De improviso mudei-me para casa da minha mãe! No Domingo a minha irmã deixou-me um sms que dizia mais ou menos isto: «- Já vou a caminho de Esmoriz. Liga à mãe a confirmar que vais lá dormir. Até Sábado». Não sei se deixou beijinhos ou não. Ao finalizar a leitura já estava perplexo com a minha falta de memória. Ela tinha-me dito que ia de férias e que era necessário que eu me mudasse durante a semana para junta da nossa mãe para ela não ficar só. O que tem de ser tem muita força, como é do vosso conhecimento e lá passei por minha casa em passo de corrida; peguei em quase tudo o que me ia fazer falta e ao anoitecer lá estava eu para dormir junto da minha Celeste. O meu quarto de adolescente seria em condições normais o lugar eleito para passar estas noites improvisadas.
Seguramente para todos nós esse lugar tem um valor sentimental inestimável. Não há nada que o substitua quando pensamos nos lençóis que sujamos, nas revistas proibidas escondidas debaixo do colchão, de todas as trapalhices de adolescentes que ficaram entre aquelas quatro paredes e que mais ninguém ficou a saber, das músicas, dos livros, e dos sonhos dos 15 anos. Se as quatro paredes e o colchão do quarto onde crescemos falassem morreríamos de vergonha das estórias que teria para contar.
Felizmente o meu quarto de adolescente teria tudo isso para contar até eu corar de vergonha, mas infelizmente quando lá entro não é disso que me lembro.
Há um acontecimento mais recente e mais marcante que destruiu para sempre a imagem daquele espaço. Sempre que lá entro recordo a última vez que vi o meu pai vivo e lhe fixei sobre o ombro um adesivo de morfina que o médico da dor lhe tinha receitado nesse mesmo dia para minorar o seu sofrimento naqueles que esperávamos ainda viessem a ser os seus derradeiros dias de vida. Para minha surpresa foi mesmo o último. No dia seguinte já o vi nesse mesmo lugar, mas sem vida.
E é esta a imagem que perdura na minha mente quando trespasso a porta daquele que foi o lugar onde de criança me fiz homem.
A minha irmã foi de férias e eu ocupei-lhe os aposentos. Ela deixou o computador sem Internet. Não tem ADSL e como sabia que todo o cêntimo que lá ficasse de crédito eu reduziria a zero pelo final da semana não deixou nenhum para eu usar. Assim não tenho como vos dizer que estou exilado em casa de minha mãe com direito a ir trabalhar todos os dias.
É só uma semana depois estarei de volta. Se não voltar até lá façam o favor de aproveitar a vida o melhor que souberem e poderem.
Seguramente para todos nós esse lugar tem um valor sentimental inestimável. Não há nada que o substitua quando pensamos nos lençóis que sujamos, nas revistas proibidas escondidas debaixo do colchão, de todas as trapalhices de adolescentes que ficaram entre aquelas quatro paredes e que mais ninguém ficou a saber, das músicas, dos livros, e dos sonhos dos 15 anos. Se as quatro paredes e o colchão do quarto onde crescemos falassem morreríamos de vergonha das estórias que teria para contar.
Felizmente o meu quarto de adolescente teria tudo isso para contar até eu corar de vergonha, mas infelizmente quando lá entro não é disso que me lembro.
Há um acontecimento mais recente e mais marcante que destruiu para sempre a imagem daquele espaço. Sempre que lá entro recordo a última vez que vi o meu pai vivo e lhe fixei sobre o ombro um adesivo de morfina que o médico da dor lhe tinha receitado nesse mesmo dia para minorar o seu sofrimento naqueles que esperávamos ainda viessem a ser os seus derradeiros dias de vida. Para minha surpresa foi mesmo o último. No dia seguinte já o vi nesse mesmo lugar, mas sem vida.
E é esta a imagem que perdura na minha mente quando trespasso a porta daquele que foi o lugar onde de criança me fiz homem.
A minha irmã foi de férias e eu ocupei-lhe os aposentos. Ela deixou o computador sem Internet. Não tem ADSL e como sabia que todo o cêntimo que lá ficasse de crédito eu reduziria a zero pelo final da semana não deixou nenhum para eu usar. Assim não tenho como vos dizer que estou exilado em casa de minha mãe com direito a ir trabalhar todos os dias.
É só uma semana depois estarei de volta. Se não voltar até lá façam o favor de aproveitar a vida o melhor que souberem e poderem.
1 comentário:
Boa semana e quero crer que és realmente uma pessoa interessante
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