«O TAL».... QUE FALTAVA EM FARO

A cidade de Faro tem, desde ontem, um novo espaço de animação nocturna. Situado na zona da rua do crime, onde a juventude farense enfrenta a noite, a comunidade homossexual ganhou um ponto de encontro, de confraternização e sobretudo de diversão.
Inaugurada ontem, sem muito alarido, aposta na animação musical e nos espectáculos de travesti para se impor como escolha da comunidade gay local e não só. Segundo a animadora, a experiente nestas lides, Linda Xenon o objectivo é atrair toda a população da cidade que queira disfrutar de um espectáculo diferente e de um ambiente nocturno único na cidade.
Quem enfrenta «O Tal» apartir do Largo da Madalena, não vê a bandeira do arco iris sobre a porta, antes o nome do bar pintado de forma atabalhuada. Passada a porta de resguardo deparamo-nos com um espaço simpático, trabalhado com poucos meios, uma decoração que será engrandecida logo que a casa vingue. O espaço algo claustrufóbico, que um enorme espelho no «sótão» se atreve a combater, não é suficiente para criar um palco que faça, por si só, brilhar quem nele actua. Dá para as encomendas tal como o espaço para o disco jokey, um jovem muito agradável à vista, por sinal!
Muitos dirão: mais um gueto onde se escondem da sociedade e onde a sociedade os deseja escondidos. Verdade que assim possa ser, para quem não vive à luz do dia a sua homossexualidade, para as vidas duplas, para quem foge de si e se refugia em espaços onde ninguém pergunta pela bilhete de identidade.
Estes espaços usados com moderação, não provocam dependência, nem danos sérios na vida social de quem os frequenta. Confraternizar com iguais permite, que pelo menos nesse tempo se usufrua a liberdade de ser quem se é sem receio de reprovação, melhora a auto-aceitação e é muito divertido.
Se este espaço vier a ser um espaço frequentado pela sociedade farense, só vejo vantagens para todos: em especial para a caixa registadora. A mistura é saudável. O desconhecimento gera o medo e o medo a discriminação. Saber o que somos, como somos e quem somos só pode traduzir-se em aceitação.

Votos de sucesso para «O TAL»