sexta-feira, setembro 15, 2006

O CARROSSEL DO REFERENDO CHEGOU


Iniciou-se hoje, de novo, o carrossel que vai levar à realização do referendo sobre a despenalização do aborto. Lá para Janeiro, num Domingo frio e chuvoso, os portugueses serão chamados, como já foram uma vez, a dizer se querem continuar a assistir ao folclore de mulheres em tribunal por terem abortado, outras que vão ao estrangeiro fazer o mesmo, outras que se socorrem de açougueiros para fazer o mesmo a baixo custo e a alto risco para as suas vidas.
Não estou optimista quanto a um resultado positivo. Milhões de eleitores não se vão dar ao trabalho de sair de casa para expressar a sua opinião. Vai estar frio e chuva, e depois isso é coisa para gente nova sem dois dedos de testa. Se não querem ter filhos usem os métodos contraceptivos e pronto. Depois há aqueles militantes anti-aborto, instruídos nos púlpitos das igrejas que irão votar contra, quer faça chuva, quer faça sol. Vamos gastar um dinheirão para não resolver nada como da outra vez. Razão tem o Partido Comunista que queria resolver o assunto com a legitimidade da Assembleia da República.
Pelo menos vamos ter os portugueses mais esclarecidos sobre o tema. Se depois irão decidir é que tenho muitas dúvidas. Os problemas das minorias, eles que as resolvam, não metam toda a gente ao barulho. E o problema do aborto não sendo de minorias, é-o porque só afecta directamente uma parte da população durante uma parte da sua vida.
Oxalá que os portugueses me enganem desta.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tenho uma opinião pré formada sobre este tema, o ABORTO.
Lembro-me que há dois anos, eu e mais alguns colegas levámos noites a fio a debater sobre este tema e chegando ao fim com grandes dificuldades em decidir: "sou ou não sou a favor da interrupção voluntária da gravidez"?
O que acho é que neste tipo de situação não se pode ter uma resposta de sim ou não. Eu não sou a favor na legalização total do aborto, mas também não a nego na totalidade. Acho que a lei que está estabelecida abre as excepções necessárias.

Acho que quando temos algum tipo de realcinamento sexual temos pensar sempre nas consequencias que isso pode ter. Que pode ir desde de uma simples gravidez a uma gravissima doença. Acho uma pura irresponsabilidade quando buscamos apenas o prazer sem nos mentalizarmos das consequencias. Felizmente ainda não passei por uma situação dessas de insegurança: "será que está grávida? Espero bem que não." Mas tenho consciência é essa insegurança me pode aparecer, pois por vezes, quando estamos no acto em si é dificil pensar em contracepção...

Mudando um pouco de assunto axo que nos preocupamos muito com a gravidez não desejada (eu sei, eu tb penso,infelizmente, um pouco assim, mas acho que nos devemos é, preocupar-nos mais com as doensas que sexualmente se podem contrair. E não é a penas a SIDA que se apanha, á outras, que no meu ponto de vista são bem piores do que esta sindrome.

Concluindo:
Legalizar o Aborto na totalidade? Direi não.
Se não fico sensabilizado com o facto das mulheres fazerem este tipo de interupção, por vezes, em locais onde colocam a sua vida em risco? Fico, claro que fico e até me choca. Mas, sou um pouco duro nesse aspesto e digo "pensassem antes de agir".

O que não falta é locais de distribuição gratuita de contracepção. E não é apenas o preservativo que destribuem gratuitamente. Há consultas de planiamente familiar gratuitas nos centros de saude onde fornecem a pilula gratuitamente entre outras coisas.

Temos de estar conscientes que a unica consequencia de ter relações sexuais não é apenas ter prazer.

Ruben

Anónimo disse...

Desculpa os erros a nivel gramatical e ortográfico.

DE CORPO E ALMA disse...

Não tenho uma postura incondicional a favor do aborto. Creio que num mundo justo ele não seria necessário, mas como o mundo em que vivemos é todo cheio de fraquesas e frescuras, prefiro que essa possibilidade exista. Penso que é muita hipocrisia junta negar essa possibilidade. Desejo , no entanto que a decisão de gerar um filho seja pensada antes e não depois, mas pelo que vejo a sociedade não prepara as pessoas para decisões tão acertadas

Anónimo disse...

Sou a favor, ponto! E votarei a favor, mas questiono-me sobre as "listas de espera", neste caso não serão passíveis de existir. Será o aborto sustentável no actual sistema de saúde???