REPÚBLICA DE BANANAS!

Tenho, demasiadas vezes, a sensação que vivo num país sul americano! Fosse o clima mais tropical e as peles mais morenas e não restariam dúvidas: Portugal fazia parte da América Latina. Os países desta região do globo arrastam as suas Histórias de crise em crise, de escândalo em escândalo, de corrupção em corrupção. Agora que as ditaduras caíram a cada eleição, mais ou menos democrática, o povo vota num messias, num salvador, que vem tirar o país da mediocridade e apróxima-lo, rapidamente, do primeiro mundo. Parece não haver consciência de responsabilidade pessoal. A contribuição solitária ou em equipa de cada cidadão é a pedra de toque no desenvolvimento de cada nação; não há salvadores, messias, nem super-heróis que arranquem os povos da letargia, da acomodação ou mesmo da preguiça. É o empenho individual que se transforma num movimento colectivo que arranca as nações do marasmo e as mantém na crista da onda ao longo das décadas.
Portugal já tem um salvador que o povo se prepara para divinizar e aguardar um par de anos para que o resgate da mediocridade em que vive. O país prepara-se para votar em massa num herói que dentro de alguns anos será excomungado como impostor por não ser o Superhomem, que todos pensavam que era, e, que ele nunca disse ser. O nosso povo acredita em milagres, só crê não ter encontrado o santo poderoso para os tornar realidade.
O nome do próximo candidato a salvador é Cavaco Silva, e embora o povo já não se lembre ele nunca fez milagres, nem anunciou que os sabia fazer. Pobre povo que crê no inacreditável!...