terça-feira, dezembro 30, 2008

segunda-feira, dezembro 29, 2008

DO ESCRITOR RICHARD ZIMLER


“Em Confundir a Cidade com o Mar, Richard Zimler aborda temas muito diversos, centrando-se sempre nas relações humanas e nos sentimentos que atravessam gerações e que, num dado momento, mudam para sempre o rumo da vida dos intervenientes. Num registo muito diferente dos romances a que o autor já nos habituou, os 16 contos, que nos levam da Europa aos Estados Unidos, da Argentina ao Brasil, dos anos 50 à actualidade, abordam questões tão pungentes e controversas como o racismo, a homossexualidade, a emigração e a dificuldade de relacionamento entre as pessoas.
Por vezes escritos com uma crueza quase chocante, estes contos levam-nos a uma reflexão sobre a essência do ser humano e de como as situações que se nos deparam podem alterar irremediavelmente a forma como olhamos o mundo.”

Fonte: Fnac

Posso considerar uma agradável surpresa o meu primeiro contacto com este autor que só conhecia de uma entrevista no nº 2 da revista Com` Out e de uma outra na TSF. Já tinha decidido ler algum dos seus romances e na minha mente tinha-me decidido pelo «Último cabalista de Lisboa», mas foi precisamente este livro de contos: «Confundir a Cidade com o Mar» que acabei por me estrear como leitor do escritor de dupla nacionalidade que trocou São Francisco pela cidade do Porto. Cada um dos seus 16 contos são como os pequenos bolinhos secos de amêndoa, conhecidos pelo nome de arrepiados: secos, duros e brutalmente saborosos


Richard Zimler nasceu em 1956 em Roslyn Heights, Nova Iorque. Formou-se na Duke University e completou um mestrado em jornalismo na Stanford University.Trabalhou como jornalista em San Francisco durante uma década.Em 1990 mudou-se para Portugal, onde ensina jornalismo na Universidade do Porto. tem actualmente dupla nacionalidade, americana e portuguesa. É autor de sete romances, incluindo os quatro livros que constituem a série de romances históricos sobre a família Zarco de judeus portugueses, que podem ser lidos em qualquer sequência.O seu livro de estreia, O Último Cabalista de Lisboa, que a Oceanos agora se orgulha de publicar, é um dos mais conhecidos e foi apontado por alguns críticos ingleses como o Livro do Ano em 1998, tendo-se tornado um best-seller em onze países.




O sítio do escritor na Internet: http://www.zimler.com/

sexta-feira, dezembro 26, 2008

segunda-feira, dezembro 22, 2008

«O PAÍS ONDE COM 700 EUROS COMPRAM 2100 PEDRAS»

«Imaginemos um pequeno país da Europa do Sul, com pouco mais de dez milhões de habitantes. Um país com uma história admirável que, aliada ao clima solarengo e à beleza da sua costa, atrai todos os anos milhões de turistas. Um país onde apesar dessas generosas divisas trazidas pelo turismo (que se somam às remessas da imigração), a economia é ainda frágil. E que, antes do grande alargamento a Leste em 2004, fazia parte do habitual trio dos mais pobres da União Europeia.
Imaginemos um país onde a Igreja tem uma tradição de grande influência, que só se libertou da ditadura em 1974 e que viu o seu processo de democratização legitimado pela integração europeia na década seguinte. Um país onde subsistem as desigualdades sociais, em que se calcula que um quinto da população seja pobre e onde os jovens, mesmo com estudos superiores, têm pela frente a ameaça do desemprego ou do trabalho precário com os famosos salários na casa dos 700 euros.
Imaginemos um país que se habituou a ser admirado pelas glórias do passado, mas que, num esforço de transmitir uma ideia de modernidade, organizou em 2004 uma grande competição desportiva internacional. Um país que nos últimos anos, graças em boa parte a um seleccionador estrangeiro, causou surpresa no mundo futebolístico e que exporta agora estrelas - a mais conhecida joga num clube que veste de vermelho.
Imaginemos um país membro da NATO, onde duas forças políticas (uma socialista, a outra conservadora) alternam há três décadas no Governo, mas que continua a ter um Partido Comunista que resistiu à queda do Muro de Berlim e obtém votações de 8%.
Se já respondeu Portugal, errou, mas não se desiluda. Podia perfeitamente ser. Na realidade trata-se da Grécia, um país que nos últimos dias tem sido assolado por uma vaga de violência que está a chocar a Europa. Depois de um grupo de jovens lançar pedras à polícia, e na resposta um agente ter matado um rapaz de 15 anos. a revolta saiu à rua em Atenas. E na contestação, com destruição de lojas e bancos e carros, juntaram-se todos os descontentes, desde os anarquistas aos sindicatos, passando por muita gente nova que não vê perspectivas de emprego e aqueles que culpam o Governo conservador pela crise. No caos, houve até quem usasse a imaginação para ganhar dinheiro: há jornalistas que viram jovens a vender pedras (três a um euro).
A Grécia, apesar das óbvias semelhanças, não é Portugal, e nada indica que exista um efeito de contágio de Atenas para Lisboa. mas convém estar atento. Sobretudo aos tais 700 euros que se pagam hoje em muitos empregos para licenciados (para os outros é pior, basta ver os classificados dos jornais). É que 700 euros não dão para nada em Portugal. mas na Grécia já pagam 2100 pedras.»

Artigo de opinião de Leonídio Paulo Ferreira, DN de 15/12/2008, pg. 9

quinta-feira, dezembro 18, 2008

CINEMAGAY.IT





Os filmes, os autores, os actores, os festivais, os DVD`s, as novidades, os prémios: tudo sobre cinema de temática GBLT num excelente site italiano. Mesmo para quem não fala italiano vale a pena descobrir o que há de novo na sétima arte sobre o tema. Actualizado, universal e bem arrumado.
Gostas de cinema? Então CINEMA GAY.IT é o que procuras.

terça-feira, dezembro 16, 2008

PELA FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS

No dia em que decidi deixar o De Corpo e Alma em banho-maria por uns tempos fiquei seguro que seria fácil retomá-lo. A qualquer momento abria a página «editar mensagens» e como o apito de um comboio um novo post daria o sinal de partida da estação onde o blogue estivera parado mais tempo que o previsto. Puro engano. Perdi o ritmo e as tentativas que fiz para regressar foram falsas partidas. Esta é apenas mais uma tentativa. Não prometo nada. O «De Corpo e Alma» vai ficar aqui ao lado envelhecendo tranquilamente, embora eu saiba que, ainda que o repousasse em cascos de carvalho francês não melhoraria com o tempo, apenas se converte em testemunha virtual de quase três anos da minha vida.


Nestes dias, em que apesar do choro e ranger de dentes por causa da crise económica se continuam a repetir em filinha-pirilau os jantares de Natal por esse país fora, li ontem a entrevista da sexy deputada do PS à Com` Out. Marta Rebelo confirmou, mais ou menos, aquilo que já se adivinhava em relação à posição do Partido Socialista quanto à legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo: falta consenso no partido e sobretudo tomates para tanto, porque, dizem, o país não está preparado para tal avanço civilizacional.
Na semana passada o estado do Vaticano deixou claro que prefere que por esse mundo fora os homossexuais sejam condenados como vulgares criminosos devido às sua orientação sexual a votar ao lado dos países que defendem a despenalização da homossexualidade. O Vaticano vai votar de braço dado com o Irão, o Sudão, a Nigéria, a Jamaica e outros estados legalmente homofóbicos no projecto que a França vai apresentar aos estados membros da ONU. Nada mais coerente!
Hoje mesmo fiquei a saber que a RAI I, italiana transmitiu O Segredo de Brokeback Mountain, retirando-lhe as duas cenas em que há envolvimento sexual dos dois protagonistas transformando uma fantástica história de amor entre dois homens no relato filmado de uma bela amizade entre dois pastores de ovelhas.


Três revelações que ilustram bem a que distância estamos de ver reconhecidos os direitos básicos para que a palavra dignidade faça sentido perfeito na vida dos que tem uma orientação sexual distinta da maioria, neste país e por esse mundo fora.


É por isto e muito mais que estou de volta. Para os falantes da língua de Fernando Pessoa e Jorge Amado um blogue para despertar consciências. Com a regularidade que me for possível prometo muito mais que sexo.


Até já...

sexta-feira, dezembro 12, 2008