Em Outubro de 1807 as tropas de Napoleão invadiram Portugal, passando a dominar todo o país. No Algarve as tropas invasoras instalaram o seu comando em Faro e logo os exércitos franceses fizeram sentir às populações locais o seu poder e ganância, com tributos, impostos, exacções, roubos e rapinas.
A 16 de Junho de 1808, à porta da Igreja Matriz de Olhão, onde o povo se juntara, a tropa invasora afixara um edital convidando os portugueses a fazerem causa comum contra Espanha então insurrecta. O coronel José Lopes de Sousa, militar português então na aldeia (o exército nacional fora desmobilizado) desfaz o edital, gritando ao povo:« Ah! Portugueses, já não merecemos este nome, nada somos já!». O povo respondeu a este desafio, solidarizando-se com ele e iniciando a revolta contra os ocupantes.
Logo nessa mesma tarde se soube em Faro dos acontecimentos revoltosos de Olhão; e os franceses e os seus aliados tentaram, ora com boas palavras ora com ameaças, demover os olhanenses da sua rebelião.
Os olhanenses - armados de algumas espingardas, espadas velhas, espadins, forcados, trancas, fisgas e até de pedras - foram ao encontro do inimigo. Na ponte de Quelfes aguardaram, ocultos, pela passagem das tropas francesas. Deram-lhes combate, derrotaram-nas e perseguiram os que fugiram em direcção a Faro.
A revolta olhanense deu início a uma sequência de revoltas por todo o Algarve e pelo país. Muitas populações de outras tantas localidades oprimidas, motivadas pela coragem dos olhanenses, seguiram o seu exemplo, e dentro em pouco os franceses tiveram que retirar para norte.
A família real portuguesa estava então no Brasil, fugida antes da chegada das tropas francesas a Portugal. Não contentes com a revolta que haviam iniciado e que alastrava, dando paulatinamente lugar à restauração da independência portuguesa, alguns marítimos de Olhão decidiram ainda levar a notícia do que se estava a passar ao rei, no outro lado do Atlântico. Eram pescadores apenas habituados a navegação à vista da costa; mas, num pequeno caíque chamado Bom Sucesso, fizeram-se ao mar em Julho de 1808; e ao fim de dois meses estavam no Brasil a dar à corte a novidade da libertação de Portugal.
O rei recebeu-os com todas as honras. Esta travessia, acrescendo à revolta, foi um novo episódio de audácia e de heroísmo, que valeu à então aldeia de Olhão, por decisão régia, a elevação à categoria de Vila, com a nobilitante título de Vila de Olhão da Restauração, que hoje, já cidade, conserva em memória esse ilustre feito.
A 16 de Junho de 1808, à porta da Igreja Matriz de Olhão, onde o povo se juntara, a tropa invasora afixara um edital convidando os portugueses a fazerem causa comum contra Espanha então insurrecta. O coronel José Lopes de Sousa, militar português então na aldeia (o exército nacional fora desmobilizado) desfaz o edital, gritando ao povo:« Ah! Portugueses, já não merecemos este nome, nada somos já!». O povo respondeu a este desafio, solidarizando-se com ele e iniciando a revolta contra os ocupantes.
Logo nessa mesma tarde se soube em Faro dos acontecimentos revoltosos de Olhão; e os franceses e os seus aliados tentaram, ora com boas palavras ora com ameaças, demover os olhanenses da sua rebelião.
Os olhanenses - armados de algumas espingardas, espadas velhas, espadins, forcados, trancas, fisgas e até de pedras - foram ao encontro do inimigo. Na ponte de Quelfes aguardaram, ocultos, pela passagem das tropas francesas. Deram-lhes combate, derrotaram-nas e perseguiram os que fugiram em direcção a Faro.
A revolta olhanense deu início a uma sequência de revoltas por todo o Algarve e pelo país. Muitas populações de outras tantas localidades oprimidas, motivadas pela coragem dos olhanenses, seguiram o seu exemplo, e dentro em pouco os franceses tiveram que retirar para norte.
A família real portuguesa estava então no Brasil, fugida antes da chegada das tropas francesas a Portugal. Não contentes com a revolta que haviam iniciado e que alastrava, dando paulatinamente lugar à restauração da independência portuguesa, alguns marítimos de Olhão decidiram ainda levar a notícia do que se estava a passar ao rei, no outro lado do Atlântico. Eram pescadores apenas habituados a navegação à vista da costa; mas, num pequeno caíque chamado Bom Sucesso, fizeram-se ao mar em Julho de 1808; e ao fim de dois meses estavam no Brasil a dar à corte a novidade da libertação de Portugal.
O rei recebeu-os com todas as honras. Esta travessia, acrescendo à revolta, foi um novo episódio de audácia e de heroísmo, que valeu à então aldeia de Olhão, por decisão régia, a elevação à categoria de Vila, com a nobilitante título de Vila de Olhão da Restauração, que hoje, já cidade, conserva em memória esse ilustre feito.
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