Tenho a felicidade de colaborar com uma empresa que tem sido considerada por especialistas uma das melhores para se trabalhar em Portugal. Desde 1984, quando ingressei, pela segunda vez, nos seus quadros, apercebi-me que o ambiente de trabalho era quase «familiar», o respeito pelos colaboradores era uma regra, onde existiam excepções (como em todo o lado!?). Rapidamente me apercebi que tinha colegas cuja preferência sexual não era a hegemónica. Tinha colegas que, apesar disso, tinham progredido dentro da empresa. Verifiquei, com agrado, que apesar de se comentar o facto de duas colegas viverem em união de facto, há vários anos, isso não era motivo de incómodo para os outros. Esta multinacional europeia sabia lidar com a diferença sem traumas. Nascida, em Portugal, de uma empresa familiar conservou muito desta quando integrou a estrutura internacional e cresceu com equilíbrio até aos dias de hoje.
Nunca foi minha forma de ser ou estar pavonear a minha homossexualidade, mas a continuidade como solteiro enquanto os anos da juventude passavam, a presença do meu companheiro por perto, muitas vezes, fez com que a suspeita surgisse nos espíritos mais perspicazes e daí até que de uma forma natural confirmassem as suspeitas foi um passo. E isso não mudou nada.
A minha entrega a esta casa permitiu-me subir alguns degraus na estrutura da empresa sem que nunca a questão das preferências sexuais fosse obstáculo. Tenho entre colegas alguns dos meus melhores amigos. O facto de subordinados me conhecerem bem, nunca foi dificuldade para um normal relacionamento profissional. Respeito e consideração encontrei entre colegas e superiores.
Esconder-nos no armário é, quase sempre, a política errada. A duplicidade de vida não nos deixa ser felizes, nem contribui para o reconhecimento dos nossos direitos, só nos torna pequenos aos olhos dos outros.
Obrigada EUROPCAR!
terça-feira, dezembro 20, 2005
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