domingo, dezembro 18, 2005

EM CAMPANHA ELEITORAL



Esta campanha eleitoral mostra mais uma vez a fraqueza da nossa democracia. Não há originalidade, não há ideias, eu até acho que os candidatos não sabem quais são os seus poderes depois de eleitos! Passa-se o mito que sem opositores vivos do antigo regime a democracia e os democratas deixam de existir! Proferem-se anátemas sobre políticos como se eles não tivessem sido eleitos democraticamente, dissolve-se a assembleia por por dá cá aquela palha, fazem-se promessas demagógicas como se o Céu dependesse do presidente!
Nesta eleição não existem candidatos perfeitos, como em nenhuma até agora por mim vivida. Existe o candidato que nada diz com receio de dizer asneira porque está convencido que vai ser presidente. Existe o poeta que ruma da direita à extrema esquerda e que parece dizer aquilo que lhe vem à cabeça conforme o estado de espírito. Existe o candidato fora de prazo, que já foi e quer ser outra vez sem saber bem porque quer ser, ou será só para não deixar que o outro seja? Existe o candidato simpático que tenta livrar da morte o seu partido e para isso tem corrigido um pouco a cassete gravada nos tempos da União Soviética. Existe, por fim o candidato «cool», com ar jovem que não quer ser presidente, mas faz de conta que quer. Existem, depois, não sei quantos outros candidatos - porque a nossa democracia não é perfeita e há candidatos de primeira e de segunda e até de terceira - que niguém sabe quem são, o que pensam ou pretendem fazer se chegassem à presidência.
Que Deus nos dê paciência para sobreviver a mais um mês de campanha eleitoral, amorfa, sem ideias nem ideiais, sem disputa nem luta política, sem chama nem vida. Que a imprensa escrita e falada nos poupem às «baboseiras» de políticos pouco imaginativos que acreditam que o espírito de Salazar não desceu aos infernos ou ao silêncio de candidatos que não falam por medo de que entre mosca ou saia asneira...

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