AS MAIS PEQUENAS HISTÓRIAS DO MUNDO

Hoje é dia mundial do livro. Em Portugal talvez se comprem muitos livros, mas a maior parte deles são para fazer figura na estante, para mostrar ao amigo, ao vizinho quando vai jantar lá a casa. As estatísticas provam que os portugueses lêem pouco. Aliás a iliteracia é um dos grandes males da nossa força de trabalho. Gente que fez o ensino básico e até o secundário, logo que saiu da escola não voltou a ler um livro, a folhear um jornal, a abrir uma revista. Com o passar dos anos a capacidade de ler um texto e de o compreender perdeu-se. São analfabetos que andaram à escola e não contam nas estatísticas do analfabetismo deste país, mas são mais um motivo de atraso da nossa sociedade.

Não é original nem inovador, mas o Diário de Notícias pediu a 15 escritores que escrevessem histórias com o máximo de 10 palavras. Aqui fica o resultado:

AMOR DE PERDIÇÃO

Teresa e Simão amavam-se. Mariana amava Simão. Morreram de amor.

Vasco Graça Moura

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Estação. Comboio. Fim. Tarde. Espera. Ausência. Apito. Solidão. Stop. Embarquei.

Miguel Sousa Tavares

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TININHA

No dia da última bomba, nasceu a menina chamada Palestina.

Ondjaki

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Finalmente cansou-se, fez as malas, emigrou e foi feliz.

Herman José

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EXIGÊNCIA

Um poeta cego pediu mais janelas para a sua casa.

Gonçalo M. Tavares

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AVISO

A personagem principal chegará atrasada. É favor esperar.

José Luís Peixoto

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Queria um ladrão. Só encontrou homens honestos. Ainda assim casou.

Hélia Correia

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Ruben Miguel, o homem de papel ardeu.

Manuel João Vieira

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O crente morreu e foi feliz para sempre.

Valter Hugo Mãe

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Até morrer conservou no armário o esqueleto do capuchinho vermelho.

Mafalda Ivo Cruz

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Quando o Mal subsiste, o Bem resiste, o Amor persiste.

Miguel Real

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Homem mata anão; Espectáculo cancelado.

João Tordo

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Comia frutos sobre o abismo. Cobardes, abaixo, aspiravam-lhe a queda.

Possidónio Cachapa

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Um homem ama uma mulher.

Francisco José Viegas

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Quando o comboio bateu, ela esquecera a razão do suicídio.

Hélia Correia

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