Depois de meses de trabalho árduo, deparei-me hoje com o primeiro dia de pasmaceira laboral. Depois de meses eu e a minha Gaja tivemos finalmente um dia só nosso: sem colegas, quase sem clientes, quase sem trabalho. Os dois no escritório, os dois no café, os dois no carro, os dois na «barraca» outra vez. Foi «un tête-à-tête» retemperador (só o almoço foi a três para alegrar as vistas e matar saudades do João depois de uma eternidade sem ele). Sempre a dois foi dia de balanço, de jogar conversa ao ar, de confidenciar sentimentos e desejos, receios e frustrações, de falar dos outros, de encarar a realidade. De rir e de quase sentir a voz a embargar. Falamos de quem mais gostamos, de quem sentimos a falta, de quem não queremos abdicar, de quem nos desilude, da tormenta que é o medo de deixar de amar. Do peso das relações, dos altos e baixos, da passagem da euforia à acomodação. Do medo de ficar e do medo de mudar, da vida que passa, da crise dos 40, das tentações e da palermice que é não se deixar tentar e do receio do que está para vir e do receio de ter receio de arriscar.
Pela enésima vez fui pedido em casamento e pela milésima vez disse que sim. Está tudo planeado: casamento pelo civil; festival com uns 500 convidados, lua-de-mel nas Seychelles e homens à descrição como se fossem acepipes ou pastelinhos de bacalhau (pelo menos um de nós se há-de safar)... Enfim, devaneios de quem pouco tem que fazer.
Lá longe orelhas a escaldar. E falamos do passado e do futuro e da estupidez que é parar.
Chegaram os dias em que se fala de mais e se trabalha de menos?!...
O bom é que amanhã já não estamos sós. Temos o nosso Nuno de volta para nos perdoar divagações perigosas e pensamentos soltos e confirmar que pelo menos há quem sempre volte para nos fazer felizes.
2 comentários:
fazeem uma grande dupla sim senhora!!! Quando for o casamento ñ se esqueçam de me convidar ok? Admiro muito a vossa relação!!! beijos
sabes k t adoro...
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