segunda-feira, dezembro 12, 2005
HÁ PODER NA DIFERENÇA?!
Indigna-me brutalmente ouvir pessoas e organizações negarem o direito que cada ser humano tem de ser diferente do outro, não só fisicamente, mas mental, cultural, socialmente. Como teria o mundo chegado ao desenvolvimento económico e cultural que atingiu se os homens não pensassem, agissem e sonhassem de forma diferente uns dos outros? Que raio de sociedade «clone» seria a nossa se a inovação, a invenção e a diferença de ideias não fosse um valor adquirido nos dias que correm?. As organizações de extrema direita propõe uma sociedade baseada no trinómio deus/pátria/família e, na prática idealizam a extinção de todos os que ideologica ou pragmaticamente não contribuam para fortalecer os ideais da sociedade baseada nestes princípios. Quanto mais as sociedades modernas se afastam do conceito de deus criador do universo, da pátria como espaço étnico puro e da família como núcleo tradicional pai/mãe/filhos, maior é o ranger de dentes dos núcleos fascistas que saudosos relembram as ditaduras que defenderam estes princípios conservadores ao longo de várias décadas do século passado, condenando nações inteiras ao atraso económico e social. Alguns destes países, incluindo o nosso, ainda lutam por se libertar do garrote que foi a política social-fascista que os afastou da rota do desenvolvimento económico, social e tecnológico.
As organizações de extrema direita, versus «skinheads» estão a mudar a sua estratégia de actuação. Estão a abandonar as acções violentas e a investir no recrutamente de adolescentes e jovens para as suas fileiras. Não deixa de ser uma actitude inteligente e que, certamente, vai dar os seus frutos a medio-longo prazo.
Sempre pensei que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outros. Todo o Homem deve ser livre de pensar, mas não pode ser livre de actuar, pois a acção totalmente livre contraria a liberdade dos outros.
As organizações de extrema direita, não adoptam este principio básico para o são relacionamento entre os seres humanos e entre os povos e actuam como uma máquina de lavar industrial que tudo querem limpar desde a cor da pele, aos pensamentos e aos sentimentos dos outros numa perspectiva de purificação da raça e actitudes. Estas organizações rejeitam a diferença, a mistura e a liberdade de ser diferente. Todos sabemos a que conduziu este tipo de pensamento em tempos não muito distantes... É ridículo como alguém pode pensar que a côr da sua pele é melhor que a do outro;é mesquinho querer aniquilar o pensamento diferente; é mórbido rejeitar a mobilidade do homem na busca de uma vida melhor; é abjecto intitular-se puro por oposição ao que sendo diferente ou pensando diferente é considerado menor.
Aonde nos leva a procura da perfeição da raça? Para jovens que estão a formar o seu carácter e as suas convicções, a ideologia de extrema direita pode ser um salto no escuro para o homem que está a maturar numa mente influenciável.
Os alvos principais dos «skins» são os imigrantes que contaminam a raça, os gays que pervertem a sociedade, os ateus que minam a ideia de Deus e todas as minorias que contrariam a ideia de pureza social e negam a sociedade «clone» em que aqueles preferiam viver. Dizem lutar contra a violência, mas fazem dela uso para a combater tudo o que contraria os seus ideais.
Felizmente estes grupos são uma pequena minoria que rabeia, rabeia e quanto menos força tem mais violenta se torna, mas as sociedades modernas tem formas de combater o uso da violência de extrema direita.
O direito de ser diferente é algo adquirido há muito!
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