe de Jesus, sofreu as dores do parto no momento em que O deu à luz. Tivemos que esquecer a casa de banho, estavam todos ocupados e desejada ficava no piso de baixo.

Acordamos, mal dormidos, com o vozeirão de matrona andaluza a dizer que tinhamos que deixar o quarto enquanto batia à porta com energia suficiente para fazer estremecer a lampada florescente que se segurava na parede, sobre o lavatório. Descemos as escadas pouco depois, com um «hasta luego» mal humurado, ainda pensando nos cinquenta euros pagos pelo colchão miserável em que dormimos, qual anjinhos cansados da noite sevilhana.
Ao enfrentar o sol junto à porta do inesquecível «hostal», encandeados com a luz do dia, quase tropeçamos com um padre enquanto do outro lado da rua caminhavam apressadas duas freiras, vestidas a rigor. Comentamos que ia ser, seguramente, um dia abençoado e avançamos esfomeados à procura do pequeno almoço que não nos quizeram servir, no primeiro «bodegon» onde entramos, devido ao adiantado da hora, pensamos nós.

Um taxi para ir para a feira era, agora, tudo o que precisavamos. Junto ao Corte Inglês da estação de Santa Justa ficamos a saber que havia «huelga» de taxistas e meio mundo queria ir almoçar na feira. O trânsito da cidade estava um caos devido ao acontecimento e às obras do metro que esventram muitas das avenidas principais. Mas mesmo neste caos organizado, é assim que Sevilha sabe viver, o «glamour» dos dias de feira de Abril era visível por todos os recantos da cidade. Para resumir a ida e volta da feira custou a módica quantia de 25 euros! Eram mais do que horas de almoçar e sentamo-nos numa restaurante de feira, daqueles que cheiram a frango assado e a fritos por todos os lados e pedimos uma salada e uma paelha acompanhada de um cerveja, bem fresca, que os termómetros da cidade já marcavam 26 graus e o sol escaldava a imprópria t-shirt preta que levava vestida. A Paelha estava de dar ao gato, a salada vai que não vai e a cerveja fresca matou a sede. Mais uma nota preta para pagar aquela zurrapa, mas a boa disposição não se dissipava.

Aquela feira é certamente um espectáculo único no mundo!É uma manifestação exemplar do orgulho andaluz. Naquele local pode-se absorver com todos os sentidos o que é ser sevilhano. O espaço onde se come, se bebe, se dança, se canta, se desfila foi enfeitado para a ocasião com todo o cuidado. A animação torna-se contagiosa. O som do canto e do bailado das «sevillanas» que vem do interior das «casetas» mistura-se com o som do trote dos cavalos que passeam nas ruas montados por jokers vestidos a rigor ou das charretes transportando belas mulheres em «trajes de flamenco» exuberantes. Nos passeios, ranchos de jovens sevilhanas vestidadas a rigor desfilam, conversam ou riem alto enquanto os homens lhes lançam um olhar galanteador bem latino. Completa o ambiente de festa o cheiro a bosta de cavalo misturado com o dos pratos que se servem nas «casetas». O colorido dos trajes, as fachadas todas iguais e todas diferentes e a decoração das ruas não deixam ninguém insensível ao glamour e à alegria e ao orgulho que desfila pelas ruas. É uma festa para os sentidos que chega a emocionar ao sentir no ar a alegria de viver daquela gente.

Como eu gostaria de ver em Portugal uma demonstração semelhante do prazer de ser português!

Foi uma tarde fantástica! A boa disposição é contagiante e estar entre gente que se sente bem faz-nos sentir melhor ainda!

O resto da tarde até ao jantar é inconfessável!?
O jantar, já tarde, foi também um momento de boa disposição, onde não dispensamos os «revueltos à la casa» ( divinos!). O vinho tinto aumentou a boa disposição e as vistas ( logo três) abriram o apetite para mais um passeio que não conto porque este post já vai demasiado longo...

Recolhemos aos nossos confortáveis aposentos por volta das 3 horas nacionais porque hoje era dia de trabalho para ambos.
E como foi doloroso voltar ao trabalho!... uff!

Vale a pena uma visita a Sevilha durante a Feria da Abril que se realiza sempre uma semana depois da Páscoa.

Quanto estiverem disponíveis prometo algumas fotos.

segunda-feira, abril 24, 2006

VIVA A REVOLUÇÃO... DAS MENTALIDADES!


Liberdade de pensar, liberdade de sonhar, liberdade de amar...

domingo, abril 23, 2006

FOI LÁ...


Pensei em origens, em berço, e fui à procura de fotos do local onde vim ao mundo. E eis que encontrei estas duas bela s fotografias do Hospital Nossa Sra da Conceição. Situado junto à linha de caminho de ferro do Algarve, na cidade de Olhão foi construido em 1885, com fundos do Compromisso Marítimo e de doações de particulares. As fotografias são do ano de 1950, precisamente 15 anos antes do meu nascimento.
Há alguns anos atrás foi desactivado e está neste momento a ser submetido a obras de remodelação a fim de o transformar na biblioteca municipal da cidade integrando a rede nacional de bibliotecas.
Gostei do destino para que está reservado.

Para mais fotos antigas da cidade cubista basta clicar no título deste post e depois procurar o album de fotos antigas.

quinta-feira, abril 20, 2006

VILA DE AMÊIJOAS




Receita da VILA DE AMÊIJOAS

Põe-se uma pedra no centro de uma chapa ou de uma lage. As amêijoas dispõem-se com a boca para baixo, em cima da chapa e à volta da pedra, à qual se vão encostando as amêijoas, uma a uma, fazendo circunferências concêntricas de dentro para fora. Em cima coloca-se caruma dos pinheiros ou outras vides bem secas e dá-se fogo. A boca da amêijoa é sempre voltada para baixo (para a chapa), exactamente para não sujar a amêijoa quando esta abre com o calor. Repare-se que este é um dos poucos pratos em que o calor vem de cima e não de baixo. O fogo deve ser tirado com cuidado, com um abano de empreita feita com a palma dos que se usam nas cozinhas. Nesta operação de retirar o fogo todo o cuidado é pouco, para não desmanchar a Vila ou desviar as pedras que se lhe puseram em torno para segurar as amêijoas. Com o capacho ou abano de empreita abana-se até tirar todo o lume, devendo a Vila ficar tão limpa que não fique nela a mais pequena brasinha. Conhece-se que as amêijoas estão assadas quando delas escorre a água que contém, ao se abrirem com o calor do fogo.
Regam-se com limão o que lhes dá um sabor especial. Assim surgiu a famosa "vila de amêijoas", prato típico da semana da Páscoa em Olhão mas também muito habitual em piqueniques que os olhanenses em tempos faziam nos Pinheiros de Marim.

http://villadeameijoas.blogspot.com/

O berço tem um poder fenomenal!

PARA QUEM NÃO GOSTA DE PRAIA...

Para dias de chuva como o de hoje ou para quem não gosta de praia os recantos antigos e tradicionais das nossas cidades são uma opção extremamente atraente.
Critica-se , e com alguma razão o Algarve que para além do sol e da praia não tem mais nada para cativar quem visita a região. É falso. Basta procurar e não se limitar à faixa costeira. O betão está concentrado junto ao mar. Quem procurar um pouco encontra aldeias plenas de charme e tradição, cidades com centros históricos ricos de passado, recantos com encantos únicos.
O Algarve também é as cidades, as vilas, as aldeias do mar até à serra onde um outro Algarve surpreende o visitante pela sua originalidade e tradição.
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Lagos

Olhão

Faro



Silves



Tavira

Castro Marim


Cacela velha
...e muitas outras. Basta procurar!

E O ATLÂNTICO AQUI TÃO PERTO!

A praia já vem a caminho!
Cheira a mar, o azul do oceano aqui tão perto!
As praias algarvias são espelhos de água e tapetes de areia branca irresistíveis.
Está na altura de começar a planear as férias de Verão. Que tal vir sentir na pele o calor do sol Algarvio?

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Não foi suficiente para vos abrir o apetite?

ATÉ AO ÚLTIMO EXEMPLAR!

Portugal tem 42% das espécies animais que vivem no seu território ameaçadas de extinção. Um estudo agora públicado avalia que mais de 40% das 512 espécies estudadas correm riscos de desaparecer do nosso território a breve prazo.

Três espécies em fase de pré-extinção que as próximas gerações, provavelmente não terão oportunidade de ver!
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Lince ibérico

Lobo marinho

Abutre preto

SÓ PARA RELEMBRAR...


Para os homossexuais católicos que não sabem o que fazer com a sua fé:

«A Igreja não pode admitir no Seminário e nas Ordens sacras aqueles que pretiquem a homossexualidade, apresentem tendencias homossexuais profundamente enraizadas ou apoiem a chamada cultura gay», lê-se no texto aprovado pelo Papa Bento XVI. O documento considera que os homossexuais devem ser «acolhidos com respeito e delicadeza» mas relembra que a Igreja considera a homossexualidade um «pecado grave», «intrinsecamente imoral».

Voilá! Se alguém tinha dúvidas...

Por outro lado acrescento que não concordo com aqueles que tentam interpretar a Bíblia de forma a fazer da prática homossexual aceitável aos olhos de Deus. As escrituras condenam a homossexualidade e quem tenta distorcê-las de acordo com os seus interesses comete insanidade. Não vejo reconciliação possível entre o cristianismo, católico ou não, e o amor homossexual. Não quero dizer que Deus, em toda a sua sabedoria e amor concorde com as religiões cristãs.

As leis dos homens não são as leis de Deus.

quarta-feira, abril 19, 2006

O ESPELHO DA NAÇÃO


A Assembleia da República é o espelho da nação. E espelho mais perfeito não poderia este país ter. No fundo todos queriamos ser como os deputados da nação, isto é, ganhar bem, ter várias e boas mordomias, picar o ponto e ir embora à sua vidinha (tratar daquilo que interessa) e ninguém por perto a controlar. Este é o sonho de qualquer português. Confesso que também me saberia a pato!! Mas isso são privilégios de deputado! Os portugueses que têm trabalho têm chefes e patrões e além disso têm que trabalhar para que aqueles que podem ( os deputados entenda-se) se possam baldar dos deveres para que foram eleitos e receber na mesma ao fim do mês. Ser deputado é bom, ser português é que é uma chatisse: ganha-se mal e trabalha-se muito o que não é o mesmo que produzir muito.

O Sr. Jorge Miranda, ilustre constitucionalista da nossa praça, propõe que os deputados piquem o ponto três, sim três vezes ao dia! Acho pouco, mesmo assim ainda sobra muito tempo para se baldarem. A única forma de os manter no plenário da assembleia é presos à cadeira a cadeado!

terça-feira, abril 18, 2006

NOVO PASSAPORTE


Os portugueses vão ter um passaporte electrónico de alta segurança todo catita! Diz quem sabe que será um documento que casa a arte com a segurança de uma forma nunca vista num documento de identificação. Luís Vaz de CAMÕES e Fernando PESSOA vão viajar nas nossas malas quer quiram quer não. Vão ser muitos seguros para acabar com o regabofe das falsificações, isto é, a polícia tailandesa não vai apreender passaportes portugueses às centenas, como aconteceu ontem em Bangkok. E o mais giro é que vão ser tirados nos Governos Civis, como até agora, mas numa espécie de caixa multibanco. Kool! Também vai ser possível tirá-los, da mesma forma, nas lojas do cidadão e depois é só esperar que nos chegue a casa na volta do correio, que é como quem diz.
Não sei se os portugueses estão preparados para tanta inovação tecnológica: documento único do carro, documento único do cidadão, agora passaporte artístico! Hum?!!! Não sei aonde isto nos vai levar?
Ninguém está a pensar nos funcionários públicos, nem na taxa de desemprego? Depois quixem-se que eles se vão alistar como kamikazes para o Irão.
Ou será que tanta inovação é só para nos distrair do défice orçamental que não baixa e do preço do petróleo que não pára de subir?
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Onde é que o Ayatolá aceita as inscrições? Alguém sabe?

segunda-feira, abril 17, 2006

A ESTRADA LEVOU O DINO!


A morte inesperada de pessoas famosas não pode deixar de nos chocar. Essas vidas que num ápice desaparecem deixam uma espécie de vazio como se fossem nossos familiares ou pelo menos amigos mais ou menos íntimos. Entraram nas nossas vidas através do ecrâ da televisão e como que se tornam nossos conhecidos, a que nos habituamos a ver com regularidade, até termos a sensação de com eles privar por intermédio das personagens a que dão vida. Surpreendentemente elas passam a ter importância afectiva para nós, passivos tele-espectadores, que nunca lhes dirigimos uma palavra. Eles não ultrapassam, na esmagadora maioria das vezes, de imagens animadas que só os mexericos das revistas cor-de-rosa nos permitem privar, à distância, com factos da sua vida real.

A morte de Francisco Adam vem repetir esse sentimento de perda em muitos adolescentes que seguiam a par e passo a vida das personagens de «Morangos com açucar». Não estou no rol daqueles que criaram essa relação afectiva com o personagem Dino, até porque já não tenho 15 anos, mas recordo o que senti quando o cantor Carlos Paião morreu, também ele num acidente de viação. Senti a injustiça do destino ao levar para sempre alguém que eu tanto admirava. Adolescente, na época, julguei que a televisão, os festivais da Eurovisão e a música portuguesa nunca mais seria a mesma. E a verdade é que assim foi!
António Variações era para mim um ídolo, alguém em quem me revia e em quem me projectava e derrepente morreu...

A morte de figuras públicas são sentidas pelo povo como a perda de um conhecido. Quando a morte leva um jovem de 22 anos ainda se sente mais.

Tal como a estrada levou o Dino eu a vi ela levar a Helena e o Humberto meus colegas de escola. Gente desconhecida, mas também tinham a vida pela frente, só não eram famosos...

NO ALGARVE EM VIAS DE EXTINÇÃO

Chamaleo chamaleon
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Escutei há algum tempo uma frase que me deixou verdadeiramente perplexo, de tal forma que nunca mais me esqueci dela. Ainda hoje me intriga como é possível que a tão elogiada «sabedoria popular» possa produzir um pensamento tão irreflectido quando todos sabemos que a sabedoria popular é fruto de muitos e muitos anos de observação e maturação até que venha a reproduzir, numa sentença simples e facilmente compreensível, uma verdade inegável sobre qualquer fenómeno ou realidade que ciclicamente se repete. Creio que o absurdo do dito popular, que de seguida reproduzirei, é reflexo da juventude do fenómeno que o originou tendo sido precipitadamente interpretado e posto a correr na boca do povo. Sem adiar mais o dito que gerou esta postagem, direi antes que tem tudo a ver com a responsabilidade humana na destruição do habitat natural das especies conduzindo à sua extinção.
«Os ouriços quando querem morrer vêm para a estrada»
Uma frase completamente absurda que tenta explicar a elavada mortandade de Ouriços Caixeiros nas nossas vias de comunicação. Temos então Ouriços suicidas, cansados de viver que vêm morrer esmagados pelos pneus dos automóveis. Fartos da vida, estes simpáticos animais descobriram uma forma de suicídio que só é possivel devido ao elevado uso do automóvel pelas populações humanas.
É chocante verificar que este pensamento possa fazer carreira entre a população rural insensível à tragédia de uma espécie que atravessa as estradas em direcção à extinção.
Deixo aqui exemplos de algumas espécies que devido à destruição do seu habitat natural são cada vez mais raras no Algarve. Existem muitas mais!
Genetta genetta
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Coendou prehensilis
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Malpolon monspessulanus
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Meles meles
.Lacerta viridis
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sexta-feira, abril 14, 2006

NAS MINI FÉRIAS DA PÁSCOA...

Na Páscoa há tolerância de ponto.

Na Páscoa os deputados da nação partem para férias mais cedo,
mas não se esquecem de picar o ponto para ganhar o dia!

Na Páscoa os juízes do Supremo Tribunal acham dever dos pais castigarem os filhos com bufetões para garantir a sua boa educação. Os deficientes não escapam ao supremo conselho!

Na Páscoa o ministro diz que a PJ é uma grande balda, faz pouco e faz mal e gasta o nosso dinheiro!

Na Páscoa a polícia vai para a estrada travar os portugueses...

Na Páscoa o Irão enriquece o Urânio, irrita os que já são ricos em Plutónio e empobrece a esperança de paz no mundo...

Na Páscoa o Vaticano confessa os pecados dos viciados em televisão, em Internet e em Jornais?...

Na Páscoa Silvio Berlusconi não reconhece a derrota nas eleições legislativas italianas?!

Na Páscoa os espanhois invadem Portugal!

Na Páscoa o Algarve parece um ovo de Páscoa!

Na Páscoa os algarvios não têm férias da Páscoa.

Na Páscoa os coelhinhos põem ovos aos montes nos supermercados.

Na Páscoa Jesus Cristo já se cansou de morrer para salvar gente que só quer ter umas mini férias e comer as coelhinhas e os coelhinhos!

Na Páscoa passaram 40 dias do Carnaval e ninguém comeu carne sem a mastigar!

Na Páscoa começamos a pensar nos Santos Populares, no Santo António pensamos no mês de Agosto; na praia começamos a pensar no São Martinho, enquanto comemos as castanhas pensamos no Natal e depois dos presentes pensamos no Carnaval e mascarados pensamos na Páscoa...

Na Páscoa pergunto: se só pensamos em férias por que raio trabalhamos? Eu cá por mim vou apostar mais no Euromilhões e trabalhar muito, mas o fim-de-semana prolongado ninguém mo tira?!

TODA A LUZ DO ALENTEJO!

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SOLUÇO À VISTA DE OLIVENÇA
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Alentejo!
Minha terra total!
Meu Portugal
Aberto,
Eternamente incerto
Nas fronteiras, no tempo e nas colheitas!
Minhas desfeitas
Praças fortificadas!
Minhas insatisfeitas
Correrias,
A contar no franzido das lavradas
As rugas tatuadas
No rosto dos meus dias...
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Miguel Torga