Encontrei hoje um ex-namorado que já não via há alguns anos. Ele foi o meu primeiro namorado a sério. Compartilhamos o mesmo apartamento cerca de seis meses que foi, basicamente, o tempo que a relação durou. Ainda me lembro de o ter levado a almoçar a casa de meus pais. A minha mãe simpatizou muito com ele e mais tarde confessou-me que seria um óptimo namorado para a minha irmã! Ups! Se ela soubesse!
Na época eu ainda guardava segredo sobre a minha orientação sexual, mas não muito. Sempre que tinha namorado novo ia «apresentá-lo» à família sem lhes dizer quem era, até que se fez luz nas suas cabeças e me convidaram a confessar que amigos eram aqueles. Entre a espada e a parede fiz-lhes a vontade com todo o prazer e aguentei-me à bronca. O meu pai não reagiu lá grande coisa, não dirigiu a palavra por uns tempos; a minha mãe, como já vos contei noutra ocasião, desabafou a novidade com quem lhe pareceu bem; a minha irmã reagiu como uma jovem inexperiente da vida que era e pronto. Tudo mais fácil do que esperado. Eu deixei de fingir que mais cedo ou mais tarde ia arranjar namorada e casar. E passei a sentir-me mais livre, mais leve, mais eu!
Voltando ao namorado que encontrei hoje. Estava acompanhado com o namorado, ou melhor..., sim com o namorado porque os gays não se casam, são namorados para sempre ou enquanto dura, pelo menos. A relação afectiva entre ambos deve durar para aí uns 18 ou 19 anos, creio. E ainda dizem que as relações entre homossexuais dura só o tempo necessário para engatar o próximo. A relação deles começou na época em que eu conheci o Klaus, o alemão, talvez um pouco mais tarde. Se o Klaus durou 6 anos e o Shwasy já perdura há 10, com 2 anos pelo meio, então creio que as minhas contas estão certas.
Os anos passaram e eles, tal como eu, já não exibem aquele ar quase juvenil que tinham na época, mas ainda continuam muito interessantes.
E viva ao casamento gay, que mesmo sem cartório, muitas vezes dura mais que muitos casamentos abençoados por Deus e celebrados em nome da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.
1 comentário:
C'est l'amour
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