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AEP iniciou hoje uma campanha de valorização da produção nacional de forma a sensibilizar a opinião pública para a importância de consumir o que é produzido dentro das nossas fronteiras.
Esta campanha tem como objectivos a sensibilização dos empresários para a necessidade de as suas empresas serem mais competitivas, quer ao nível dos preços quer ao nível da qualidade; a promoção do desenvolvimento das empresas portuguesas; o incentivo dos trabalhadores portugueses, para que estes se sintam parte integrante e imprescindível do universo empresarial português; o apelo ao consumo de produtos e marcas nacionais e a sensibilização para todos os benefícios que essa atitude terá na conjuntura económica e social do país; a dinamização da economia; e, por fim, a contribuição para o aumento da auto-estima dos portugueses.
Já não é a primeira vez que se tenta chamar a atenção dos portugueses para este facto. Ainda no ano de 2005 surgiu o
MOVIMENTO 560, criado por três estudantes universitários que com muito pragmatismo demonstravam como é fácil num supermercado escolher um produto fabricado em Portugal através do código de barras ( os produtos cujo código começa por 560 indica que a origem do bem é portuguesa). Outros slogans como «O que é nacional é bom» ficou no ouvido de muitos de nós, embora sem grandes resultados.
Já vem de trás a minha preferência pelo que é nacional. Tenho consciência que se comprar produtos portugueses estou a contribuir para dar emprego aos meus concidadãos, para aumentar a riqueza do país e indirectamente para manter o meu posto de trabalho. Não o faço a qualquer preço, mas em condições de igualdade de qualidade e preço prefiro o que é nosso. Há quase um ano
escrevi um post sobre o assunto porque lamento que os portugueses sejam um povo tão pouco empenhado em causas, e esta é uma boa causa.
Motivar a população portuguesa para esta causa não será fácil. Quando a Renault deslocou a produção do Clio para a Eslovénia e fechou a fábrica de Setúbal ainda temeu que a marca se ressentisse, porém até hoje a Renault continuou a ser a marca líder em Portugal. Nem a polémica da perda de milhares de postos de trabalho fizeram com que deixássemos de preferir a marca Renault. Em geral até temos consciência dos problemas, mas eles parecem sempre tão distantes quando não nos tocam de perto. É assim com os problemas ecológicos e ambientais, é-o também em relação à sinistralidade nas estradas é assim em relação às doenças sexualmente transmissíveis, etc. Tudo nos parece sempre tão distante, essas coisas só acontecem aos outros. O desemprego, o fecho de fábricas só acontece aos outros até que um dia chegamos ao local de trabalho e a bomba nos cai em cima: ficamos sem trabalho. Já trabalhei numa empresa que faliu e fechou de um dia para o outro, por isso sei do que falo.
Defender causas nunca foi o nosso forte. Isso implica agir e contrariar a tendência de acomodação sem que essa acção nos traga proveito próprio imediato. Se sentirmos que comprar português salva empregos, produz riqueza, e salvaguarda o nosso bem estar então talvez esta campanha aproveite para alguma coisa.
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