quinta-feira, dezembro 22, 2005
SEVILLA, OLÉ!!!
Há quase 20 anos visitei pela primeira vez a capital andaluza. Era uma cidade algo asfixiante, não muito asseada, envelhecida, um pouco confusa, contudo divertida, cheia de gente com vontade de aproveitar a vida, com espaços mágicos de animação popular, com cheiro a flamengo, a touros e a religião. Sevilha é uma cidade que prende quem a conhece. A cidade enreda o visitante num emaranhado de animação nocturna, num deslumbre de ruas e avenidas vivas durante o dia, ou na intimidade do bairro de Santa Cruz ao entardecer. Sevilla chama-nos de volta quando recordamos a Feira de Abril ou quando nos vem à memória os rituais da Semana Santa. E voltamos para degustar um pouco de presunto de porco preto e de queijo Manxego com uma caña de cerveja bem fria ou quem sabe uns «revueltos»...
Há 20 anos a cidade iniciava a preparação da expo 92. Este acontecimento revolucionou a imagem da metrópole andaluza aos olhos do mundo e transformou a urbe para sempre. Hoje Sevilha não asfixia, mas enche os pulmões, de quem a visita, de magia e de luz, o lixo, quase,desapareceu do chão das cafetarias da cidade, nas ruas e avenidas os prédios compraram vestidos novos, coloridos e rendilhados, mas quase todos ao estilo antigo, a confusão do trânsito desapareceu e a cidade está bonita e arrumada desposou o Guadalquivir e é atrevida, dorme pouco, veste bem e festeja todos os fins de semana a sua felicidade. O bairro de Santa Cruz dorme tarde, mas a praça de Hércules só volta a casa quando o sol começa a raiar.
Não fosse Lisboa a cidade mais apaixonada que conheço, cortejando o Tejo desde a ponte Vasco da Gama até Belém e roubando-lhe um beijo no Terreiro do Paço enquanto ecoa no Bairro Alto os acordes de uma guitarra portuguesa e o xaile já balança sobre os ombros da fadista, a cidade do flamengo seria a capital dos meus afectos.
Em Sevilha vive-se com paixão e sem medo!
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