quinta-feira, fevereiro 01, 2007

DE LUTO

Acompanhei hoje à sua última morada a mulher que me ensinou a ver as horas, que me fazia torradas e café com leite quando voltava esfomeado da escola, que me levava ao mar e me deixava a brincar nas dunas de areia da Ilha da Armona enquanto trabalhava no seu viveiro de ameijoas, me montava na albarda do burro ou me levava a buscar as cabras que pastavam nos muros das salinas. Era na casa dela que eu brincava com o Branco, onde espreitava os porquinhos acabados de nascer, onde via o comboio passar. A minha tia ensinou-me tanta coisa...
O cancro parece ser uma fatalidade na minha família. Desde sempre a família se foi reduzindo por sua culpa; só o coração do meu primo o tornou a excepção que confirma a regra.

3 comentários:

Tongzhi disse...

Deve ser uma tristeza para ti. Mas ficam essas, e outras, excelentes recordações.

Anónimo disse...

Olá!
Lamento muito por esse acontecimento. É sempre triste perder alguém, principalmente aquelas que nos são mais próximas. Mas a vida continua e felizmente, as recordações também...

Vim aqui agradecer a visita que fizes-te ao REVISTAGAY e informar-te que já te adicionei a minha lista de links. Vou passar por aqui mais vezes, pois já percebi que tens um blog bastante diversificado e muito interessante.

Um grande abraço, e na medida do possível, um bom fim de semana!!

João Baptista disse...

lamento a tua perda