Já me imaginava enrolado no edredon quentinho que tenho lá acima à minha espera quando, correndo os dedos, desinteressado, sobre os canais da TV encontrei o chefe Chakall a cozinhar à beira da lagoa das Furnas. Não resisti a embebedar-me com aquela paisagem que conheci há mais de 20 anos, depois de ter feito a minha primeira viagem de avião. Servido o petisco, preparado mesmo ali, aos convidados e antes de fazer entrar a sua cadela na cozinha ambulante que lhe permite cozinhar por toda a parte, mergulhou nas águas calmas da lagoa. Foi nesse momento que revivi os momentos em que também eu nadei naquele lugar.
Pouco depois dei comigo a relembrar os mergulhos «míticos» que ficaram gravados na minha mente, esse no paraíso da Lagoa das Furnas foi um deles. Lembrei depois o banho no histórico Nilo perto da grande barragem de Assuão e o snorkling no exuberante de vida Mar Vermelho junto a Hurgada. Neste catálogo fazem parte as braçadas repetidas várias vezes nas águas mornas da baía de Acapulco e nas cristalinas e rovoltas das praias de Cancun. Até hoje guardo um fransquinho da areia mais fina e branca que tive o previlégio de pisar. Sou obrigado a incluir ainda um dia de praia ainda adolescente passado no areal da bela Ilha do Farol num longo dia de Verão.
Mas para reportar o mergulho verdadeiramente mágico e inesquecível que fez parte de um dos melhores dias da minha vida tenho que regressar aos Açores, 20 anos atrás (não mais lá voltei) e embarcar num pequeno «bote» no cais de Vila Franca do Campo e estender a toalha no ILHÉU DE VILA FRANCA. Conhecem? É um lugar mágico e belo dos muitos que as ilhas açorianas têm para surpreender quem as visita. O Ilhéu é um cone vulcânico a 500 metros da costa de Vila Franca. A erosão transformou o seu interior numa estreita língua de areia redonda e protegida do oceano. A encosta do ilhéu como um anfiteatro dá-lhe uma atmosfera paradisíaca e romântica ao mesmo tempo. Claro que a envolvência humana com que se compartilhou aqueles momentos ajudou a tornar aquele dia inolvidável.
Obrigado ao Fernando, açoreano de gema, que me proporcionou a descoberta daquelas jóias naturais que se escondem por todo os recantos da ilha de São Miguel.
1 comentário:
.
Enviar um comentário