quinta-feira, dezembro 08, 2005

O REGRESSO DE FÉRIAS




O regresso à rotina após o período de férias tem sido difícil. As férias na Grécia ficaram registadas como das piores que já usufrui, não que o país escolhido não fosse muito interessante, mas porque muita coisa correu mal. Para começar o voo da Air France com destino a Charles de Gaule saíu atrasado de Lisboa o que nos deu dez minutos para continuar a voar com destino a Atenas no voo de ligação e as malas ficaram em Paris e foi uma carga de trabalhos para as recuperar. A minha só chegou a Mykonos três dias depois!!! Por onde terá ela andado, enquanto eu gastava dinheiro inesperado para poder sair à rua decentemente vestido. Depois veio a chuva e o frio. A cidade de Atenas foi o esperado: uma enorme cidade confusa, suja, poluida, apinhada de gente e de carros engarrafados e mal estacionados, lixo aos montes nas ruas ao final da tarde, cães vádios à solta nos parques da cidade. Uma enorme cidade menos interessante do que faz pensar o nome mítico da capital grega. Em termos monomentais Atenas é uma desilusão. Se esquecermos a Acrópole e o monumentos aos seus pés; Atenas pouco mais tem que o museu nacional de arqueologia de grande interesse para os visitantes. A cidade fora do centro é decadente, tal como Lisboa, mas a nossa capital tem muitos mais motivos de interesse do que a metrópole helénica. A cidade é cara, a vida nocturna curiosa, com serviços de qualidade duvidosa, taxistas oportunistas, embora a maior parte não o sejam. Os gregos em geral recebem bem, fazendo jus ao facto de serem mediterrânicos. Os gregos são, fisicamente, tentadores, barba de três dias, morenos e atrevidos: um regalo para a vista! Foram duas semanas passadas sem grandes momentos para recordar. Valeu pela emoção de pisar as pedras onde pisou Socrates, Platão, São Paulo, valeu por ter estado numa cidade a quem a civilização ocidental tanto deve, valeu por ter estado onde nasceu a democracia e muito da Europa que hoje conhecemos. Olhar a cidade apartir do areópago foi um momento emocionante, relembrar o discurso do apóstolo Paulo aos atenienses sobre aquela rocha ou imaginar o filósofo Sócrates caminhando para a frente e para trás na Ágora é razão mais que suficiente para dar por bem empregue o dinheiro gasto na viagem.
Os últimos dias foram os piores. A doença atacou e estragou o resto.

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