
Mais uma vez uma grande empresa nacional atropela e desrespeita os direitos fundamentais de quase um milhão de entre os seus potenciais clientes. No seu ímpeto de ganhar dinheiro à custa do gosto dos portugueses pelo futebol e pelos valores pátrios, a GALP lança uma campanha publicitária onde se refere a todos os que que não se empenham a fundo para sermos campeões do mundo de futebol como paneleiros! É triste que uma empresa de capitais maioritariamente públicos vá contra o rumo que se pretende incutir à sociedade portuguesa de maior respeito e consideração pelas minorias sejam elas quais forem. Eu e a esmagadora maioria dos homossexuais deste país querem, tanto como qualquer outro português, que a seleção nacional regresse da Alemanha com a Taça Jules Rimet.
É de reprovar que uma empresa com a importância que a GALP tem para o país e a exposição mediática que esta campanha tem não tenha conseguido evitar o carreirismo grosseiro e homofóbico que graça no linguajar popular quando sugere que quando algo não é bom ou não está ao nível desejado é coisa de paneleiros ou maricas. Os homossexuais são os preferidos como referência discriminatória quando se quer realçar o que não se deve ser ou fazer.
Para mim, agora é tarde que a GALP tenha vindo a correr apagar a palavra que gerou a polémica e dizer que não tinha intenção. De desculpas está o inferno cheio! Depois de não ter tido pejo em fazê-lo, vir agora dizer que não se queria fazer é pouco ,pois cheira sobretudo a interesse comercial, a desculpa esfarrapada e não a genuíno arrependimento. O risco de desagradar e ser boicotado por 10% dos seus potencias clientes pode gerar um rombo nas vendas: esta foi o argumento de peso para dar o dito por não dito.
Pela minha parte está decidido, enquanto a campanha estiver no ar a GALP não me vai ver levantar-lhe a mangueira. E eu tenho cartão de cliente para usufruir de desconto ainda que seja da empresa onde trabalho. Existem muitas alternativas à GALP nas estradas deste Portugal que não merece descuidos homofóbicos deste tipo.
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