
Os portugueses sentem na pele o aumento da insegurança urbana, da criminalidade organizada ou do simples ladrão de ocasião. Atribuem, muito comodamente, as culpas ao aumento da população imigrante, à crise, à falta de policiamento. Não é difícil saber de alguém que foi assaltado, que viu o seu carro roubado ou foi vítima de algum tipo de furto. As pessoas indignam-se e com razão contra este estado de coisas. As polícias que não fazem nada, o governo que não dá condições às forças de segurança, a lei que não permite agir, enfim mil e uma razões para nos sentirmos inseguros e preocupados.
A outra face da moeda também é bem conhecida. É fácil saber de alguém que sabe onde comprar um telemóvel topo de gama a metade do preço, um iPod barato, um auto-rádio quase oferecido ou porque não um plasma quase novo que é uma pechincha, etç, etç...
Ninguém que adquire estes produtos a preços muito favoráveis ignora a sua origem. Pensar que vêm das lojas chinesas é piada. Quando se compra algo a preços irisórios ninguém se parece preocupar com a origem do produto, com a violencia ou o aumento da criminalidade! Essa preocupação só nos indigna quando nos furtam a mala que deixamos por minutos dentro do carro ou de dentro de nossa casa!
E todos sabemos que estes pequenos furtos só proliferam porque há um mercado para eles. Hoje compramos produtos que sabemos roubados para que amanhã nos roubem a nós para outros comprarem: é a lei do mercado; da oferta e da procura. A pequena criminalidade dos furtos a lojas de electrodomésticos, telefones móveis e outras do género, ou do esticão quem a alimenta é o cliente sem escrúpulos que depois vocifera contra o aumento da insegurança, contra a ineficácia da polícia e o governo que deixa entrar neste país todo o tipo de gente!
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