quarta-feira, janeiro 30, 2008

O NOSSO CARNAVAL



Fui há pouco informado que depois deste fim-de-semana, a minha vida não voltará a ser como antes. Depois de muitos anos sem brincar ao Carnaval este ano vou transformar-me num padre devoto, quanto baste e sacana o suficiente, o que vem mesmo de encontro ao meu sonho de realização profissional juvenil. Lembram-se que eu estudei dois anos num seminário? Um Seminário Baptista é certo, onde, por causa de uma última tentativa de me envolver com uma mulher, acabei por gerar tamanha confusão que no final do ano eu e mais quatro alunos decidimos não voltar no ano lectivo seguinte. Foi o caos por causa de boatos absurdos que me envolviam com uma colega enquanto namorava com outra e tinha ainda outra que morria de ciúmes, o que a levou a despoletar toda a confusão. E afinal, eu só me queria ver livre delas todas e experimentar o fruto proibido, ou seja o, meu colega açoriano que era o único para quem tinha olhos. Pois é, foram dois dos melhores anos da minha vida. Uma loucura!
O seminário infelizmente não era católico, porque se fosse eu teria iniciado a vida artística ainda mais cedo - que me desculpem os seminaristas católicos - mas da fama não se livram.

Voltando ao Carnaval a minha Gaja será uma freira muito sexy e desavergonhada, estou certo que sim. Já o Shwasy não se vai disfarçar. Diz que prefere ser ele mesmo: sem disfarces. Vai mesmo de puta fina: cabeleira farta, lábios vermelho sangue, mamas de silicone, cinta para disfarçar a barriga (ups!), meias pretas de lycra, sapatos de salto alto, e uma mini-saia (o chamado cinto) para favorecer as suas belas coxas. Só não sei o que ele vai fazer com a barba?

Vamos arrasar!






ALGARVE COM QUALIDADE DE VIDA




Um estudo universitário enquadra sete municípios algarvios nos 20 com melhor qualidade de vida. Albufeira aparece em segundo lugar, mas Alcoutim está no fundo da tabela.



Da análise do ranking, destaca-se a posição dos municípios de área da Grande Lisboa e os do Algarve, que ocupam, no seu conjunto, 14 das primeiras 20 posições da lista ordenada, 7 para cada região. O meu município não surge entre os melhores, o mesmo já não acontece com aquele onde trabalho que surge na 8ª posição.

Os vinte primeiros são:

Lisboa 205,07;
Albufeira 181,04;
São João da Madeira 168,57;
Porto 161,05;
Sintra 158,73;
Lagos 158,51;
Cascais 148,57;
Lagoa 143,95;
Vila Franca de Xira 142,82;
Aveiro 142,81;
Loulé 141,43;
Portimão 140,04;
Oeiras 135,78;
Faro 134,13;
Coimbra 133,45;
Marinha Grande 131,56;
Vila Real de Santo António 130,86;
Amadora 130,32;
Palmela 128,77;
Sines 128,65.

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terça-feira, janeiro 29, 2008

QUE SAUDADES!

Eis duas das três fotografias que tenho da minha primeira infância.
A primeira foi tirada no dia 2 de Junho de 1965 quando tinha precisamente 3 meses e 19 dias. Era certamente o bebé mais lindo do mundo, com um pirilau que viria a dar que falar e uns pés lindos!
Esta fotografia serviu não há muito tempo para uma brincadeira que ainda hoje me desprega a rir. Foi assim: no início da Internet os chats são uma tentação. Estava eu entretido a fazer uma daquelas amizades que se fazem nas salas de chat virtuais quando o potencial amigo me inquiriu se não tinha nus meus. Como a conversa já tinha baixado a níveis inadmissíveis - na minha opinião - disse-lhe que sim, mas que tinha vergonha de mostrar porque era muito explicita e blá, blá, blá blá... Criei os suspense necessário para o obrigar a salivar do outro lado. Quando verifiquei que ele estava no ponto passei-lhe esta bela fotografia! Já não me conseguia conter. Comecei a rir e só ouvi ele bater com a porta do chat furibundo, que é como quem diz desligou-se danado, sem se despedir, enquanto eu me rebolava de rir.

A segunda foto foi tirada por altura da primeira festa de Natal na 1ª classe da escola primária em 1971. Trajado a rigor para dançar o corridinho que é a dança tradicional do folclore algarvio. Estava orgulhoso e feliz nesse dia.


segunda-feira, janeiro 28, 2008






OS NOVOS DITADORES PORTUGUESES


Alberto João é um dos grandes poetas da política portuguesa. As suas metáforas correm o país regularmente desde os passos perdidos da Assembleia da República até à mais humilde taberna entre dois copos de tinto. Incontornável quando se fala de populismo e de défice democrático ele, não raras vezes, diz do palanque aquilo que o povo comenta nos mercados, homenagem lhe seja feita. Sabe como poucos manipular os eleitores com o discurso manipulador de quem não é mais que um deles. Confesso que a maior parte as vezes o homem me irrita solenemente, mas quando ultrapasso esse estado de alma reconheço-lhe a virtude de ser o único a atirar pedras ao charco da política nacional a incomodar os crocodilos que por lá se aquecem.

Alberto João deixou a cidade dos funchos e veio ao Algarve no passado fim-de-semana. Falou com a eloquência habitual que lhe dá o estatuto semelhante ao que têm os tolos: podem dizer tudo o que lhes passa pela cabeça que ninguém leva a mal, nem se lhes dá importância. Desta vez não foi bem assim. proferiu palavras com bom senso para quem o quis ouvir, dentro do seu partido e fora dele, embora, tal como às outras ninguém as leve a sério, desconfio eu.

Mas não esteve mal acompanhado não. Teve ao seu lado o aprendiz de feiticeiro cá do sul. Fica-lhe a anos-luz, mas há dias em que até tem piada. E acho que teve novamente. Ou foi dica do Alberto ou tirou da sua sagacidade aquela metáfora eloquente que a ASAE é a PIDE dos sabores. Menos original foi comparar o Sócrates a Salazar, mas não fez mal. Compôs bem o ramalhete: um ditador que tem uma polícia repressora para que os portugueses não se lambuzem com os sabores tradicionais da culinária lusa a não ser que sejam confeccionados em laboratórios esterilizados. Mendes Bota está mesmo empenhado na revolta da colher de pau e do galheteiro, há falta de causas maiores!

Mas o homem, tal como o mestre, a seu lado, falava com a voz do povo. Português que se preze teme a ASAE como temia a PIDE noutros tempos. Não há dono de tasca por este país fora que não se sinta perder a força nas pernas e uma enorme vontade de correr para a casa de banho quando alguém menciona o nome dos energúmenos.

Somos um país onde o mais fácil é ser-se preso por ter cão e o vizinho por não ter. Ou não se faz nada e somos o país da bandalheira onde vale tudo menos tirar olhos, ou se se faz é a PIDE que ressuscitou.

Apesar da PIDE, perdão da ASAE, ainda hoje entro em tabernas e tascas que me deixam reservas se devo sentar ou não. Conheci em tempos as fábricas de sabores de dois dos melhores hotéis do Algarve e quase não lhes vi mácula, mas sei que a preocupação com a higiene e segurança alimentar tinham de ser trabalhadas diariamente. Sei espreitando por outras portas que os hábitos, a falta de formação e a ignorância de muitos que fabricam sabores ficam drasticamente longe desses parâmetros de respeito pelos consumidores. Não vale a pena trazer à memória o que as televisões já nos puseram, em tempos, no prato da sopa à hora do jantar?

Como consumidor de sabores não temo esta PIDE. Antes sinto que o seu zelo tem provocado uma melhoria notória na qualidade e condições com que os sabores me chegam ao prato.

Quanto ao novo Salazar palavras para quê? É um artista português! O problema é que não vejo no horizonte nenhum Marcelo Caetano à altura de lhe tomar o lugar quando ele cair da cadeira.

sábado, janeiro 26, 2008

PRIMAVERA EM PARIS (2007)

A PROFECIA




O blogue BeatiufulMag apresentou uma série de fotos aqui reproduzidas que fazem parte do trabalho intitulado «A Profecia» (The Prophecy) do artista Aymeric Giraudel. As soberbas imagens estão disponíveis no referido blogue.
«The prophecy» está disponível no You Tube pelo que fica aqui a divulgação da obra por esse meio.

sexta-feira, janeiro 25, 2008


AO SABOR DOS SENTIDOS

Tal como ontem, passei a tarde bebendo da morna luz deste Algarve já a antecipar dias mais quentes. Embebedei os olhos longamente no espelho de água quieta que se estende até à barreira arenosa que separa a ria do oceano. Ontem, a ria estava vestida de um azul mais celeste que hoje. Nuvens altas, estendidas ao sol como lençóis esfarrapados, não permitiam vislumbrar o reflexo celeste com o mesmo rigor. Ontem, a ria era reflexo perfeito de céu, junto ao porto de pesca da Fuzeta. De tempos a tempos um barco fazia-se ao mar, ondulando o véu azul onde se poderia ver a face de Deus se ele abrisse uma janela no céu para espreitar do que se ocupam os pobres mortais. Hoje, uma paisagem gémea, junto à marginal de Santa Luzia, mais engelhada pela aragem, enriquecida pelos coloridos reflexos dos barcos ancorados, frente à lota. Logo à noite far-se-ão ao mar para capturar o polvo que confeccionado com arroz dá fama gastronómica à terra.
Cenários de luxo, escolhidos a dedo, para passar umas horas a ler. Finalmente peguei de caras e enfrentei o «Codex 632». Devorei 400 páginas e agora já se tornou impossível parar. Comprei o livro faz um tempão, mas foi por outros ultrapassado nas minhas preferências de leitura. Ficou na prateleira até que decidi que este era o livro da semana, e foi. Amanhã acabo com ele! Agora que me confrontei com os misteriosos segredos das origens de Cristóvão Cólon não há volta a dar. Será verdade que somos compatriotas?
O cenário escolhido para esta leitura era um poderoso engodo para os sentidos. A paisagem marinha de uma paz juvenil, o silêncio do mar embrulhado em sons de orquestra que se escapavam pela janela do carro, estacionado por perto, o sensível cheiro a sal vindo das marismas à tona de água, a doçura da luz solar aquecendo suavemente a pele. E a voragem com que saboreava as palavras cozinhadas por José Rodrigues dos Santos cumpriam a sua missão de me alimentar a mente com o sabor das coisas escondidas, dos mistérios, das intrigas e revelações.
Que melhor uso dar aos cinco sentidos que pô-los todos a trabalhar ao mesmo tempo?



quinta-feira, janeiro 24, 2008




FUCK YOU!


Quase fui varrido porta fora pela D. Brígida que chegou cedo para cumprir as tarefas domésticas de rotina. Nada a fazer. O dia ia ser mais longo que o habitual. Em Olhão arrisquei na sorte e comprei o jornal, paguei as contas no ATM e tomei o pequeno-almoço.


As bolsas voltaram a tropeçar, um banco francês foi defraudado, a Euribor voltou a subir, mas os empresários alemães não entraram em pânico, o BCE embirrou os pés à parede e diz que não baixa os juros...


Cá para mim, aconteceu nos últimos anos um equívoco fatal neste sistema económico canibalista. A nós portugueses, encheram-nos os ouvidos com alarmes de chocalho para não nos endividarmos que depois os juros subiam e não conseguíamos pagar. Os portugueses escutaram e vão roubar, se preciso, para pagar aos bancos, mas não falham com a prestação. Afinal somos um povo honesto e de palavra: se dissemos que pagávamos, pagamos e pronto. Tudo menos caloteiros. Pobres, mas honrados. Foi assim que Salazar nos ensinou e ainda não desistimos de o ser.

Já o mesmo não posso dizer dos americanos: apanharam os juros baixinhos, pediram emprestado e ninguém os avisou que os juros iam subir um dia? Estou convencido que deixaram de pagar assim que tiveram que cortar no primeiro Big Mac. Para já não referir a desonestidade da FED que foi gritante: pôs o dinheiro em saldo e pensava que os americanos, que sonham mais que princesas encantadas, não iam às compras? Foram e compraram apartamentos, casas, vivendas, mansões e palácios e agora não têm como pagar! Que fossem roubar! Caramba! Palavra é palavra.

Eles não tinham o direito de lixar os portugueses que estão a pagar o seu T3 com tanto sacrifício. Agora que a pobre Lusitânia começava a respirar um pouco mais fundo vem aí outra crise? Como se atrevem os americanos a não pagar as contas e a encalacrar o nosso país numa nova crise económica, ou melhor na continuação da crise, que dura desde que o Guterres se foi embora dizendo: agora desenrasquem-se que eu já não dou para este papel. Vou cuidar dos refugiados que é o que eu sei fazer. Isto de governar não é bem a minha especialidade. Desculpem qualquer coisinha!


Mais uma vez o capitalismo atropelou-nos. Se tivéssemos sido nós a não pagar as prestações dos apartamentos acham que alguém se lixava com isso? A não ser nós? Não, mas os americanos, com a mania que tudo podem, não pagam as suas dívidas e o mundo inteiro e nós, em particular, é que pagamos as favas!


Fuck you!


«Uma vida sem amor é como um ano sem Verão»
(provérbio Sueco)

MAPA EUROPEU DOS LOUROS